O orçamento participativo
é um processo
que “consiste na reserva
de um montante cujas
finalidades são submetidas
a um processo de escolha
pública, sendo integradas
no orçamento municipal…”.
Na Figueira, o processo
constituiu uma verdadeira
novela que terá tido o seu
início quando, em outubro
de 2008, a oposição de
então propôs ao executivo a
inclusão no seu orçamento
de uma verba para um “orçamento participativo”.
A proposta não só foi
recusada como foi recebida
com desprezo e, entre
outras coisas, foi apelidada
de “caldeirada”. Em final de
2009, o partido proponente
assume o executivo e, como
lhe competia, apresenta em
março a sua intenção de
preparar aquele projecto. Em
novembro de 2010, revela
protelar o processo para
o ano seguinte e em 2013
volta a manifestar intenção
de o desenvolver.
Passado todo este tempo,
de orçamento participativo,
nada! Até que a oposição
antecipa-se, ultrapassa o
executivo e, ao arrepio da
opinião manifestada em
2008, propõe… o quê? Pois,
nem mais: um orçamento
participativo! Em resumo,
um partido mudou claramente
de opinião. O outro
foi tão lento que se deixou
ultrapassar.
Disse Churchill: “Não há
mal nenhum em mudar de
opinião, contanto que seja
para melhor”. Tratando-se,
porém, de questões ideológicas… Por sua vez, afirmou
Rousseau: “O castigo da
ocasião malograda é o não
tornar a encontrar-se mais”.
Em tempo.
Esta cónica do eng. Daniel Santos foi hoje publicada no jornal AS BEIRAS...
Isto de "experiência-piloto de orçamento participativo", tem muito que se lhe diga...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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