"Autarquia quer resolver dossiê Naval 1.º de Maio" é o título da notícia hoje publicada no jornal AS BEIRAS, assinada por J.A. Passo a citar.
"O presidente da Câmara da Figueira da Foz, João Ataíde, anunciou ontem que vai reunir-se com os dirigentes da Naval 1.º de Maio e com os pais das 240 crianças que frequentam os escalões de formação do clube, para tentar aferir a diferença entre as receitas e as despesas. O que está em causa é o incumprimento do pagamento, por parte dos navalistas, pela utilização dos campos de relva sintética do complexo do Estádio Municipal José Bento Pessoa. A dívida ronda os 14 mil euros.
O edil revelou que a Naval não paga porque o saldo é negativo. João Ataíde também se mostrou preocupado com o estado de degradação do relvado natural do campo principal, afirmando que a autarquia não tem, neste momento, capacidade financeira para realizar obras no estádio. Por outro lado, devido à situação financeira e ao processo de insolvência, lembrou o edil, a Naval está impedida de receber apoios públicos. Assim sendo, também não tem acesso aos subsídios da autarquia, ao contrário dos restantes clubes que utilizam os campos sintéticos, ressalvou o autarca. Por isso, rejeitou a “dualidade de critérios” invocada pelo vereador do PSD Miguel Almeida, ontem, na reunião de câmara, onde o presidente se pronunciou sobre o assunto.
Foi, aliás, João Ataíde quem teve a iniciativa de lançar o tema para o debate político, na sequência da tomada de posição pública do Ginásio Clube Figueirense. “Parece que se quer passar a ideia que só protegemos a Naval. Que fique claro que, em sete anos, demos zero à Naval!”, disse o presidente.“Se a Naval pudesse receber apoios públicos, teria verbas para pagar”, defendeu, acrescentando: “Dentro de um quadro aceitável, estamos disponíveis para encontrarmos uma solução que não ponha em causa os campeonatos em curso”.
“Estranho que só agora tenha acordado para este problema. A câmara tem de encontrar uma solução para a Naval. Os problemas são antigos. Podia ter-se evitado a degradação do estádio”, defendeu, por seu turno, Miguel Almeida. E acrescentou: “Este processo é muito nubloso, porque não se percebe bem por que motivo, durante este tempo todo, esta situação não teve desenvolvimentos, por responsabilidade da Naval e da câmara, por não ter tentado estancar a situação mais cedo”.
O vereador da oposição advogou que o clube deve levar as contas à câmara antes da reunião anunciada por João Ataíde. "
Nota de rodapé.
"O presidente da Câmara da Figueira da Foz, João Ataíde, anunciou ontem que vai reunir-se com os dirigentes da Naval 1.º de Maio e com os pais das 240 crianças que frequentam os escalões de formação do clube, para tentar aferir a diferença entre as receitas e as despesas"!..
O mesmo presidente Ataíde revela "que a Naval não paga porque o saldo é negativo"!..
E que tal começar por saldar este tabu?..
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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