"Estou de pés e mãos com o PS”, disse João Ataíde, no decorrer da última reunião de câmara, em resposta ao vereador da oposição Ricardo Silva que considerou “inadmissível um juiz conselheiro da Relação, mesmo com o mandato suspenso, interferir na vida partidária”.
O autarca do PSD, estava a referir-se ao apoio dado por João Ataíde, ao candidato à Distrital de Coimbra do PS Luís Antunes.
João Ataíde, conforme se pode ler na edição de hoje do jornal AS BEIRAS, afirmou, com ironia e sentido de humor, que ficou “atónito” com a investida do vereador da oposição, por estranhar que um autarca social-democrata lançasse para a reunião do executivo camarário um assunto partidário, sendo públicas as discrepâncias entre a Concelhia do PSD e os vereadores do mesmo partido.
O presidente de câmara figueirense, esclareceu que suspendeu a profissão de juiz (desembargador) para se dedicar à “carreira política”, mantendo-se, contudo, como independente. Apesar de não ser filiado no partido, nas listas do qual conquistou a presidência da autarquia figueirense três vezes consecutivas, aumentando, em cada uma delas, a maioria, afirmou: “estou de pés e mãos com o PS”.
O autarca do PSD perguntou ainda se, com o apoio público a Luís Antunes, João Ataíde está “a preparar o terreno para outros caminhos” e se vai interromper o mandato. “Uma coisa é ser presidente independente nas listas de um partido, outra bem diferente é intervir numas eleições internas de um partido”, sustentou Ricardo Silva.
O presidente recordou que aquela não foi a primeira vez que a oposição social-democrata lhe perguntou se ia levar o mandato até ao fim, garantindo que pensa cumpri-lo na íntegra.
Este é, aliás, um tema de que se fala desde o primeiro mandato de João Ataíde, e já vai no terceiro, sempre que o PS está no Governo.
Contudo, há um motivo para o assunto ser recorrente: nos bastidores da política local, bem como nos fóruns de debate político, sustenta-se que o autarca aspira a desempenhar um cargo a nível nacional ou europeu.
Resumindo: Ataíde "está de pés e mãos com o PS".
Ainda bem que não está "atado": no PS figueirense, ao longo dos anos, o ar, quando não está poluído é condicionado.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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