A crer no que se ouve na rádio, vê nas televisões e lê nos jornais e não podemos ignorar, os indicadores estão muita bons, a economia floresce, a educação está em alta, o emprego desce (ou será o desemprego?.. ou será que estou confundido?..) ...
Tudo do melhor, portanto!..
Não fosse eu, por exemplo, ter ido ontem à farmácia e ter visto gente a escolher os medicamentos que ia tomar - o dinheiro não chega para tudo -, até, se calhar, era mais um dos que acreditava.
Estamos num país em que anda metade a chorar pelos cantos e a outra metade a levantar a cabeça para marchar daqui para fora o mais rápido que pode...
Contudo, como ouvimos, vemos e lemos, na rádio, na televisão e nos jornais e não podemos ignorar, o estado do país está muita bom, as pessoas é que estão cada vez pior.
Mas, isso é, apenas, um pormenor.
Portugal em 2040 é um país diferente daquele que era em 2015.
A miséria, a escassez e o desemprego tornaram-se, nos últimos 25 anos, problemas menores.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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