segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Os votos e os desejos para o Novo Ano...

A mensagem do dr. João Ataíde, é uma visão abrangente e genérica, numa prosa impecável, que manifesta desejos honestos para um ano melhor em 2016, que poderia ter sido escrita por mim - apesar de não ter 6 anos de exercício no cargo de presidente de câmara da Figueira da Foz.

O embrulho desfavorece o conteúdo - é demasiado “fofinho” para o vazio de conteúdo...
Mas diz que é assim que o figueirense gosta. E, como político que é, se o eleitorado gosta, o eleitorado é o que tem do presidente.

Pelo andar da carruagem, presumo que vai ser difícil aguentar o vazio até ao início da silly season na Figueira, que começa dentro em pouco - no carnaval.

Neste momento, dizer mais que isto seria entrar no mundo da fantasia.
Sempre tive alguma dificuldade em compreender o interesse público do carnaval de Buarcos, que tem levado, ao longo dos anos, a nossa câmara a atribuir dinheiros públicos avultados - em 2010 foram 150 mil € (trinta mil contos, em moeda antiga!..), em 2013, foram 100 mil € (vinte mil contos, em moeda antiga!..), este ano a base será a partir de 50 mil € (dez mil contos, em moeda antiga!..).

Será que todo este dinheiro queimado nos carnavais,  tendo por justificação básica o apregoado interesse público, se viu alguma vez repercutido, por estas bandas, no plano turístico, cultural e económico?

Dando de barato o suposto e incerto plano turístico -  e não ponho em causa que veio gente de Coimbra ver as coxas das desfilantes!.. - a meu ver, é completamente inverosímil, que esta manifestação carnavalesca local, tenha tido qualquer repercussão fora do País.
daqui
Logo, estaremos a falar de turismo caseiro - essencialmente, das freguesias do Concelho; com um pouco de boa vontade, de alguns concelhos do distrito

Não estarei à altura de discutir o interesse económico -  desconheço o impacto da manifestação carnavalesca figueirense no comércio local, mas, se alguém tiver os números que os avance - contudo, admito, que entre cerveja e bifanas, algum será...

Contudo,  o argumento que mais admiro, é o do chamado interesse cultural. 
Pergunto, pois a ignorância deve ser minha: qual é a raiz cultural portuguesa, duma manifestação que exibe grupos que se auto-denominam escolas de samba, que dão uma volta à avenida a fazer barulho?
Ou qual é o interesse cultural de contratar, com dinheiros públicos, uma Merche Romero, um João Baião, um Futre, um Emanuel, para dar uma volta na Avenida? 
Será que serei eu o único atrofiado?

Mudam os presidentes de câmara, mudam os partidos no poder, mas na Figueira é sempre carnaval!
Só que o Carnaval não é isto.
O Carnaval é uma manifestação popular, pagã, saindo à rua quem entende que o deve fazer, à sua responsabilidade e expensas. Não tem que ser subsidiado com dinheiros públicos, que não existem para, por exemplo, tapar os buracos das estradas do concelho ou implementar estruturas desportivas no concelho para a juventude poder praticar desporto com condições mínimas de segurança e dignidade...

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