Uma das qualidades que mais aprecio nas pessoas é o seu recato.
Abomino aquelas que gostam de dar nas vistas sob qualquer forma.
O valor, o mérito, o talento e a simpatia ressaltam por si próprios.
Dou um valor enorme a essa faceta do carácter de cada um.
O Pedro Agostinho Cruz, que eu conheço como ninguém, é um jovem que tem feito uma carreira a pulso.
Como disse um dia, já lão vão quase 9 anos, o Fernando Campos, o Pedro, "ao contrário do que é típico na sua idade (tinha apenas 22 anos na altura, em agosto de 2009) não é (continua a ser...) daqueles que descobriram a pólvora seca das verdades insofismáveis; gosta mais de ouvir (e observar) do que de falar. O Pedro é um andarilho e, sobretudo, um observador incansável.
No seu olhar silencioso e perscrutador há algo que o distingue de um mero fotógrafo competente, algo intangível e difícil de descrever: uma sensibilidade poética; ou seja, aquilo que o torna capaz de, com enquadramentos ousados e um sentido da composição notável, transformar o mais banal retrato do quotidiano numa imagem carregada de sentido(s)."
É assim que o Pedro continua a ser e tem de continuar a ser.
Ser bom profissional e competente dá muito trabalho.
Quantas e quantas noites não saiste de casa às 4 da manhã para estares na Nazaré bem cedinho!..
Parabéns Pedro.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
Sem comentários:
Enviar um comentário