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domingo, 12 de julho de 2020

O estado a que a Figueira chegou!..

Cito a senhora vice presidente da câmara Municipal da Figueira da Foz, ontem numa crónica no jornal Diário as Beiras.
«Do que mais me custa é ouvir figueirenses dizerem mal da Figueira. Não consigo compreender, mas talvez o problema seja meu, que não tive o privilégio de nascer na Figueira, mas tive o livre arbítrio para a escolher, para cá viver, e não lhe consigo ver defeitos. Quando constantemente dizemos mal do nosso concelho nas redes sociais, na comunicação social ou até num qualquer convívio na rua, realçando apenas as coisas que estão menos bem, corremos o risco de desvalorizar todo o nosso potencial económico. Pois, tal como dizia um velho anúncio, “Se eu não gostar de mim, quem gostará?”

Cito Salgueiro Maia, na noite de 24 para 25 de Abril.
"Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui!"

Continuando as citações, cito Carlos Ferreira: "A senhora vereadora não quer perceber que não se fala mal da Figueira, mas do estado a que a Figueira chegou. Não se trata da campanha mas de publicidade enganosa promovida pelo município."
Prosseguindo ainda com as citações, cito um leitor atento do OUTRA MARGEM
CeterisParibus disse...
"Mal da Figueira? Não, Senhora Vereadora. Fala-se sim do mal que se faz à Figueira. E nesta premissa, partilho da sua indignação.
E sim, há aspectos da "autarquia" que devem ser melhorados, nomeadamente a qualidade dos autarcas.
Quanto ao foro "próprio", releia o que escreveu, sopese-o com o direito à liberdade de expressão ( 37° da CRP ), e se entender emendar a mão, estou certo que ninguém lhe leva a mal."

A crise - esta crise - em que a Figueira já está mergulhada, começa a trazer à superfície aquilo que eu ando a denunciar há muitos anos: a Figueira tem um problema democrático
Os media que publicam coisas sobre a Figueira estão dominados ideologicamente e condicionados financeiramente.  Na Figueira, existe uma coisa terrível e que causa danos irreparáveis, que tem nome: chama-se ditadura da opinião
Sou do tempo em que os jornalistas andavam atrás das notícias e os leitores compravam jornais para saber as últimas.  Nesse tempo, a  televisão  e a rádio não faziam concorrência à imprensa. Ser jornalista era um orgulho. Os leitores eram fiéis aos títulos.
Hoje em dia, há quem pretenda culpar as novas tecnologias, a Internet e as redes sociais pela crise dos jornais. Discordo. Os jornais (e a comunicação social em geral) é que se foram  suicidando. Muitos jornalistas contribuíram para isso.  
Continua a haver bons jornalistas. Todavia, o sector ficou dominado por gente  sem escrúpulos,  que aproveitou o  jornalismo para se ligar com o poder político e económico.
Sempre existiu este tipo de jornalistas. Mas, há anos atrás, no meio  todos sabiam quem eles eram. Hoje em dia, é mais fácil aos jornalistas camuflarem essas ligações.

Concluíndo.
Os políticos gostam de órgãos de informação controlados.
Por isso, foi sem surpresa que li as palavras da senhora vice presidente da câmara municipal da Figueira da Foz.
Os políticos e alguns jornalistas não gostam de blogues e do facebook.
O que os políticos odeiam nos blogues e no facebook, não são os disparates que às vezes vemos. Não são esses, que os políticos mais temem. O que eles receiam mesmo é aquilo a que eles não estão nada habituados: a opinião livre. Que o cidadão comum faça chegar a sua opinião a outros cidadãos comuns, sem que essa opinião seja filtrada pelos assessores.

sábado, 28 de outubro de 2017

Citação

Gente perigosa

É normal ouvir na comunicação social referências às redes sociais comparando-as com o que de pior há no mundo, são os jornalistas e políticos que conhecemos bem, os mesmos que no passado dariam o rabo e cinco tostões pelo direito de tomar um desses pequenos-almoços de negócios com o Ricardo Salgado.
Os muitos manipuladores de opinião a que chamam de comentadores, gente eu em privado cobra pelos favores ou, muito simplesmente, pela cunha ou tráfico de influências, odeiam redes sociais. O mesmo sucede com políticos fracos, ministros ou da oposição, que se sente mais confortavelmente a gerir a sua boa imprensa no negócio de favores com jornalistas do que a conviver com as opiniões nas redes sociais.
O que irrita políticos e jornalistas encartados é a opinião livre, a opinião que não é feita em troca de favores, a opinião de um qualquer cidadão comum. É por isso que o ministro da Administração Interna não se sente incomodado se o site do seu ministério sugerir a leitura do Observador, jornal online onde se diz de António Costa bem pior do que se lê nas redes sociais.
É por isso que um mero link para um blogue mereceu uma grande preocupação por parte do ministro da Administração interna, a pobre criatura mandou investigar quem poderia ter cometido o crime de sugerir a leitura de um qualquer leitor anónimo, que escreve o que pensa e sem medo de represálias ou de ser afastado da manjedoura. A pobre criatura, num ato de pura bajulação e subserviência, até suspendeu a página ministerial até se apurar quem cometeu e em que circunstâncias cometeu tão grande crime.
Um dia destes responderei a este ministro tal como ele merece, mas por agora apenas lamento tão grande pobreza de espírito. Esperemos que o senhor ministro não se lembre também de mandar perseguir tão perigosa voz ou tentar uma vingança porque ontem foi brindado com o trofeu deste modesto blogue. De qualquer das formas faça favor senhor ministro, não é nada que não tenha sucedido no passado.
Agora ficamos à espera que o ministério deixe de fazer links a jornais que eram simpáticos com Ricardo Salgado a troco de publicidade, de jornais, como o Expresso, que enviava jornalistas a Las Vegas, em viagens pagas pela EDP e que no regresso faziam artigos muitos simpáticos para com os negócios desta empresas, agora fico à espera que o ministro não se limite a encher o peito com páginas de cidadãos anónimos.
Via O Jumento

sábado, 15 de julho de 2017

Que interesssa viver até aos cem anos se pelo caminho abandonámos as coisas que nos faziam ter vontade de viver até aos cem anos?..

Isto, começou por ser um pequeno espaço com algumas (poucas) dezenas de leitores.
Já lá vão mais de 11 anos, mas lembro-me que surgiu como reacção à forma como os media, que falam da Figueira, definiam (e continuam a definir...)  a agenda social, política e mediática do nosso concelho.
Não tinha, como continuo a não ter, um plano estratégico. 
Muito menos, objectivos.

Como em qualquer iniciativa, a coisa nasce com o tamanho do seu empreendedor. 
Assim foi com este blogue:  não é nada mais do que eu, um cidadão anónimo sob qualquer perspectiva, a escrever para um pequeno grupo de pessoas, como qualquer pessoa que me lê o pode fazer. 

Entretanto, a coisa foi andando e evoluindo. Com o decorrer dos anos, isto ganhou dimensão e  tornou-se muito maior do que eu.
Tenho leitores diários. 
OUTRA MARGEM, neste momento, tem impacto e um alcance que não pode ser ignorado.

Sobretudo, incomoda.
Com esse processo de evolução, fui pensando e expondo na página os princípios que sempre assumi.
O que OUTRA MARGEM será, no futuro, é incerto. 

Claro e objectivo, nos dias que correm, é este espaço ser o maior agregador de crítica do espaço figueirense. 
Como acontece com toda a crítica, há quem concorde. E há quem discorde. 
Não andamos por aqui a vender nada. Construo e disponibilizo pontos de vista, que são os meus, necessariamente enquadrados pela realidade. 
Contudo, necessariamente subjectivos: que podem ser aceites ou rejeitados por quem os lê.

O sucesso (digamos assim...), do OUTRA MARGEM confirma a  intuição de que há uma lacuna e um desconforto muito grande, na sociedade figueirense, com a maneira como os meios de comunicação locais abordam os temas importantes para o desenvolvimento do concelho. 

Neste meio, há  condicionalismos, truques, erros, jogos, malabarismos e interesses que se servem.
Mesmo quando fomos jornalistas, nunca fomos por aí. 
O reconhecimento deste OUTRA MARGEM, para o bem e para o mal, tem a grande virtude de tornar possível, na sociedade figueirense, o debate sobre várias coisas, desde a legitimidade do anonimato, ao papel da imprensa e dos jornalistas,  neste jogo em que vivemos e a que chamamos democracia.

Quem tem certezas absolutas - eu nunca as tive -  pouca utilidade tem. 
Não me considero uma  figura pública. Também não me considero um homem das cavernas. Limito-me, simplesmente, a aparecer como quero e quando quero.
OUTRA MARGEM, ficará como o meu  contributo para a melhoria da democracia numa cidade castradora e provinciana como é a Figueira da Foz.

Não há democracia sem informação LIVRE. 
Não ganho um cêntimo com o blogue OUTRA MARGEM
Gasto é horas e horas com a feitura deste espaço.
Dispenso os louros. Mas, não dispenso, nem temo, as chatices...
Gosto de viver. 

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Os dias difíceis da imprensa regional…


Crónica de uma morte anunciada… “A da morte anunciada de «O Figueirense» para 28 de dezembro!” 
Pode lê-la, pela pena de Joaquim Gil, Director... 
Razão – mais uma vez na pena do Director: “a razão que me foi transmitida foi de natureza financeira. E eu só posso acreditar e só tenho razões para acreditar que a razão é financeira e, como sempre referi à administração, os números são números, não os discuto. 
Mas que outra razão poderia ser? 
Se acaso fosse a linha editorial, se se quiser, a linha dos meus editoriais, então teria bastado um sinal, um simples sinal, para que eu saísse espontânea, leal e imediatamente pela porta por onde entrei. Eu ando sempre com as chaves do carro no bolso… 
Se acaso fossem as eleições autárquicas que por aí vêm, eu teria lembrado que passei por três eleições sem uma nota de reparo, nomeadamente nas autárquicas de há três anos, com elogio de ganhadores e perdedores e até público louvor de um dirigente distrital do Bloco. 
Quero aliás referir aqui, expressa e formalmente, que eu só tenho uma agenda, qual seja, no plano jornalístico, a dos leitores e, como diretor, a do acionista. 
Por isso, ao contrário do que me foi sugerido e até recomendado, me mantive afastado dos poderes vários, do convívio e dos afetos – exceto daqueles que já eram os meus, pois sou de fidelidades e da lealdade! – que um dia, inevitável e inelutavelmente, cobram ou, pelo menos, condicionam. 
Agora, sim, vou andar por aí livre como o passarinho a que abriram a porta da gaiola… 
As razões deste encerramento só podem ser, pois, as financeiras.”
 



A imprensa regional  - e não é de hoje - vive dias difíceis.
(Por experiência própria, sei do que escrevo e sei o que sente neste momento o meu Amigo Jorge Lemos e restantes pessoas ligadas ao O Figueirense, a quem endereço uma palavra de solidariedade, pois estive ligado a dois projectos figueirenses que tiveram de encerrar por dificuldades económicas: Barca Nova e Linha do Oeste.)
Mas, infelizmente, O Figueirense não irá ser caso único, nos próximos tempos, na imprensa regional. Às dificuldades que já vinham do passado, a crise económica e a perda de hábitos de  leitura das novas gerações fizeram o resto em 2012.
Contudo, a crise agravou-se desde que o Estado praticamente acabou com a distribuição da publicidade institucional pelos jornais regionais, como sabemos um suporte financeiro importante para a sua sobrevivência. As dificuldades em cobrar as assinaturas, menos publicidade ou publicidade mais barata e menos apoios do Estado, através da abolição do porte pago, o que levou  ao aumento dos custos de distribuição, explica o resto.
Entretanto, os jornais reagiram, pensando apenas no presente: despediram  jornalistas e prescindiram de colaboradores, imprimiram  menos páginas, passaram a usar papel mais barato e, alguns, chegaram mesmo a mudar a periodicidade.
Resultado: os jornais tornaram-se  mais pequenos,  menos interessantes e pluralistas e, por consequência, perderam capacidade competitiva num mercado cada vez exigente e concorrencional.
A perda de títulos regionais é uma realidade em Portugal. O Figueirense é, apenas,  a próxima vítima de que tenho conhecimento.

sexta-feira, 7 de maio de 2021

O desafio, para a imprensa tradicional, da multiplicação das vozes no espaço público

Jornalismo livre. Liberdade de imprensa e de expressão. 
Estão aqui dois pilares onde tem de assentar uma sociedade livre, democrática e moderna. 

Porém, existe um problema. Entre os jornalistas e os poderes - nomeadamente o político. Mas, não só. As ameaças à liberdade têm origem em diferentes tipos de poder. O poder económico-financeiro tem o seu peso e a sua influência. Uma das formas de condicionar a liberdade é tornar inútil o jornalismo. Isso, consegue-se através da parcialidade, do enviesamento, do silêncio, da diversão, da coscuvilhice - para não falar da falta de investigação e de confirmação dos factos. Nuns casos as pressões vêm do exterior. Noutros têm origem no interior do próprio sector jornalístico. 

Hoje, existem outros desafios que advêm da multiplicação das vozes no espaço público. Nomeadamente, daqueles que partilham, comentam, observam, criticam e aplaudem. 
Isso colocou um novo desafio: que relações é possível manter entre estas novas vozes e aqueles a quem cabia, tradicionalmente, o privilégio do acesso à palavra pública e o papel da mediação dos diferentes campos sociais? 
Houve - e continua a haver - dificuldades de relacionamento. Houve, dentro da classe jornalistica, quem não conseguindo compreender e aceitar esta realidade que existe, tivesse optado pelo ataque. 
Contudo, esta nova realidade veio para ficar. Portanto, tentar desvalorizar e desqualificar as novas formas de participação cidadã, não resolve nada. 
O desanuviamento não passa por aí. Quem publica no espaço público tem de respeitar muitas das normas deontológicas que eram apanágio dos jornalistas, em tempos idos. 
A realidade no meio jornalístico, embora existam jornalistas probos e sérios, também mudou algo. 
Um democrata sabe a importância da Liberdade de Imprensa para a construção de uma sociedade moderna e progressista. Não para se sobrepor ou para usurpar a liberdade, mas para lhe dar um novo horizonte e um sentido partilhado e alargado.

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

PONTA DO ICEBERG DE PROMISCUIDADES

"Assessores, críticos, editores, jornalistas e políticos estão cada vez mais articulados e sintonizados, com grande prejuízo da informação, transparência e rigor. 
Foi com espanto, ou não, que ficámos todos a saber que a promiscuidade também se faz sentir, e de que maneira, no reino da comunicação social. 
Num longo ensaio publicado na revista sábado, João Pedro George destapa o véu sobre uma enorme teia de interesses e cumplicidades entre assessores, jornalistas, editores, escritores e afins que "atacam" num suplemento do jornal Público. A leitura revela uma série alucinante de más práticas impensáveis num jornal de referência, deixando qualquer cidadão de boca aberta perante uma factualidade que mais parece ter saído do universo mediático de uma qualquer república das bananas. 
O segundo exemplo ainda é tão ou mais arrepiante. Uma entrevista ao Expresso, dada pelo primeiro-ministro, deu origem a uma série de trapalhadas entre as quais se destaca a retenção de uma notícia - e que notícia! - sem qualquer justificação aos leitores daqueles semanário. Entrevistado e jornalistas concertaram a publicação do anúncio de uma crise institucional para uma data posterior de acordo, certamente, com o interesse de ambas as partes, em detrimento do dever de informação e do respeito pelos leitores. Inimaginável! 
Estes dois exemplos revelam que há uma parte da comunicação social que está transformada num lodo, o qual deixa os jornalistas sem qualquer autoridade ética e deontológica para apontar o dedo ao pântano em que o poder político está afundado há muitos anos. E isto poderá ser apenas a ponta do iceberg...
Consequências? Nada, só silêncios. Se o conhecimento destes dois episódios nos revelam um mundo de opacidades na imprensa também é verdade que nos permite ainda ter esperança na existência de um resto de jornalismo atento, livre e limpo. 
O cancro que está a liquidar a comunicação social é muito mais do que uma questão financeira. Colocando-se a jeito desta forma descarada não há dinheiro que valha para garantir uma informação independente e a salvação do sector.»

domingo, 19 de abril de 2020

O bolo de 15 milhões e o jornalismo "não domesticado"...

"O BE pediu apoios de 15 milhões de euros para a comunicação social. 
A proposta dos bloquistas foi apresentada como um desafio ao Governo."
O BE pediu...
"E o Governo investiu 15 milhões de euros em publicidade institucional para apoiar comunicação social."
No fundo vai ser isto: "o Governo vai gastar 15 milhões de euros em publicidade institucional. A verba poderá começar a chegar aos órgãos de comunicação social ainda durante o mês de abril e traduz a prometida ajuda pública à imprensa, rádio e televisão". 
Traduzindo: os portugueses vão dar 15 milhões de euros à Comunicação Social. E a RTP e a Lusa ficaram de fora deste bolo.
Admitindo que o BE teve preocupações com a qualidade da informação a que os portugueses têm direito - os portugueses têm direito a mais que o facebook, pois o facebook é apenas o facebook... - e que numa sociadede culta, exigente e democrática, é fundamental haver  uma Comunicação Social livre e isenta, feita por jornalistas competentes, fica-me uma interrogação: quais são e onde estão esses órgãos de Comunicação Social? 
De acordo com a ministra da Cultura Graça Fonseca , esta verba representa o triplo do que estava previsto no Orçamento do Estado para 2020

É assim, atirando diheiro para cima do problema, que o poder, “mais do que apoiar os órgãos de comunicação social, tem como desígnio principal, defender um jornalismo livre, independente e plural”?
Uma “comunicação social” domesticada servirá de pouco aos que pagaram a factura dos 15 milhões: os portugueses...