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quinta-feira, 12 de março de 2015

A vida difícil dos “boys”: Luís Cacho foi substituído por fax!..

Ao contrário do que, eventualmente, alguém poderá pensar, tenho uma grande consideração e comiseração pelos “boys”.
Sei que é uma fraqueza mas sou assim: o meu sentimento de solidariedade leva-me a ter estima pelos mais fracos e pelos que mais sofrem...
E os chamados “boys” estão nesta situação - na nossa classe política, são a “ralé”.
Como dei conta aos leitores deste blogue, o Porto da Figueira da Foz mudou de administração...
A «estória» é o habitual: saem “boys” do PS e entram “boys” do PSD.
Só que hoje tive conhecimento de outros pormenores: O presidente do Porto de Aveiro, José Luís Cacho, foi substituído por fax!..
Isto chocou-me e veio ao encontro com o que pensava e escrevi aqui: ao contrário do que muita gente pensa, não é fácil ser "boy". Mais difícil ainda, é manter-se "boy".
Num dia podem estar felizes - eram assessores e amigos de um qualquer Seguro, Costa, Santana, Coelho, Cavaco, Ataíde... - e, no outro, podem estar desempregados e sem amigos no poder.
Aliás, a vida difícil dos "boys" começa antes de o ser...
Tudo tem início quando têm que apostar em que partido e em que políticos desse partido devem apostar. Se apostam no partido errado, «estão feitos ao bife». Se apostarem no partido vencedor nada garante que estão garantidos: o político a quem andaram a escovar e a dar graxa, pode ficar-se por um lugar de deputado na última fila ou vereador sem pelouro...
Os "boys" – e eu conheço alguns - são dos que mais sofrem no chamado “mercado de trabalho político”, dos que mais estão sujeitos à mobilidade: se não souberem mudar de partido no momento certo, a sua longevidade pode ser curta. 
Passam horrores com a precaridade laboral, sofrem de doenças profissionais com destaque para os bicos-de-papagaio provocados pelos maus tratos a que a coluna vertebral é forçada, são obrigados a desempenhar funções pouco dignas como, por exemplo, a de «pitbull» do dono.
Acresce, ainda, que não é verdade que todos sejam privilegiados. Há "boys" de primeira e "boys" de segunda. Se, por um lado, há os que chegam a administrador de institutos ou assessores em Lisboa, por outro, também os há que não passam de humildes assessores de presidentes ou vereadores da província...

sexta-feira, 12 de março de 2010

Em defesa dos presidentes de Junta

Admito que existam alguns presidentes de Junta que são “boys”!..
Mas, aceitar que as remunerações de presidentes de junta sejam apelidadas como “money for the boys” (dinheiro para os rapazes), quando se permaneceu mudo e quedo perante a nomeação de uma catrefada de assessores para os gabinetes governamentais, ao mesmo tempo que se exige aos portugueses que apertem o cinto, no mínimo, é muito difícil de entender!..

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Os "boys" são sempre os outros...

"PSD acusa Governo de querer encher administração pública de "boys" do PS"!..
Se não fosse triste, até tinha a sua piada
Muitos de nós sabem - até existe um estudo que mostra que os "boys" ajudam a controlar administração pública - que existem dois tipos de motivações por trás das nomeações para cargos na cúpula da administração central: o “controlo de políticas públicas” e a “recompensa por serviços prestados anteriormente ou em antecipação aos mesmos”.
Muitos de nós também sabem, que a influência dos partidos nas nomeações na administração pública, para além de  "uma realidade conhecida", constitui ainda "um dos maiores problemas do país, com um impacto económico tremendo".
Só por milagre um "boy" de uma juventude partidária, cuja grande experiência é organizar jantares e comícios, consegue fazer um bom trabalho num organismo público. 
Para quem acredita em "milagres", poderá haver uma ou outra excepção, mas a regra é que os "boys" nomeados tomem decisões incompetentes e erradas. 
Há um ano, quando se tratava da malta do PSD, eram as grandes qualidades e qualificações morais e profissionais que os levavam a ocupar os proveitosos lugares...
Nada de novo: a tendência continua a ser para valorizar a fidelidade e não o mérito...
A dança dos jobs for the boys, continua muito bem ensaiada pelos partidos do arco da governação...

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Job for the boys na Figueira...

PS, PSD e CDS/PP, a nível do poder central, são os  partidos que, após a democracia, implementaram essa prática que é conhecida por "jobs for the boys"...
Em 1995, António Guterres, acabado de tomar posse como primeiro-ministro, prometia que ia acabar com os "jobs for the boys", ou seja, que a utilização dos dinheiros públicos ia deixar de obedecer a critérios partidários. Mais de 20 anos depois, um estudo, cuja análise começa em 1995, revela precisamente que as nomeações para os lugares, nas administração pública nacional e local, são influenciadas pelos partidos políticos.

Muitos de nós recordamos o que se passou nos 12 de anos de poder PSD, na Figueira, no que à colocação de “boys” disse respeito.
Apeado que foi o PSD do "pote" camarário, cheguei a admitir que as coisas melhorassem com o presidente Ataíde e que viesse a ser adoptada uma prática mais transparente.
Porém, tive sempre as minhas dúvidas sobre essa possibilidade, porque imagino o poder e as exigências da máquina partidária e do "amiguimismo"
Também aqui, este executivo perdeu uma boa oportunidade de iniciar uma nova prática e demonstrar que vinha para implementar critérios diferentes.
Como os exemplos, que podem ser conferidos na totalidade aqui e aqui, demonstram, é mais do mesmo...

sábado, 29 de outubro de 2016

Jobs for the boys. Nem nisso são originais!..

Um dos aspectos mais negativos e que em muito tem contribuído para a má imagem dos partidos são os chamados “boys”. A crítica nem sempre é justa, todos os partidos têm milhares de jovens a militar nas suas fileiras, desde o PCP ao CDS , os partidos vivem em grande medida da generosidade destes militantes. Mas a verdade é que tanto nas autarquias como nos gabinetes governamentais, assistimos a uma vaga de oportunismo inaceitável.

Há algumas décadas, os assessores e adjuntos dos governantes eram técnicos seniores da Administração Pública de mérito reconhecido, a esmagadora maioria deles, incluindo chefes de gabinetes, eram escolhidos entre alguns dos melhores quadros dos serviços público. De há alguns anos generalizou-se a pouca vergonha, os gabinetes governamentais estão cheios de inúteis amigos dos membros dos governos, muitos deles sem grandes qualificações, sem experiência e alguns com um QI entre o burro e o idiota.

Em nome da escolha por confiança política os governantes usam os dinheiros públicos para empregar ou dar currículo a amigos. Nesta corrida encontramos de tudo um pouco, desde colegas repetentes das universidades, a filhos de ex-governantes recém-licenciados e em busca de promoção. Na hora de ser necessário produzir a regra é o recurso a escritórios de advogados. 
Mas parece que o patamar da decadência continua cada vez mais baixo e agora temos assessores do primeiro-ministro e chefes de gabinete de secretários de Estado tão idiotas que chegam ao ponto de declararem ter cursos que não concluirão, a estupidez é tanta que um destes idiotas chega ao ponto de dizer que tem duas licenciaturas. Isto vai chegar a um ponto em que um qualquer destes palermas ainda vai declarar ter residência habitual na Lua, só para receber ajudas de deslocação

Não é aceitável que haja tanta gente a dar o seu melhor e depois venham dois imbecis dar força a um Passos Coelho só porque pensaram que ninguém iria reparar nas suas falsas declarações. Ao que parece já se demitiram, esperemos agora que António Costa faça agora o que deve fazer, comunicar as situações ao MP para que sejam acusados dos crimes que cometeram e que os obrigue a indemnizar o Estado pelos vencimentos que andaram a receber de forma indevida. É para que estes e outros aprendam a lição.

Espero igualmente que o Partido Socialista tenha respeito pelos seus simpatizantes, eleitores e militantes e faça o que deve fazer nestas circunstâncias, se estes boys forem seus militantes, devem ser iniciados processos disciplinares com vista à sua expulsão, partidos dignos e com a história do PS não podem ter aldrabões nas suas fileiras.

Boys imbecis...

domingo, 21 de novembro de 2021

Rio diz que não nomeará 'boys' ou 'girls' para a administração pública

A notícia até parece boa, mas...
Via Diário de Notícias, o presidente do PSD e recandidato ao cargo assegurou ontem, sábado, que não vai nomear "'boys' ou girls' para a administração pública, por considerar errado e porque depois poderem voltar-se contra ele. 
"Não vou nomear 'boys' ou 'girls' ou o que lhes queiram chamar para a administração pública. Não vou não. Não vou porque acho que está errado, não vou porque depois sobra para mim. Se nomeio um incompetente, depois sobra para mim".

sábado, 28 de agosto de 2010

Money for the boys

“Estado deve oito meses de salário aos presidentes das Juntas de Freguesia”!..
Isto, é no que dá ser "boy" de raça inferior!.. A nata dos “boys” anda pela Assembleia da República, pelo governo, pelas grandes empresas amigas do governo, pelas empresas municipais, etc.!..
Desde já, porém, quero deixar claro que não morro de amores por esta proposta da transferência de 5 milhões para pagar aos eleitos das freguesias. Se é certo que as Juntas de Freguesia maiores exigem trabalho a tempo inteiro (e não serão assim tantas em todo o País), era grato saber que ainda havia quem se dedicasse à política de forma voluntária, nos tempos livres, e sem qualquer remuneração, como eu aliás fiz algures entre 1986 e 1989. Assim se constrói a cidadania.
Mesmo a inevitabilidade de ter de se pagar a quem destina um domingo, de quatro em quatro anos, para estar em mesas de voto não me é simpática. Aqui, também posso falar por experiência própria, pois estive anos e anos em mesas de voto e nunca recebi um tostão.
Mas, ao que parece, também aqui os tempos mudaram...
Mas, vamos ao essencial. O grave não foi a proposta. Foi a frase do ministro Teixeira dos Santos, talvez sugestionado pelo mundo que o rodeia, considerou que as eleições não são mais do que uma distribuição de tachos.
Sejamos claros: os presidentes de Junta, na sua esmagadora maioria, são cidadãos anónimos, sem grandes ambições políticas.
Foram eleitos pelo Povo. Não são nomeados no segredo dos gabinetes. Mesmo que façam o seu caminho nos partidos, nas secções e nas concelhias, ao menos passam pelo voto democrático. Não são boys. Foram eleitos.
Posso estar enganado, mas este atraso cheira-me a vingança. Se assim for, é feio, muito feio mesmo.

domingo, 31 de outubro de 2010

Boys, chorudos salários, mordomias e outras formas de enriquecimento rápido




Nos últimos anos, muito se tem falado de boys, de salários, de mordomias e outras formas de enriquecimento rápido... Não estou dentro do negócio dos jornais, mas presumo que os boys, os chorudos salários, mordomias e outras formas de enriquecimento rápido, devem vender muito papel!...

quinta-feira, 4 de abril de 2019

"Familygate", a tradição já vem de longe...

Governo de Cavaco Silva nomeou 11 mulheres de ministros e secretários de Estado e mais 4 familiares directos.

Dias Loureiro, Fernando Nogueira, Marques Mendes, Arlindo Cunha... O que têm em comum estes ex-membros do Governo de Cavaco Silva? As respectivas mulheres foram nomeadas para cargos na estrutura do Executivo. Há mais casos. Apesar disso, ontem o ex-primeiro-ministro criticou arduamente os "jobs for the boys" do Partido Socialista, que hoje fizeram a sua primeira vítima: o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, que nomeou um primo para o seu gabinete.
Depois de na semana passada ter afirmado que não se recordava de existirem relações familiares nos governos que liderou, o ex-primeiro-ministro e ex-presidente da República, Cavaco Silva, voltou ontem a pronunciar-se sobre o tema.
Foi na  apresentação do livro “A Reforma das Finanças Públicas em Portugal”, de Joaquim Miranda Sarmento, porta-voz do conselho estratégico nacional do PSD, que Cavaco Silva, referindo-se de novo ao tema, afirmou o que se segue: “Como se tem vindo a e verificar, a prática de 'jobs for the boys' é muito negativa para o país e para os portugueses. No livro que escrevi em 2017, classifiquei as situações deste tipo como indecorosas".

Se, agora, Cavaco repugna os “jobs for the boys”, no tempo em governou não se opunha aos “jobs for the girls”.
Num artigo do jornal O Independente, datado de 7 de Fevereiro de 1992 (a meio da segunda maioria absoluta do PSD), as nomeações são expostas em catadupa. Quase ninguém escapa. 

Maria dos Anjos Nogueira, mulher do poderoso ministro da Presidência e da Defesa Nacional, Fernando Nogueira, foi colocada como adjunta do secretário de Estado da Saúde, José Martins Nunes. Confrontada pelo Independente, confirmou a nomeação, mas recusou-se a comentá-la. Também Fátima Dias Loureiro, mulher de Dias Loureiro, ministro da Administração Interna, foi para adjunta de Pedro Santana Lopes. Licenciada em História, foi-lhe atribuído um salário mensal de 310 contos líquidos. Ao Independente afirmou que “estou cá e não guardo segredo (...) estou cá pelo que sou”. Também Sofia Marques Mendes, mulher do agora comentador da SIC (que na altura era um dos membros mais influentes do Governo), foi nomeada para adjunta do secretário de Estado da Agricultura, Álvaro Amaro. Licenciada em Línguas e Literatras Modernas, fora professora durante oito anos. Salário que passou a auferir no Ministério da Agricultura: os mesmos 310 contos que a mulher de Dias Loureiro. Em declarações ao jornal então dirigido por Paulo Portas, afirmou que ainda se estava a “meter nos assuntos”, mas que “gostava” do trabalho de gabinete. Outro caso apresentado era o de Margarida Cunha. Mulher do então ministro da Agricultura Arlindo Cunha, foi nomeada secretária do ministro Couto dos Santos, com o salário de 150 contos mensais. Ao jornal, justificou a sua nomeação com “a confiança pessoal e política que existe à partida para estarmos aqui dentro.” Também Carlos Encarnação, secretário de Estado Adjunto na Administração Interna, tinha a sua mulher no Governo. Maria Filomena de Sousa Encarnação era adjunta do subsecretário de Estado da Cultura, António Sousa Lara. Advogada em Coimbra, acompanhou o marido para a capital, onde já fora chefe de gabinete do então Provedor de Justiça, Mário Raposo. Outro caso: Maria Cândida Menezes. Reconhece o apelido “Menezes”? Sim, pertence a Luís Filipe Menezes, na altura secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e futuro líder do PSD. Maria Cândida era secretária de Fernando Nogueira. Ainda outro: Celeste Amaro, mulher de Álvaro Amaro, secretário de Estado da Agricultura, foi destacada para trabalhar nos serviços sociais da Presidência do Conselho de Ministros, onde era vogal da direção. Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, acompanhou Amaro de Coimbra para Lisboa. Ao Independente afirmou que “as coisas são difíceis para qualquer mulher de um membro de Governo. Tem de servir de mãe e de pai. E ninguém que seja profissional quer deixar de trabalhar. Acontece o mesmo com algumas amigas minhas que estão na mesma situação”. Outro caso apontado era o do casal Paulo Teixeira Pinto e Paula Teixeira da Cruz. Ele tinha sido recentemente nomeado sub-secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros. Teixeira da Cruz era assessora de Marques Mendes, o secretário de Estado, chefe direto de Teixeira Pinto. Tratava-se, porém, de um caso com contornos especiais. Teixeira da Cruz fora nomeada para o cargo em 1987 e o marido, que viria a tornar-se banqueiro, entrou depois dela no gabinete. Os dois tinham sido colegas no curso de Direito, tendo obtido as melhores notas do seu curso. A lista prossegue com Regina Estácio Marques, secretária de Carlos Encarnação e mulher de Pedro Estácio Marques, assessor de Cavaco Silva – ou seja, até no seu gabinete Cavaco tinha colaboradores com familiares diretos na estrutura governamental. Ao Independente, Regina sublinhou que “não foi nenhum tacho para uma senhora doméstica que está em casa sem fazer nada”. Outra Loureiro, que nada tinha a ver com Dias Loureiro, foi nomeada para o Governo, mais concretamente para a Administração Interna, onde convivia com o seu marido, Carlos Loureiro. Ao Independente, Fátima Loureiro revelou que quando se colocou a possibilidade de o seu marido vir de Coimbra para Lisboa, lhe impôs uma condição: virem os dois para a capital. “Não fazia sentido eu ficar lá sozinha e o meu marido viver aqui também sozinho”, afirmou então. Ganhava 250 contos líquidos como adjunta. O lote de relações familiares descritas pelo jornal estende-se por muitos outros nomes: Eduarda Honorato Ferreira, responsável pela coordenação da agenda do Ministro das Finanças, era irmã de José Honorato Ferreira, chefe de gabinete de Cavaco Silva. Isabel Elias da Costa, mulher de Elias da Costa, secretário de Estado das Finanças, era adjunta de Couto dos Santos nos Assuntos Parlamentares. Teresa Corte Real Silva Pinto, secretária de Couto dos Santos, era irmã da secretária de Estado da Modernização Administrativa, Isabel Corte Real. Isabel Ataíde Cordeiro, adjunta da secretária de Estado do Desenvolvimento e Planeamento Regional, Isabel Mota, era casada com Manuel Falcão, chefe de gabinete do secretário de Estado da Cultura. Com um porém: Isabel já estava no gabinete quando o marido ainda não se encontrava no Governo. É, pois, um caso diferente dos demais. Também Margarida Durão Barroso, mulher do então secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Durão Barroso (que havia de chegar a líder do PSD e a presidente da Comissão Europeia), foi nomeada para a Comissão dos Descobrimentos. 
Ao todo, são 15 casos no governo Cavaco Silva - e só no seu gabinete são dois. Mas o ex-primeiro-ministro não se recorda deles. Em declarações ao Polígrafo, Inês Serra Lopes, ex-directora do Independente e autora do artigo, afirma que fez o texto com base em listas internas dos vários ministérios a que teve acesso. "Estavam lá os nomes e os respetivos números de telefone. Desatei a telefonar para todos os apelidos que imaginava que poderiam ter alguma ligação com um membro do Governo." Algumas das visadas "falaram tranquilamente", outras nem por isso: "Houve quem me tenha desligado o telefone na cara." 
Hoje, o chamado “familygate” já fez a primeira vítima: o Secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, demitiu-se na sequência da divulgação da nomeação do seu primo para adjunto do seu gabinete. 

Actualização: Este artigo foi editado às 16h14, com uma alteração: as nomeações de familiares do sexo feminino no Governo de Cavaco Silva totalizavam 15, como constava no título inicial, mas 4 delas não tinham relações maritais com membros do Governo, embora tivessem ligações familiares directas."

sexta-feira, 19 de abril de 2019

O problema de Carlos Monteiro e da Figueira da Foz nos dois próximos anos

Na edição de hoje do Diário as Beiras (comprem o jornal, pois vale a pena ler e guardar a entrevista para memória futura), Carlos Monteiro, presidente da câmara Municipal da Figueira da Foz, em substituição de João Ataíde, que foi obrigado a renunciar ao ir para Secretário de Estado do Ambiente, dá uma entrevista. A dado passo, quando o jornalista lhe coloca a questão,  "já definiu as prioridades?", responde: "As prioridades já estavam definidas. Foram definidas quando fizemos o programa eleitoral e quando apresentámos o orçamento."
Imagem via Diário as Beiras
Este vai ser o problema de Carlos Monteiro e do concelho da Figueira da Foz para o que resta deste mandato.
Como escrevo na crónica que assino às sextas no Diário as Beiras, "o presidente Carlos Monteiro, com a renúncia de João Ataíde, ficou com o

problema mais complicado que já teve: resolver o problema, porque não foi eleito para resolver este problema - ser presidente da câmara. Fez o percurso político a engolir sapos e a passar entre os “pingos da chuva”. Não estava habituado a ter de resolver problemas.A sua preocupação era estar de bem com todos, especialmente com os da sua classe política. Ora, para tentar resolver o problema que herdou, irá dar prioridade aos “boys” ou ignorar o povo, os que o elegeram? Em democracia, os problemas resolvem-se com o povo e pelo povo, nunca nas costas do povo em manobras de bastidores, como se quem elege nunca mais tivesse voz ativa no que o eleito vai fazer. A sua ascensão a presidente não foi sufragada pelo povo. Esse é o problema. Tudo mudou. Tem o poder, mas saberá o que fazer com ele? O problema está aí. Marinha das Ondas, Cabedelo, erosão costeira, turismo, gestão financeira, cultura, preço da água, urbanismo, mobilidade, transportes, educação, ambiente ou emprego são questões que vão exigir que resolva o seu problema: ouvir e decidir mediante o que os “boys” e os interesses lhe vão dizer, ou confiar no povo? Os eleitos, na Figueira da Foz, costumam exercer os poderes sem terem em conta a natureza de um estado de direito e do significado de uma palavra tão simples quanto esta: Democracia. Esse tem sido o real problema."
Noutra parte da entrevista ao ser-lhe perguntado se "está recetivo a que o museu do mar seja instalado na Freguesia de São Pedro?", respondeu desta forma. "Acho que é um assunto que temos de resolver com calma. Independentemente de podermos ter um espaço no Cabedelo e um espaço em Buarcos, aquilo que se pretende é saber o que pretendemos para o museu do mar. É um assunto que não está nas prioridades do executivo, assim como não estava no anterior. Vamos avaliando e conversando."
Esta, é a chamada conversa da treta e para "encher chouriços", pois a posição do presidente Carlos Monteiro sobre a instalação de um Museu do Mar na Figueira da Foz é outra.
Um presidente de câmara tem o dever de ter ideias e propostas e assumi-las com frontalidade e coerência política.
Assim, a leitura política possível é – uma vez mais – a de que o Carlos Monteiro continua a  cultivar o seguidismo na administração do concelho de que agora é presidente e vai continuara a encarar as críticas como sempre o fez: como delito de opinião. Vai continuar a preferir a fidelidade acrítica à competência. E vai continuar a não tolerar a irreverência.
Temos pena...

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

34 anos de GRUPO DESPORTIVO COVA-GALA

Os sonhos e os rostos são os mesmos. As vitórias, as promessas e as dificuldades teimam em permanecer. O campo é o mesmo -  lamentável!
Hoje, 5 de Outubro de 2011 o Grupo Desportivo Cova-Gala celebra 34 anos de existência.
Naquele pedaço de saibro, miúdos com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos de idade praticam no clube que por opção escolheram a modalidade que gostam – futebol.
Segundo consta,  ao lado do campo do Grupo Desportivo Cova-Gala vai nascer mais uma invenção do poder local - um campo sintético (4 x 4). Uma espécie de campo de futebol (idêntico ao campo do parque de merendas – “o ex-líbris da vila”). Não quero acreditar que seja verdade. Alias, não pode ser verdade!
O Grupo Grupo Desportivo Cova-Gala sonha com o campo prometido. O Grupo Grupo Desportivo Cova-Gala merece o campo prometido.
A “Vila de S.Pedro” dos boys não merece este Cova-Gala que luta todos os anos para sobrevir.
A “Vila de S.Pedro” dos boys devia ser mais do que uma terra de rotundas idealizada por cabeças quadradas.
O Grupo Grupo Desportivo Cova-Gala dificilmente formará "craques". No entanto, uma coisa é certa, o Grupo Grupo Desportivo Cova-Gala continua diariamente a formar Homens!..

Parabéns Grupo Desportivo Cova-Gala!..

Texto e foto de PEDRO José Agostinho da CRUZ

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Boys e girls: a Figueira não é excepção...

As barracadas têm-se sucedido na Figueira!
Todos nos lembramos ainda do caso Anselmo Ralph...
Agora, é o caso do cais da sardinha, que nunca foi cais, mas, sim, como a foto da década de 50 do século passado demonstra, praia da sardinha!..
Quando é que o nosso concelho ao eleger cidadãos, em listas de partidos políticos, para o representar e gerir o seu destino, deixa também de "eleger" uma panóplia de boys e girls impreperados, que fazem carreira nas estruturas partidárias das forças políticas que têm ganho as eleições na Figueira?..
Na Figueira, o mérito e a experiência, não contam.
Importante é ser ser-se amigo dos que mandam.

Todos os executivos liderados pelo PS e pelo PSD foram assim...
Muitos favores político partidários foram pagos à custa do erário público...
É por isso que não me surpreendem estes e outros casos.
Isto, no fundo,  simboliza  aquilo que a sociedade figueirense corporiza hoje em dia.
E fomos nós todos que contribuímos para termos chegado "ao estado a que, por cá,  isto também chegou..."
Porque votámos (e continuamos a votar...) em pessoas que pensam sobretudo no seu umbigo, com promessas de mundos e fundos, mas que acabam a governar para satisfazer clientelas, - alguns dos que ajudaram os líderes a desbravar terreno nas duras campanhas eleitorais.

Enquanto isso, a taxa de desemprego no concelho da Figueira continua a liderar a nível distrital!..
E, esse número, são pessoas reais, de carne e osso, que passam dificuldades.
Alguns, talvez muitos deles, com imensos sacrifícios e mérito, tiraram um curso a sério...
Todavia, na Figueira, o mérito,  sobretudo na esfera da Administração Pública, mas não só, foi sempre coisa para tolos.
Desde concursos públicos, onde o seleccionado já estava escolhido no início, passando pelas nomeações políticas, tudo acontece...
Foi por aqui, entre uma coisa e outra, que ao longo da minha vida, assisti aos benefícios, pagos com o dinheiro de todos, a serem usufruídos por uma minoria...
Na Figueira, tem sido assim: a podridão tem reinado, quando o que seria de exigir de uma cidade e de um concelho gerido por gente decente, era a transparência.

domingo, 25 de outubro de 2015

ÚLTIMAS OPORTUNIDADES?..

"Desde o dia 5 de outubro até à sexta-feira passada, o Governo fez publicar em "Diário da República" perto de uma centena de nomeações de dirigentes para cargos intermédios na Função Pública, que não têm de passar pela CReSAP, a Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública." - Jornal de Notícias de 25 de outubro de 2015.

Em tempo.
Qual boys ou meios boys... É só gente competente!..
Os outros, olho da rua!..
Passos, o homem que não queria ser eleito para dar emprego aos amigos...
Enquanto os portugueses não perceberam que a democracia tem estado condicionada, nada vai mudar. 
Coadjuvados pela perpétua chusma de funcionários intelectuais (alguns deles jornalistas), tão necessária, em democracia, para o controle da opinião pública, os verdadeiros dirigentes do país sabem organizar-se de modo a garantir os preciosos ofícios dos seus políticos. 
Quanto a estes, os políticos, não passam de actores num espectáculo de marionetas cuja produção há muito não controlam. 
No meio de todo este circo patético, ainda fingem eleições, com a mentira do sufrágio popular e a imagem do povo como fonte do poder. 
Um dias destes, porém, ainda são capazes do propor que se passem a eleger os deputados nos conselhos de administração das 100 maiores empresas, com o argumento de que nos ficaria mais barato...

quarta-feira, 12 de abril de 2023

As polémicas com mulheres de ministros já vêm de longe...

Notícia de ontem do Diário de Notícias: PSD pede "esclarecimento cabal" a Medina sobre nomeação de mulher de Galamba.

Primeira página de hoje, 12 de Abril de 2023 do Correio da Manhã.

Fica a pergunta: polémica com Galamba é alguma novidade ou "é apenas mais um episódio"?

Claro que não: é, apenas, mais um episódio da tomada de poder que os partidos em Portugal concretizaram há dezenas de anos do aparelho de Estado.

Nada disto é novo. Nada disto é surpreendente. É mais do mesmo.

Têm dúvidas?

Recordemos um artigo do jornal O Independente, datado de 7 de Fevereiro de 1992: "Governo de Cavaco Silva nomeou 10 mulheres de ministros e secretários de Estado e mais 4 familiares diretos".

Dias Loureiro, Fernando Nogueira, Marques Mendes, Arlindo Cunha... 

O que têm em comum estes ex-membros do Governo de Cavaco Silva? 

As respetivas mulheres foram nomeadas para cargos na estrutura do Executivo.

Mas há quem tenha a memória curta. Cavaco Silva, por exemplo, em 3 de Abril de 2019, na  apresentação do livro “A Reforma das Finanças Públicas em Portugal”, de Joaquim Miranda Sarmento, então porta-voz do conselho estratégico nacional do PSD, referindo-se  ao tema, afirmou o que se segue: “Como se tem vindo a e verificar, a prática de 'jobs for the boys' é muito negativa para o país e para os portugueses. No livro que escrevi em 2017, classifiquei as situações deste tipo como indecorosas".

Cavaco, ao que presumo, continua a repugar os “jobs for the boys”. Porém, no tempo em governou não se opunha aos “jobs for the girls”. O Polígrafo investigou a época do cavaquismo e encontrou um fenómeno peculiar que destrói por completo a argumentação do ex-primeiro-ministro e as actuais críticas do PSD: a nomeação em série de mulheres de ministros e de secretários de Estado para gabinetes governamentais e estruturas dependentes do Estado.

Num artigo do jornal O Independente, datado de 7 de Fevereiro de 1992 (a meio da segunda maioria absoluta do PSD), as nomeações são expostas em catadupa. Quase ninguém escapa.

Maria dos Anjos Nogueira, mulher do poderoso ministro da Presidência e da Defesa Nacional, Fernando Nogueira, foi colocada como adjunta do secretário de Estado da Saúde, José Martins Nunes. Confrontada pelo Independente, confirmou a nomeação, mas recusou-se a comentá-la.

Também Fátima Dias Loureiro, mulher de Dias Loureiro, ministro da Administração Interna, foi para adjunta de Pedro Santana Lopes. Licenciada em História, foi-lhe atribuído um salário mensal de 310 contos líquidos. Ao Independente afirmou que “estou cá e não guardo segredo (...) estou cá pelo que sou”.

Também Sofia Marques Mendes, mulher do agora comentador da SIC (que na altura era um dos membros mais influentes do Governo), foi nomeada para adjunta do secretário de Estado da Agricultura, Álvaro Amaro. Licenciada em Línguas e Literatras Modernas, fora professora durante oito anos. Salário que passou a auferir no Ministério da Agricultura: os mesmos 310 contos que a mulher de Dias Loureiro. Em declarações ao jornal então dirigido por Paulo Portas, afirmou que ainda se estava a “meter nos assuntos”, mas que “gostava” do trabalho de gabinete.

Outro caso apresentado era o de Margarida Cunha. Mulher do então ministro da Agricultura Arlindo Cunha, foi nomeada secretária do ministro Couto dos Santos, com o salário de 150 contos mensais. Ao jornal, justificou a sua nomeação com “a confiança pessoal e política que existe à partida para estarmos aqui dentro.”

Também Carlos Encarnação, secretário de Estado Adjunto na Administração Interna, tinha a sua mulher no Governo. Maria Filomena de Sousa Encarnação era adjunta do subsecretário de Estado da Cultura, António Sousa Lara. Advogada em Coimbra, acompanhou o marido para a capital, onde já fora chefe de gabinete do então Provedor de Justiça, Mário Raposo.

Outro caso: Maria Cândida Menezes. Reconhece o apelido “Menezes”? Sim, pertence a Luís Filipe Menezes, na altura secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e futuro líder do PSD. Maria Cândida era secretária de Fernando Nogueira.

Ainda outro: Celeste Amaro, mulher de Álvaro Amaro, secretário de Estado da Agricultura, foi destacada para trabalhar nos serviços sociais da Presidência do Conselho de Ministros, onde era vogal da direção. Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, acompanhou Amaro de Coimbra para Lisboa. Ao Independente afirmou que “as coisas são difíceis para qualquer mulher de um membro de Governo. Tem de servir de mãe e de pai. E ninguém que seja profissional quer deixar de trabalhar. Acontece o mesmo com algumas amigas minhas que estão na mesma situação”.

Outro caso apontado pelo Independente era o do casal Paulo Teixeira Pinto e Paula Teixeira da Cruz. Ele tinha sido recentemente nomeado sub-secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros. Teixeira da Cruz era assessora de Marques Mendes, o secretário de Estado, chefe direto de Teixeira Pinto. Porém, Teixeira da Cruz configurava um caso com contornos especiais, uma vez que o mérito foi o único critério na sua contratação.

Teixeira da Cruz fora convidada para o cargo em 1987 - antes mesmo de o seu depois ex-marido ter entrado no gabinete. Os dois tinham sido colegas no curso de Direito, onde se destacaram como alunos brilhantes, tendo obtido as melhores notas do seu ano. Nem Teixeira Pinto, nem Teixeira da Cruz eram militantes do partido, tendo sido recrutados unicamente com base nas suas competências técnicas no domínio jurídico. Ambos viriam a aderir ao partido apenas no final do cavaquismo - filiaram-se no dia seguinte à derrota eleitoral de 1995. Ou seja, é justo sublinhar que o epíteto de "girl" claramente não encaixa no perfil de Paula Teixeira da Cruz.

A lista prossegue com Regina Estácio Marques, secretária de Carlos Encarnação e mulher de Pedro Estácio Marques, assessor de Cavaco Silva – ou seja, até no seu gabinete Cavaco tinha colaboradores com familiares diretos na estrutura governamental. Ao Independente, Regina sublinhou que “não foi nenhum tacho para uma senhora doméstica que está em casa sem fazer nada”.

Outra Loureiro, que nada tinha a ver com Dias Loureiro, foi nomeada para o Governo, mais concretamente para a Administração Interna, onde convivia com o seu marido, Carlos Loureiro. Ao Independente, Fátima Loureiro revelou que quando se colocou a possibilidade de o seu marido vir de Coimbra para Lisboa, lhe impôs uma condição: virem os dois para a capital. “Não fazia sentido eu ficar lá sozinha e o meu marido viver aqui também sozinho”, afirmou então. Ganhava 250 contos líquidos como adjunta.

O lote de relações familiares descritas pelo jornal estende-se por muitos outros nomes:

Eduarda Honorato Ferreira, responsável pela coordenação da agenda do Ministro das Finanças, era irmã de José Honorato Ferreira, chefe de gabinete de Cavaco Silva.

Teresa Corte Real Silva Pinto, secretária de Couto dos Santos, era irmã da secretária de Estado da Modernização Administrativa, Isabel Corte Real.

Isabel Ataíde Cordeiro, adjunta da secretária de Estado do Desenvolvimento e Planeamento Regional, Isabel Mota, era casada com Manuel Falcão, chefe de gabinete do secretário de Estado da Cultura. Com um porém: Isabel já estava no gabinete quando o marido ainda não se encontrava no Governo. É, pois, um caso diferente dos demais.

Também Margarida Durão Barroso, mulher do então secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Durão Barroso (que havia de chegar a líder do PSD e a presidente da Comissão Europeia), foi nomeada para a Comissão dos Descobrimentos.

Ao todo, são 14 casos no governo Cavaco Silva - e só no seu gabinete são dois. Mas o ex-primeiro-ministro e ex-presidente da República e o PSD 2023, não se devem recordar deles. 

Em declarações ao Polígrafo, Inês Serra Lopes, ex-directora do Independente e autora do artigo, afirma que fez o texto com base em listas internas dos vários ministérios a que teve acesso. "Estavam lá os nomes e os respetivos números de telefone. Desatei a telefonar para todos os apelidos que imaginava que poderiam ter alguma ligação com um membro do Governo. " Algumas das visadas "falaram tranquilamente", outras nem por isso: "Houve quem me tenha desligado o telefone na cara."

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Tudo bons autarcas I – Pequenas máfias locais

"Se a maior parte das autarquias portuguesas são já um couto das pequenas mafias locais que gravitam em torno dos partidos políticos, em particular PSD e PS, o aumento do poder e dos recursos disponíveis trará consigo mais obras e adjudicações entregues a amigos e colegas de partido. Permitirá que autarcas corruptos paguem ainda dívidas de campanha ou assegurem financiamentos futuros. Garantirá emprego público para ainda mais boys e girls incompetentes, incubados na mediocridade das jotas, que serão colocados em posições-chave nas nossas escolas e centros de saúde como forma de pagamento do abanamento eleitoral de bandeiras. Reparem bem, caso não tenham percebido a extensão do problema, que teremos os nossos filhos nas mãos de imberbes sem formação, embrutecidos pelo fanatismo político-partidário. Em escolas e centros de saúde. E tudo isto com o alto patrocínio dos nossos impostos.

É por estas e por outras, muitas outras, que é absolutamente necessário fazer marcação cerrada aos autarcas portugueses. E como combatemos a corrupção e o tráfico de influências local? A meu ver, de duas maneiras. A primeira passa pelo reforço do papel da polícia, que lhe permita, na medida do possível, imunizar-se cada vez mais contra qualquer tipo de pressão por parte das máfias partidárias, e da Justiça, que deve ser mais rápida, eficaz e intransigente.

A segunda, à qual dedicarei várias publicações ao longo dos próximos meses, passa pela capacidade dos cidadãos de monitorizarem e pressionarem o poder local, examinando contratos e contratações públicas, ligações com a imprensa e empresários locais ou a condução do dia-a-dia da autarquia. Monitorizar o que gastam, como gastam, quem ganha concursos e em que condições. Esmiuçar a engenharia do ajuste directo. Estar atento às panelas dos boys, dos amigos e dos jotas. Ou quando dermos por ela viveremos todos em pequenas ditaduras, geridas a bel-prazer pelo caciquismo corrupto dos traficantes de influências e dos parasitas partidários que os rodeiam. A hemorragia pode e deve ser estancada e os corruptos colocados no local onde pertencem: atrás das grades."

João Mendes, via Aventar

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

"Querem lítio? É pôr a serra a arder!"

2017.
"As causas deste incêndio nunca foram explicadas. A única certeza é de que a origem foi, no mínimo, estranha.
Os efeitos da prospeção de lítio são visíveis e deixam perceber as dimensões das zonas exploradas. As minas a céu aberto são visíveis a quilómetros de distância.
Os rasgos, os degraus e as escavações feitas pelas empresas para procurar os melhores locais para instalar as zonas de exploração de lítio estão bem desenhados na paisagem.
À medida que as áreas afetadas vão sendo identificadas, as preocupações aumentam. O modo de vida, a forma de ganhar o sustento de cada dia também será afetado.
As empresas interessadas na exploração do lítio em Portugal estão a aproveitar as regiões destruídas pelos grandes fogos de 2017."
Em 2022 a Serra da Estrela está de novo a arder. O fogo regressou. E a origem dos fogos continua a ser estranha.
Uma crónica de Bruno Fialho
"A nossa Serra da Estrela, o pulmão de Portugal, está a arder há uma semana, de uma maneira nunca antes vista.
Começo por dizer que, quem tem tentado denunciar os esquemas, a corrupção, a má preparação, a falta de conhecimento de quem toma as decisões para aqueles que estão no terreno, mas que está sentado numa secretária em Lisboa, ou até a surreal inexistência de meios adequados para combater os gigantescos incêndios que estão a acontecer, imediatamente, é ameaçado para se calar.
É por demais ofensivo ver os nossos governantes a tentar esconder a incompetência e os erros cometidos pelos seus boys, nomeadamente aqueles que foram escolhidos a dedo e que sabem tanto de apagar fogos, como eu sei da cultura de pepinos.
A título de exemplo, a Secretária de Estado do Ministério da Administração Interna, Patrícia Gaspar, afirmou à RTP 1 que não existiu descoordenação no combate aos incêndios, quando todos já percebemos que o Governo pouco ou nada fez para salvar a Serra da Estrela, pelo que, ao fazer essas falsas afirmações, devia ser alvo de uma averiguação por parte Ministério-Público.
Entre as muitas situações de incompetência e descoordenação que têm acontecido, houve uma em particular, de que tive conhecimento por intermédio de amigos e que me deixou atónito.
Sabia que um helicóptero de combate aos fogos efectuou uma aterragem de emergência e, como não existe coordenação ou equipamentos fiáveis, teve 4 bombeiros, completamente desnorteados, à procura do aparelho, de povoação em povoação, sem a mínima ideia onde é que ele poderia ter aterrado? Isto aconteceu, mas a Secretária de Estado acha que são coisas normais.
Depois, ouvir a mesma Secretária de Estado dizer que os erros são inevitáveis, é assustador! É este tipo de gente incompetente que está a governar o país? São estes “carolas” que decidem sobre a vida de milhares de bombeiros e operacionais?
Esta Secretária de Estado e, já agora, todos os restantes membros do Governo, que não tenham a ideia de pôr os pés na Serra da Estrela, porque alguém lhes poderá dar a lição que merecem.
Infelizmente, o que aconteceu em Pedrogão não nos serviu de nada. Continua tudo igual, ou pior, sendo que, desta vez, já não há “Cabritas” a vender golas anti-fumo, mas temos o PS que continua com as “Costas” largas, porque tudo é feito à nossa frente e são muito poucos aqueles que verdadeiramente se indignam.
Como já tenho dito várias vezes, por muito menos, em 1974, uns oficiais do quadro permanente das Forças Armadas, uns convencidos pelos comunistas que iriam perder dinheiro para os oficiais milicianos, outros porque genuinamente queriam mudar algo no nosso país, fizeram uma revolução.
Olhando para trás vejo que os portugueses só se revoltam depois dos ditadores morrerem, portanto, como o António Costa ainda tem muitos anos de vida, vamos continuar a sofrer às mãos do PS.
Mas, os incêndios na Serra da Estrela não afligem toda gente, já há quem esteja a esfregar as mãos de contente com a possibilidade de transformar os parques florestais da Serra da Estrela em locais de prospecção e exploração de lítio.
E quem são os grandes defensores da exploração de lítio em Portugal? É o Governo PS, que colocou alguns boys em empresas estratégicas para controlar os milhões que vão ser negociados entre empresas e o próprio Governo.
Repito, quem tenta denunciar o que se está a passar, imediatamente é ameaçado para se calar, porque estão em jogo milhares de milhões de euros.
Se me acontecer alguma coisa nos próximos tempos, os leitores do DD já sabem o que foi.
E o que tem este metal (lítio) a ver com os incêndios da Serra da Estrela?
Começo por recordar que os Estados Unidos da América afirmam que Portugal tem a maior reserva de lítio da Europa e a sexta maior do mundo.
Depois, o Ministério do Ambiente já veio a público dizer que considera que a prospecção e exploração de lítio é uma oportunidade única para o país, no contexto de uma aposta global na descarbonização.
O que não nos podemos esquecer é que o Ministério do Ambiente foi quem mandou encerrar as centrais de carvão em Portugal, que serviam para produzir energia, para agora, só no primeiro semestre deste ano, andarmos a comprar mais de mil milhões de euros em energia a Espanha, em grande parte produzida em centrais de carvão espanholas.
Quanto ao facto de a exploração de lítio provocar enormes danos no ambiente e nas paisagens, promover a contaminação dos solos e reduzir a qualidade do ar, o Governo português contrapõe de que é um verdadeiro “negócio da China”.
Mas, se é um “negócio da China” e o Chile, a Argentina e a Bolívia são o chamado “triângulo do lítio”, concentrando cerca de 68% das reservas desse metal, por que razão estão em pior situação económica do que Portugal?
Se analisarmos a lista de países do mundo classificadas pelo produto interno bruto (PIB) em paridade de poder de compra (PPC) per capita, verificamos o seguinte: Portugal está em 38.º lugar, o Chile no 55.º, a Argentina no 62.º e a Bolívia no 114.º.
Se o lítio fosse o novo petróleo, como muitos nos tentam convencer que é, acha que os países do “triângulo do lítio” estavam numa posição tão abaixo daquela em que está Portugal?
Termino este artigo enviando um abraço sentido a todas as populações atingidas pelos incêndios, dizendo que podem contar com os portugueses para ajudá-los a recuperar tudo o que perderam, e respondendo com a minha opinião à pergunta que deixei acima: considero que era necessário fazer arder a Serra da Estrela, para criar condições para aumentar as áreas de prospecção e exploração de lítio, nomeadamente as que se situam nos distritos da Guarda e Castelo Branco.
É por isso que escolhi o título, QUEREM LÍTIO? É PÔR A SERRA ARDER!"

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

País dos boys

"É arguido no processo «Face Oculta» e renunciou em Julho aos cargos de administrador e vice presidente do conselho de administração do BCP, depois de, em Novembro de 2009 ter pedido a suspensão destas funções. Agora, Armando Varo, socialista e protegido de José Sócrates tem nova vida: desde 1 de Setembro que ocupa o cargo de presidente do conselho de administração da cimenteira Camargo Corrêa para África. Entre as suas funções estão as actividades da empresa brasileira em Moçambique e Angola. Para que os portugueses percebam melhor quem é a Camargo Corrêa, Platonismo Político explica: detém 32,6 por cento da Cimpor, actua em Moçambique nos sectores do cimento, da construção civil e da energia. A ascensão de Vara, em termos políticos e profissionais, tem várias nuvens pelo caminho, sempre com a protecção do padrinho Sócrates e do «pai» PS. Assim se governam os «boys» de um País em decadência."

Via Platonismo Político

domingo, 6 de outubro de 2019

Parabéns Grupo Desportivo Cova-Gala!..

Ontem, o Grupo Desportivo Cova-Gala completou 42 anos de vida. Tempo para recordar um texto de 5 de Outubro de 2011, que no essencial continua actual.

foto via ULTRAS MARGEM SUL


Texto de PEDRO José Agostinho da CRUZ
"Os sonhos e os rostos são os mesmos. As vitórias, as promessas e as dificuldades teimam em permanecer. O campo é o mesmo -  lamentável!
Hoje, 5 de Outubro de 2011 o Grupo Desportivo Cova-Gala celebra 34 anos de existência.
Naquele pedaço de saibro, miúdos com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos de idade praticam no clube que por opção escolheram a modalidade que gostam – futebol.
Segundo consta,  ao lado do campo do Grupo Desportivo Cova-Gala vai nascer mais uma invenção do poder local - um campo sintético (4 x 4). Uma espécie de campo de futebol (idêntico ao campo do parque de merendas – “o ex-líbris da vila”). Não quero acreditar que seja verdade. Alias, não pode ser verdade!
O Grupo Grupo Desportivo Cova-Gala sonha com o campo prometido. O Grupo Grupo Desportivo Cova-Gala merece o campo prometido.
A “Vila de S.Pedro” dos boys não merece este Cova-Gala que luta todos os anos para sobrevir.
A “Vila de S.Pedro” dos boys devia ser mais do que uma terra de rotundas idealizada por cabeças quadradas.

O Grupo Grupo Desportivo Cova-Gala dificilmente formará "craques". No entanto, uma coisa é certa, o Grupo Grupo Desportivo Cova-Gala continua diariamente a formar Homens!.."

terça-feira, 1 de março de 2016

É tão simples como isto:

Quem não quiser igual, pois que vote diferente...
Uma coisa é fazer diferente, outra é dizer que se está a fazer diferente ou que, a seu tempo, "quando for possível", se irá fazer diferente. Uma coisa é mudar, outra é prometer mudanças enquanto se vai fazendo igual em cima da paciência infinitamente elástica  de quem aceita que tudo fique na mesma, como vai ficando. Na boa tradição do centrão, o Governo PS acaba de imitar o seu antecessor na substituição de um comissário político por outro comissário político na presidência do CCB. Os socialistas podem agora argumentar com o que quiserem, o único critério foi a cor do cartão partidário. Os anteriores fizeram o mesmo, pois fizeram. Por isso é que agora, para não fazerem igual, teriam que fazer diferente. Seria necessário vontade e coragem política. Seria preciso abdicar dos tachos no aparelho do Estado que vão servindo para premiar as lealdades dentro dos aparelhos partidários. E eles não são doidos. São os tachos que os catapultam para o topo do aparelho dos partidos respectivos.  E nenhuma atribuição de nenhum tacho tem um custo eleitoral com expressão suficiente para obrigá-los a quebrar com a cultura dos dois partidos. Se para a grande maioria dos eleitores a captura dos organismos públicos pelos aparelhos partidários é uma questão lateral na formulação das suas decisões sobre o partido ao qual confiam o voto, se a maioria dos portugueses incorporou como natural que o seu voto sirva também para dar o poder de substituir boys laranja por boys rosa e vice-versa, seguramente que não serão aqueles cujas carreiras se fazem à sombra desta indiferença que irão tomar a iniciativa de matar a sua galinha dos ovos de ouro. Amanhã já quase ninguém se lembrará que o Presidente do CCB foi escolhido pela sua militância partidária, sem concurso público nem projecto conhecido. E as próximas eleições serão muito depois de amanhã.