domingo, 19 de fevereiro de 2017

Sublinhe-se e registe-se a coerência do senhor vereador da cultura dr. António Tavares...

A foto de cima, foi obtida na passada sexta-feira, no decorrer da inauguração da exposição mais recente do fotojornalista covagalense Pedro Agostinho Cruz.
A foto mais abaixo, foi obtida na inauguração de uma mostra  que decorreu no Núcleo Museológico do Mar de 8 de Junho a 23 de Agosto de 2013, que englobou cerca de 70 peças das áreas do artesanato, pintura, fotografia e desenho, e resultou da tese de mestrado de Filipe Couto, apresentada na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. 

"Recantos da Aldeia", "Gentes do Mar", "Alerta Costeiro 14/15", "Mário de Belém, visto por Pedro Cruz",  e "Olívia Ribau - o naufrágio não é o pior", são  5 exposições de fotografia de um jovem fotógrafo figueirense que viram a luz do dia na cidade da Figueira da Foz, entre os anos de 2010 a 2017. 

Nesta segunda Exposição do Pedro Cruz no Núcleo Museológico do Mar, sito na Rua Governador Soares Nogueira, n.º 32 - Buarcos, Figueira da Foz, que vai estar patente ao público até 31 de Maio próximo, como muito bem escreve a jornalista Bela Coutinho no Diário de Coimbra de hoje, "o ambiente era diferente de qualquer um outro na inauguração de uma exposição. No ar, e no rosto das pessoas, sentia-se tristeza e a própria sala, semi-iluminada propositadamente, também parecia de “luto”, tal como as 19 fotografias que Pedro Agostinho Cruz tem expostas. Dor, desespero, sentimento de impotência, mágoa, e muitos outros sentimentos apanhados pela objectiva do fotojornalista no dia da tragédia do naufrágio do “Olivia Ribau”. A exposição termina (como uma lufada de esperança), com o rosto do agente Carlos Santos, que, num acto de heroísmo (que lhe valeu uma medalha), conseguiu salvar duas pessoas."

Gostava de viver numa cidade onde os jovens que se preocupam com a Cultura fossem estimulados, incentivados e apoiados por quem tem o dever de o fazer.

Mas, assim não acontece. A Figueira transformou-se num clube de amigos... 
Não só por isso, mas também por isso, a Figueira está às portas da morte. Pouco a pouco,  os burocratas do regime foram afastando os valores que a Figueira tinha. 
O maior pecado que poderia ter acontecido para com estes jovens, foi cometido: os responsáveis pela condução da política figueirense trataram-nos com indiferença. E a indiferença,  como muito bem sabe um vereador da cultura do gabarito intelectual do senhor doutor António Tavares, é a essência da desumanidade

João Traveira, um dia destes, a propósito disto, deu uma entrevista transparente e esclarecedora.

Por muito maçadora que seja a vida, hoje, numa cidade como a Figueira, ela teria que ter algum conteúdo, ideias e valores. 
E isso é algo que a Figueira deixou de ter: vivemos no vazio de ideias e competências.
A Figueira, hoje, é uma cidade  irrelevante.

A meu ver, seria uma  uma atitude que só enobreceria quem está à frente desses cargos políticos, independentemente de benefícios pessoais, dar uma palavra de incentivo e estímulo aos jovens talentos que, felizmente, ainda existem na Figueira da Foz!
Há uns dias, fui assistir ao lançamento de um livro de um jovem e talentoso escritor figueirense, de seu nome Pedro Rodrigues
Sala cheia, mas ninguém do departamento cultural da Câmara da Figueira da Foz estava presente.
O Pedro Cruz nas 5 exposições de fotografia que já levou a público na Figueira da Foz, em nenhuma delas mereceu ter a presença do senhor vereador da cultura, prémio Leya e tudo, dr. António Tavares.

Há pessoas que ufanamente gostam de apregoar a sua coerência por sempre terem pensado e agido do mesmo modo. 

A esses, eu contraponho que, coerentemente, já mudei de opinião várias vezes e que não me arrependo nada de o ter feito, nem me envergonho de o confessar publicamente. 
É tudo uma questão de se ser coerente.

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