terça-feira, 2 de setembro de 2014

A “moderna esquerda figueirense”...

imagem sacada daqui
“Passava a vida a espreitar para contentores do lixo”, “mas nunca foi sem-abrigo”.
“Ao longo dos seus 54 anos, António Tavares já vestiu muitas peles: professor do ensino secundário, advogado, jornalista, vereador da oposição e, nos últimos anos, do poder.
Se «passava a vida a espreitar para os contentores do lixo», era porque, no início das suas funções executivas na Câmara Municipal da Figueira da Foz, queria «mudar o mundo» e, sob o peso dessa responsabilidade auto-impos­ta, cedia à obsessão pelos pormenores. O tempo, garante, curou-o. Os livros, e a escrita, libertaram-no.”
Resumindo, concluindo e moral desta «estória» - se esta «estória», que tive oportunidade de ler no Diário de Coimbra de sábado passado, porventura, tivesse moral!..
Ontem, António Tavares como homem inteligente que sempre foi, queria “mudar o mundo”.
Hoje, António Tavares, como homem sábio e político que passou a ser, “mudou-se a ele mesmo”.
Já tinha dado por isso, como escrevi em 8 de julho de 2013, aqui.
Aprendeu a saber  jogar, de igual para igual, com os que se movem num terreno partidário armadilhado e movediço, como é,  e sempre foi,  desde que me conheço,  o PS figueirense.
Em 2013, António Tavares é um político feito e assumido, pois melhorou muito no saber lidar com as relações políticas dentro do partido socialista e continua com a visão estratégica e o sangue frio que sempre lhe reconheci. 
Entretanto, porém, perdeu uma qualidade que sempre lhe tinha reconhecido até hoje: deixou de ser  um mestre no saber  gerir os silêncios.
Contudo, como jogador nato e refinado, que efectivamente é,  evoluiu e tornou-se num político profissional..
Compreende-se, por conseguinte, que em consonância, tenha feito novos amigos, tenha mudado de emprego, comprado roupa nova, etc., etc. etc..
Para mim, porém, foi uma trabalheira entender o óbvio.
O defeito é meu, eu sei.
Pior do que escovar um cão, custa-me imenso aceitar a mudança...

Em tempo.
Friederich Nietzsche, escreveu isto:
“A verdade e a mentira são construções que decorrem da vida no rebanho e da linguagem que lhe corresponde. O homem do rebanho chama de verdade aquilo que o conserva no rebanho e chama de mentira aquilo que o ameaça ou exclui do rebanho. [...] Portanto, em primeiro lugar, a verdade é a verdade do rebanho.” 

1 comentário:

o cu de judas disse...

ótima citação, apropriadíssima ao
personagem