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terça-feira, 21 de novembro de 2017

Por vontade de sua excelência o senhor presidente da câmara municipal da Figueira da Foz, vai ser assim e não pode ser de outra maneira

Imagem sacada do jornal AS Beiras. Edição de 21.11.2017
Ao tempo que eu sabia que teria de ser assim e porquê...
Longe dos olhares, no silêncio dos gabinetes, o Cabedelo estava a ser alvo de um atentado ambiental desde há muito tempo. 
Os interesses dominantes são vastos. Mas, sobre isso, o futuro falará... Cá estaremos, atentos...
Se nada mais conseguirmos, até ao final deste ano, nunca poderemos esquecer o julgamento e fazer cair definitivamente a máscara dos mandantes...

Como penso que toda a gente que vem até este meu canto sabe, tenho um fraquinho muito grande e especial pelo Cabedelo.
Desde que me recordo,  olho para o Cabedelo de uma forma cúmplice e agradeço a força e o sorriso que traz, todos os dias, à minha vida.
Como sabemos, a vida custa a todos... Mas, a alguns em especial!
Como acontece em tudo na vida, é preciso estar-se no sítio certo no momento certo. O trabalho e o esforço são determinantes, mas um pouco de sorte ajuda muito. 
E ter a sorte de poder, sempre que o queira, encontrar-me com um local como o Cabedelo, mais do que sorte, na minha vida tem sido uma benção. 

No inverno, tem aquela luz ténue e límpida, própria desta estação do ano. Em dias frios, tenho a sensação que o frio purifica a luminosidade, o que é uma mais valia, em especial, para os fotógrafos. 
A luz de inverno, no Cabedelo, é calma e fugaz. Os dias são curtos e transmitem a necessidade de não desperdiçar um momento que seja, pois os dias de inverno no Cabedelo são lindos, mas têm algo que faz lembrar o efémero. 
A partir da primavera tudo é diferente. A sensação de êxtase dura mais - quase parece permanente. 
Tirando o mês de Agosto, o Cabedelo rodeia-nos de uma atmosfera muito especial. Somos nós e o sol - isto, é a natureza.

A situação, por vontade de sua excelência o senhor presidente da câmara da Figueira da Foz, que determinou que "aquela é uma zona demasiado nobre para ser ocupada por campistas", é preocupante. 
Recordo ao senhor presidente que não há os portugueses campistas e os outros... Somos todos portugueses. Na Europa, onde estamos inseridos, a igualdade formal foi uma conquista da Revolução Francesa... 
Quem pensa e fala assim não percebe o essencial. Quer saber o que é essencial numa cidade como a Figueira da Foz, senhor presidente?
Tenho todo o gosto em explicar-lhe.
Uma cidade é sempre, pelo menos, dual. Tem uma zona cosmopolita e tem, por assim dizer, outras mais característica a que se costuma designar como típicas. 
O tipicismo é a profunda genuinidade... É onde reside a alma de uma cidade como a Figueira, a sua verdade que se tem que manter, sob pena dela se descaracterizar.
É isto que o Cabedelo é: genuíno, assim como está, com o Parque de Campismo, que foi, já lá vão quase 30 anos, que deu vida e alma ao Cabedelo, como todas as suas valências, incluindo a onda de surf, apesar de pessoas como o senhor  a terem liquidado.
Segundo o SOS Cabedelo, em 2009 “a primeira baixa provocada pelas obras de prolongamento do molhe norte da Figueira da Foz estava encontrada: trata-se de uma onda que tinha o nome de “maluca”, uma esquerda que quebrava na praia do Cabedelo, vulgo Cabedelinho, e partia junto ao molhe sul dentro da barra da Figueira da Foz.” 

Resta-nos lutar - e quem for crente, rezar... -  para que não cometam um atentando paisagístico e transformem o Cabedelo em mais um mártir ambiental no nosso concelho.
Senhores "quens" de direito, será pedir muito, enquanto ainda estão a tempo, que façam a escolha da solução certa para o Cabedelo? 
Será que vamos permitir, passivamente,  que nos acabem com a alegria que nos proporciona aquele bem estar saudável que nos permite sonhar e sorrir à vida! 
Para muita boa gente, eu incluído, é  disto que se trata, quando falamos do Cabedelo.
Aconteça o que acontecer uma coisa lhe garanto senhor presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz:  no Cabedelo ninguém me vai roubar o "MOMENTO ATÉ O SOL SE PÔR".
Ver o pôr-do-sol, no "meu" Cabedelo,  é continuar com a capacidade de viver com paixão todos os dias. 
É impossível alguém alhear-se de tanta beleza. Apetece declarar-lhe o nosso amor e dizer-lhe como é raro, único, superior...

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Há muito a rever no Cabedelo

Como escrevi em 9 de Abril de 2017, muito antes do início das obras, "longe dos olhares, no silêncio dos gabinetes, o Cabedelo está a ser alvo de um atentado." 
O resultado, embora não concluído, já é visível. 
"Obras do Cabedelo vão ser revistas", diz Manuel Domingues na edição de hoje ao Diário de Coimbra.
"Conhecedor a fundo da zona, o vereador das Obras Municipais da Câmara da Figueira da Foz admitiu ao  jornal que a obra de requalificação do Cabedelo «tem coisas positivas e negativas, que terão de ser revistas», apontando como exemplo de preocupação «a questão da erosão e a impermeabilização que foi feita», uma vez que a areia já começa a “invadir” toda a área intervencionada. «Todos percebemos que no Inverno vai ser uma espécie de banco de areia», frisou o autarca.
Quanto às infra-estruturas, «terão de ser melhoradas com a implementação das escolas de surf e do restaurante», sendo que o processo de levantamento das estruturas «já se iniciou». Além disso, Manuel Domingues quer «entender qual era a ideia para o surf-camping. O espaço não é muito grande, há necessidade de estruturas novas para acomodar os campistas, temos de nos debruçar sobre o processo»."

Desde que me recordo, olho para o Cabedelo de uma forma cúmplice e agradeço a força e o sorriso que traz, todos os dias, à minha vida.
Como sabemos, a vida custa a todos... Mas, a alguns em especial!
Como acontece em tudo na vida, é preciso estar-se no sítio certo no momento certo. O trabalho e o esforço são determinantes, mas um pouco de sorte ajuda muito. E ter tido a sorte de poder, sempre que o quisesse, encontrar-me com um local como o Cabedelo, mais do que sorte, na minha vida foi uma benção. 
No inverno, tem aquela luz ténue e límpida, própria desta estação do ano. Em dias frios, como o de hoje, tenho a sensação que o frio purifica a luminosidade, o que é uma benção, em especial, para os fotógrafos. A luz de inverno, no Cabedelo, é calma e fugaz. Os dias são curtos e transmite a necessidade de não desperdiçar um momento que seja, pois os dias de inverno no Cabedelo são lindos, mas têm algo que faz lembrar o efémero. 
A partir da primavera tudo é diferente. A sensação de êxtase dura mais - quase parece permanente. 
Tirando o mês de Agosto, o Cabedelo rodeia-nos de uma atmosfera muito especial. Somos nós e o sol - isto, é a natureza.

O Cabedelo, por obra do anterior executivo camarário, fruto do atentando paisagístico de que foi alvo, ficou transformado em mais um mártir ambiental no nosso concelho.
A coberto das denominadas requalificações, sítios onde antes, e a pretexto da defesa da natureza, do meio ambiente e da protecção do ecosistema, nem sequer uma tenda de campismo selvagem se podia erguer, estão agora ocupados por impermeabilizações pacóvias e desnecessárias.
É disto que me vou lembrar quando pensar no Cabedelo de há 60 anos: da destruição do património natural comum para benefício de uns quantos.
Segundo supomos saber, a intervenção feita naquele local aconteceu no âmbito do Programa Portugal 2020. Temos para nós que, salvo raras e honrosas exceções, a grande maioria das intervenções deste Programa visam aquilo a que designamos como a obtenção do espectacular. Muitas vezes, porém, estas intervenções levam à perda da genuidade do lugar.
No Cabedelo isso nota-se a olho nu: a requalificação serviu para correr com a comunidade que ao longo das últimas décadas deu vida àquele lugar. 
Na nossa opinião, não aconteceu ali uma intervenção urbana equilibrada, no pressuposto da “compreensão das diferentes escalas territoriais de inserção, nos processos de reestruturação, nos elementos arquitetónicos, na morfologia urbana existente e nas tradições” (Carla Narciso).
Uma intervenção urbana, como a que está a acontecer no Cabedelo,  não deveria significar uma perda da genuidade do local, mas sim uma melhoria social e estética. Só que, deveria ter acontecido o que não aconteceu: na obtenção deste desiderato era necessária a participação da comunidade local nas discussões e intervenções a serem implementadas.
Não demos conta, para além dos mínimos que a lei estipula e prescreve, que tivesse sido implementado e levado a cabo de uma forma verdadeiramente participativa da discussão da desta requalificação do Cabedelo. 
O que está em causa, dada a capacidade de ilusão que as obras provocam na sua passagem, desprendidas da  vivência e do quotidiano das pessoas que aí vivem, é a liquidação do Cabedelo como o conhecemos.
Como dizem Borja & Forn, em Políticas da Europa e dos Estados para as Cidades, "o maior desafio do planeamento urbano contemporâneo é aumentar o potencial competitivo das cidades no sentido de responder às procuras globais e atrair recursos humanos e financeiros internacionais. Mas, de acordo com vários exemplos que temos assistido, o planeamento tem sido feito à margem da cidade, com total esquecimento das pessoas que ocupam e vivem nesses espaços." 
O Cabedelo, como espaço público de eleição, não é uma  mercadoria. 
O poder municipal, é o principal impulsionador e gestor do espaço público, em especial nas  cidades pequenas e médias, como é o caso da Figueira da Foz. 
Há muito a rever no Cabedelo. Ao trabalho Senhor Vereador Manuel Domingues, ao trabalho. 

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

É o Cabedelo que engradece o concelho e não a obra que lá querem concluir, custe o que custar...

"O arquitecto paisagista contratado pela autarquia para a reabilitação do Cabedelo, esteve na Gala a apresentar o seu projecto. Mostrou a praça atrás do muro que não é para fazer, trocou o surf pelo golfe e deixou bem claro a todos os presentes que não sabe o que é um skate. 
Uma vez que o Sr. Presidente também não quer MUROS CONTRA O MAR, inviabilizando a praça que o arquitecto continua a defender, talvez queira considerar oferecer-lhe um par de patins convidando-o a ir de vela. 
Nesta fase importava esclarecer se se trata de equívocos dele ou se o equívoco é mesmo ele - o arquitecto Hipólito Bettencourt." - Via SOS Cabedelo


Mas, aquilo que foi apresentado no fim de tarde do dia 14 de Junho de 2017, uma sexta-feira, tem algo a ver com o encalhado projecto do Cabedelo em curso?
Se o Cabedelo ainda é o "ex-libris" da freguesia e do concelho, quem de direito, enquanto é tempo, que pense bem, e não o estrague com a obra...

A Figueira, neste momento, é um caso sério da destruição gratuita de uma cidade. Ao mesmo tempo,  é um caso extremo de incompetência recheado de mentiras. 
Depois de Buarcos, da "baixa da cidade", temos também o Cabedelo. Em "breve" teremos o Jardim Municipal.
Em linguagem popular da Aldeia, todas as obras em curso no concelho da Figueira da Foz estão empachadas. Será por mero acaso ou obra do destino?
A toda esta incompetência  junta-se a mentira sistemática. Lembram-se do folhetim protagonizado pelo próprio dr. Carlos Monteiro sobre os prazos das obras de Buarcos?
Mas, o mais grave é pretender construir, como é o caso do Cabedelo, onde existem dúvidas se se pode  construir, pois tal pode colocar em causa a segurança das pessoas.  Compreende-se a tentativa de iludir as pessoas, pois este  comportamento pode ter consequências graves.
A verdade é que surgirão suspeitas sobre o projecto do Cabedelo - nomeadamente questões que têm a ver com a segurança das pessoas. Por outro lado, os vereadores da oposição Carlos Tenreiro e Miguel Babo, bem como o SOS Cabedelo, sustentam que existem ilegalidades na requalificação do Cabedelo, em curso. Os autarcas e o movimento cívico em Abril do corrente ano defendiam  a suspensão da empreitada, enquanto decorresse a discussão pública da alteração ao Plano de Praia (PP).
Também aqui, a autarquia figueirense não foi sensível, e a obra em pleno verão continuou com todos os prejuízos e transtornos que causou a quem está habituado a frequentar o Cabedelo para fazer praia.
É cada vez mais óbvio que aparentemente estamos perante um grave caso de incompetência e irresponsabilidade. Incompetência, pela maneira como foi conduzido o processo e irresponsabilidade por se construir sem se dar ao trabalho de respeitar as leis. Dizemos aparentemente, porque a autarqui nunca  prestou os esclarecimentos que foram sendo solicitados pela oposição, pelo SOS e porque se interessa pelo Cabedelo.

As piores oportunidades perdidas são aquelas em que nos dizem depois, sempre depois, que se tivéssemos insistido seriam ganhas. A ignorância é uma bênção, logo, todos os ignorantes podem ser felizes. A ignorância consciente, como opção, é também uma forma de auto-protecção: a informação acelera o medo.

terça-feira, 7 de novembro de 2023

UM PAINEL DE AZULEJOS COM HISTÓRIA

O painel de azulejos, que a foto sacada do blogue COVA GALA ... entre o rio... e o mar mostra, representa um importante e decisivo acontecimento da história de Portugal.
Em agosto de 1808, desembarcaram na praia do Cabedelo (antiga praia de Lavos) as forças anglo-lusas comandadas pelo General Wesllesley, para combater as invasões francesas que estavam a ocupar o nosso País.
Segundo o meu conterrâneo, Capitão João Pereira Mano, investigador, mas também o maior conhecedor da história marítima do nosso concelho, autor de obras como “Terras do Mar Salgado”, com centenas de textos avulso publicados em periódicos, tudo resultado de décadas de investigação aturada em fontes directas, “decorria o ano de 1793, quando Manuel Pereira se descolou a Lavos, com a sua mulher Luísa dos Santos e alguns familiares, para baptizar seu filho Luís, que nascera havia quatro dias, no lugar da Cova. A certidão do recém-nascido passou assim a ostentar como local de nascimento o lugar da Cova, passando a povoação a ver reconhecida oficialmente a sua existência.”
As populacões da Cova de Lavos, grandes pescadores vindos da zona de Ílhavo, que arriscavam todos os dias a vida para poderem continuar a viver, tiveram então, um papel decisivo neste desembarque.
A raça e a valentia destes homens, foi posta à prova, com a ajuda dos seus barcos de pesca. Deram uma contribuição fundamental no transporte das tropas, dos animais e do restante material nas agitadas e perigosas águas do Cabedelo.

Foram cerca de 13000 homens, para além dos animais e material bélico, desembarcados graças aos barcos da arte manobrados com saber, perícia e coragem, trazidos das naus, que se encontravam fundeadas ao largo, até à praia do Cabedelo.
Depois do desembarque, as tropas Inglesas caminharam para sul, pelo extenso areal de dunas, passando ao lado da povoação de pescadores da Cova de Lavos, onde provavelmente, pararam por momentos para descansar(...)
Depois seguiram mais para nascente, seguindo o caminho junto ao rio onde assentaram o seu primeiro Quartel General nos Armazéns de Lavos.
O General Wesllesley, a quem mais tarde foi dado o título de duque de Wellington, ficou alojado numa casa que ainda lá está, que merecia ser recuperada e preservada por uma entidade pública, dado o seu valor histórico, por exemplo, a Câmara Municipal da Figueira da Foz.
Em Agosto de 1808, o papel dos pescadores da Cova, que se tinham sediado na Cova a partir de 1793, como nos ensina o Capitão João Pereira Mano, um covagalense cuja memória nunca poderá ser esquecida, foi decisivo para o que aconteceu a seguir.
Os ingleses rumaram para sul do Mondego, e travaram duas semanas mais tarde, duas batalhas duras e decisivas: a de Roliça e do Vimeiro em 17 e 21 de Agosto, que acabariam por derrotar e expulsar definitivamente as tropas Francesas Napoleónicas de Junot, após a assinatura da Convenção de Sintra.
O painel que a foto mostra pode ser visto em frente à junta de freguesia de Lavos. 

Como é óbvio, não conheci o Cabedelo em 1808. Tudo o que sei dessa altura, fui bebê-lo aos livros e às longas conversas que tive com o Capitão João Pereira Mano, falecido em Agosto de 2012.
Porém, ainda conheci o Cabedelo do Cochim e do Bairro dos Pescadores, antes do Porto de Pesca ter passado para esta margem. Conheci o Cabedelo do campismo selvagem antes de ser possível ir lá de carro. Conheci o Cabedelo do campismo organizado. Nesse Cabedelo passei óptimos momentos - lá no tal “paraíso selvagem”.
Fui acompanhando o que foram fazendo ao Cabedelo, sobretudo depois de lá terem feito chegar os carros e a poluição.
Assisti à machadada final, quando a partir de 2020 fizeram o que está feito, mas ainda não acabado, ao Cabedelo.
Quero crer que quem fez o que fez ao Cabedelo com os milhões da Europa, o fez apenas por ignorância pura e dura, pois não deveria conhecer nada da história do Cabedelo e nem uma fotografia conhecia antiga do local conhecia.
Quero crer que tenha sido apenas por isso - e só por isso - apesar disso ser grave e sem desculpa...

Mas que sortudo que eu fui por ainda ter tido a possibilidade de aproveitar os últimos anos de paisagem natural no Cabedelo.
Ainda cheguei a tempo.
Esse privilégio ninguém mo vai roubar, faça o que fizer no futuro ao Cabedelo.

terça-feira, 4 de agosto de 2020

O Cabedelo está a ser alvo de muita atenção...

Hoje, neste local, cruzei-me com o presidente Carlos Monteiro. 
Eu vinha de bicicleta, e ele estava certamente em trabalho de campo.
Faço votos para que a sua vinda, sempre bem vinda, ao Cabedelo (tinham-me dito que estava de férias. Ou foi só na semana passada?..) seja um contributo para que, daqui a uns anos, quem gosta genuinamente do Cabedelo, não sinta  pena, nostalgia, saudade de um lugar que antes era a imagem de marca da sua cidade e do seu concelho e, daqui a alguns anos, seja mais um local amorfo, descaraterizado, despido e sem vida. 
Se isso acontecer, desde já, responsabilizo os que, na minha opinião, são os causadores deste tamanho assassinato urbanístico – os senhores do poder local.
O arranjo cosmético actualmemte em curso, não vai trazer mais vida ao Cabedelo. O dinheiro é de todos nós. Contudo, infelizmente não o controlamos. De forma displicente passamos aos nossos autarcas um cheque em branco para, na nossa cidade, fazerem o que muito bem entendem e lhe determinam os apetites eleitorais.
Da nossa parte, não desistimos do debate. Desde que me conheço, há mais de 60 anos, que gosto do Cabedelo, da sua  geografia, por isso me interessa o  urbanismo e planeamento que lá querem implantar, nem que seja pela razão da força e não pela força da razão.
É de importância fundamental discutir a nossa cidade  e o nosso concelho. Os cidadãos têm de se habituar a opinar e a discutir evolução. Temos de afirmar, a quem de direito, o que queremos. Todos.

Segundo supomos saber, a intervenção feita naquele local foi no âmbito do Programa Prtugal 2020. Temos para nós que, salvo raras e honrosas exceções, a grande maioria das intervenções deste Programa visam aquilo a que designamos como a obtenção do espectacular. Mas, muitas vezes, estas intervenções levam à perda da genuidade do lugar.
No Cabedelo isso nota-se a olho nu: a recualificação serviu para tentar correr com a comunidade que ao longo das últimas décadas tem construído e dado vida àquele lugar. 
Por aquilo que conhecemos, não nos parece que estar a acontecer ali uma intervenção urbana equilibrada, no pressuposto da “compreensão das diferentes escalas territoriais de inserção, nos processos de reestruturação, nos elementos arquitetónicos, na morfologia urbana existente e nas tradições” (Carla Narciso, ob. cit.).
Uma intervenção urbana, como a que está a contecer no Cabedelo,  não deveria significar uma perda da genuidade do local, mas sim uma melhoria social e estética. Só que, deveria ter acontecido o que não aconteceu: na obtenção deste desiderato era necessária a participação da comunidade local nas discussões e intervenções a serem implementadas.
Não demos conta, para além dos mínimos que a lei estipula e prescreve, que tivesse sido implementado e levado a cabo de uma forma verdadeiramente participativa da discussão da desta requalificação do Cabedelo. 

O Cabedelo, como espaço público de eleição, não é uma  mercadoria. É um local especial que tem de continuar a ser usufruído por todos e não por muitos poucos - isto é, pela elite que lá querem instalar.  O Cabedelo tem continuar a ser um  espaço público destinado à sociabilização, um verdadeiro espaço vivenciado, e não o querem fazer com ele: um espaço artificial, desligado dos residentes e usuários, onde não se consideram as tradições e as identidades locais, onde a escala do projecto não corresponde à escala do ser humano que lá habita neste momento.
A actual estratégia da Câmara Municipal da Figueira da Foz para o desenvolvimento do Cabedelo, não tem em conta a comunidade que lá existe.
O que está em causa, dada a capacidade de ilusão que as obras provocam na sua passagem, desprendidas da  vivência e do quotidiano das pessoas que aí vivem, é a liquidação do Cabedelo como o conhecemos.
Como dizem Borja & Forn, em Políticas da Europa e dos Estados para as Cidades, "o maior desafio do planeamento urbano contemporâneo é aumentar o potencial competitivo das cidades no sentido de responder às procuras globais e atrair recursos humanos e financeiros internacionais. Mas, de acordo com vários exemplos que temos assistido, o planeamento tem sido feito à margem da cidade, com total esquecimento das pessoas que ocupam e vivem nesses espaços." 
No Cabedelo o que, infelizmente, se pretende é construir um local virado ao mercado, transformada em verdadeira mercadoria, em que as pessoas que agora o habitam, são esquecidas.
Os políticos e os técnicos, não deveriam ter esquecido, nesta requalificação do Cabedelo, que o espaço público tem como objetivo principal a apropriação pelo ser humano, seu habitante habitual.
O projeto de arquictetura em curso deveria ter-se dirigido aos anseios e aspirações da população a que destinava, optimizando características fundamentais à sua apropriação. Deveria ter sido tidas em conta as características próprias e identitárias para manter as relações de proximidade e, até mesmo, os afectos.
O que está a contecer no Cabedelo, é a liquidação de um legado patrimonial com fortes poderes de identificação histórica e simbólica. Que, ainda por cima e mais grave,  não lhe vai  conferir vida nova e  vitalidade. Presumimos que esta intervenção está a ser feita com base, quase exclusiva, na moda e na redução dos espaços públicos a mera mercadoria, numa lógica neoliberal.
O poder municipal, é o principal impulsionador e gestor do espaço público, em especial nas  cidades pequenas e médias, como é o caso da Figueira da Foz. 
O que aqui está em causa, dada a forte concentração do poder e/ou pela maior visibilidade que ele pode ter, é que o resultado destas intervenções pode ter influência no sentido  do voto. Em Outubro de 2021, se estivermos atentos (a máquinas de agitação e propaganda do Município figueirense não vai deixar isso passar  despercebido...) veremos as sucessivas inaugurações em plena época eleitoral.
Todavia, é bom recordar.
A cidadania não tem lugar apenas nos dias em que somos chamados a votar. Exerce-se todos os dias, ao nível das mais diversas formas de organizações dos cidadãos, que compõem e habitam um determinado espaço.

quarta-feira, 8 de julho de 2020

Faltam 23 dias: e os trabalhadores do Cabedelo?

"A Câmara da Figueira da Foz não renovou a licença mensal, vai proceder à posse administrativa e os trabalhos de demolição avançarão no dia 1 de agosto.
A decisão da autarquia de avançar com a posse administrativa surgiu da ausência de resposta do concessionário à proposta que lhe vem fazendo há mais de um ano. Caso o impasse se prolongue, o município arrisca-se a perder 600 mil euros de fundos comunitários para a empreitada."
Via Diário as Beiras


As obras de requalificação do Cabedelo estão atrasadas. Esse, é um facto indesmentível. A Câmara Municipal da Figueira da Foz, diz que a culpa é da administração do Parque de Campismo do Cabedelo. Isso, já não sei se é rigorosamente assim, pois não conheço os verdadeiros contornos de todo o problema.
As obras da requalificação de Buarcos, estão atrasadas. No casco velho da cidade é o que sabemos e os dramas que por lá existem, nomeadamente na Rua dos Combatentes da Grande Guerra. As obras no Estádio Municipal Bento Pessoa, estão atrasadas. Pelo menos nestas, alguém tem culpa, e não é de certeza a administração do Parque do Campismo do Cabedelo.
Portanto: Na Figueira, existe, na realidade, um problema de gestão das obras camarárias, dos prazos das mesmas e das derrapagens financeiras das mesmas. De quem é a culpa? Compete a quem gere os destinos da Câmara apurar.
Seria interessante haver um livro branco, por exemplo,  sobre a obra do Cabedelo actualmente em curso. Eventualmente, poderia sair algo de positivo para o futuro: eventualmente, um manual de más práticas a evitar na gestão da utilização dos dinheiros públicos.

Na reunião de Câmara da passada segunda-feira ninguém falou dos trabalhadores do Cabedelo. Ninguém falou no sofrimento  destas pessoas. Que têm nome e têm famílias a seu cargo. No inverno são 15. No verão mais de 30. Pessoas, na sua maioria, a quem vai ser extremamente difícil arranjar outro posto de trabalho.
É pouco senhor presidente da câmara e senhores vereadores?...
Vamos ver quantos novos postos de trabalho vão ser criados com os milhões de euros que se vão gastar no Cabedelo... As barracas de farturas e tripas doces que lá se instalaram este ano não podem contar.

Tal como os trabalhadores do Cabedelo  vão atravessar dificuldades, se avançar o arraso e a destruição dos seus postos de trabalho no próximo dia 1 de Agosto, é bom que o senhor presidente da câmara municipal da Figueira da Foz tenha a noção que vai passar tempos difíceis. É claro que pode contar sempre com a imprensa. Os anúncios, um a um, mais manchete, menos manchete, vão continuar a aparecer. Resta saber,  se alguns não serão "fake news"...
Voltando aos trabalhadores do Cabedelo, de que ninguém se lembrou na reunião da passada segunda-feira.
Alguns, os mais idosos,  que já trabalham no Cabedelo há 30 anos, vão passar o resto da vida que lhes resta na angústia de perderem a reforma ou de a verem drasticamente diminuída. Os mais jovens, têm duas soluções: ou vão deixar o seu país em busca de trabalho no estrangeiro;  ou, se ficarem por cá,  vão ficar na expectativa de arranjar um emprego que os fará mergulhar para sempre na espiral da precariedade, da insegurança e da exploração. 



FALTAM 23 DIAS.
“MESTRE MÁRIO SILVA, OS PATOS BRAVOS DO BETÃO JÁ CHEGARAM À TUA PRAIA!!”
10 anos e picos depois, uma câmara que  não é socialista, quer transformar um reduto especial, como ainda é o Cabedelo, em mais um mártir ambiental no nosso concelho, não recuando perante nada, nem mesmo a evidência das coisas, cometendo mais um atentando paisagístico e ambiental.
Recordo a quem de direito, que uma cidade é sempre, pelo menos, dual.
Tem uma zona cosmopolita e tem, por assim dizer, outras mais características, a que se costuma designar como típicas.
O tipicismo é a profunda genuinidade...
É onde reside a alma de uma cidade como a Figueira, a sua verdade que se tem que manter, sob pena dela se descaracterizar.
É isto que o Cabedelo é: genuíno, assim como está, com o Parque de Campismo (melhorado e remodelado, sim senhor...), que foi, já lá vão quase 30 anos, quem deu vida e alma ao Cabedelo, como todas as suas valências, incluindo a onda de surf.

quinta-feira, 1 de março de 2018

Surfar à noite no Cabedelo? Disseram que ia ser possível...

Para quando o dia do orgasmo para os surfistas do Cabedelo?..

O projecto para a iluminação que tornaria possível a prática do surf nocturno no Cabedelo, foi entregue à Câmara em 2011, pelo arquitecto Miguel Figueira, na sequência do desafio lançado em 2010.
Até hoje, nada de concreto aconteceu.
Como escreveu Carlos Tenreiro: PROMESSAS...
"Diz-se que todos os políticos por altura das eleições caiem na tentação de anunciar promessas atrás de promessas para conquistarem o poder. Admitindo-o, convirá, contudo, relembrar que na Figueira da Foz apregoou-se a diferença, que tinha chegado uma nova forma de fazer politica, feita por alguém independente e distante dos partidos, imbuído em conceitos de rectidão e de compostura, um juiz… dizia-se…"
No passado dia 27, o assunto foi ventilado na Assembleia Municipal por iniciativa de Paulo Pinto, membro da bancada do PSD. Passo a citar.
Declarações do Presidente de Câmara na imprensa local: Baseando-me em noticias na imprensa local acerca de um ano relativas ao projeto da iluminação noturna na praia do cabedelo a concurso no anterior Orçamento participativo:

“A iluminação do mar, na praia do cabedelo da margem sul do concelho da Figueira da Foz, é uma aspiração antiga do movimento cívico SOS Cabedelo, que apresentou uma candidatura nesse sentido ao Orçamento Participativo (OP) de 2017. O projeto acabou por não conseguir os votos suficientes para ser contemplado com uma fatia do OP, apesar de ter recebido o apoio incondicional da comunidade de surfistas do concelho, mas mereceu o reconhecimento do executivo municipal, que decidiu incluí-lo na empreitada mais alargada de requalificação do Cabedelo.
Exlmº presidente: já que mereceu o reconhecimento do executivo municipal conforme suas declarações onde está a inclusão da mesma na ARU do cabedelo?
Continuando a citar (a mesma noticia) as suas declarações na imprensa local:
 “Por solicitação do SOS Cabedelo serão enquadrados neste projeto os equipamentos de iluminação necessários à prática do surf nocturno”. “Para o grupo de cidadãos e praticantes que abraçou esta ideia, foi uma enorme alegria e motivo de orgulho saber do compromisso da autarquia em avançar com a iluminação do Cabedelo para a prática do surf durante o período nocturno”, reconheceu o escritor surfista e seu mandatário de candidatura Gonçalo Cadilhe. 
Veja bem, “compromisso” sr presidente... compromisso em a Autarquia avançar com o projeto de iluminação do Cabedelo para a pratica de Surf durante o período noturno. 

Perante toda esta informação apenas posso constatar que o sr presidente estará à espera de ver se em Troia existirá iluminação noturna para só depois a figueira marcar pontos a nível de notoriedade com esta decisão."

"Venha de lá a prometida iluminação do surf no Cabedelo, antes que alguém capitalize a ideia..."

sábado, 7 de janeiro de 2017

Surfar à noite no Cabedelo? Dizem que vai ser possível...

Recuemos ao ano de 1996. No Cabedelo decorria o primeiro evento do World Championsip Tour a disputar-se no nosso país, o Coca Cola Figueira, 12ª etapa dessa época, disputada entre 1 e 8 de outubro. 
Um dos momentos mais marcantes na história do surf nacional estava agendado para as ondas do Cabedelo, na Figueira da Foz. 
Kelly Slater já somava na altura três títulos mundiais, e chegava a Portugal com o «tetra» na mira - que igualaria o recorde do australiano Mark Richards.
Na luta pelo título dessa época estava também Shane Beschen e a matemática para a etapa portuguesa era simples: para Kelly bastava que Shane não conseguisse chegar à final e sagrar-se-ia campeão do mundo. O seu rival na altura acabou por facilitar a tarefa, ao não comparecer na etapa portuguesa. Slater era, antes sequer de competir, campeão do mundo pela quarta vez.
João Ataíde (presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz),
Eurico Gonçalves (SOS Cabedelo) e Pedro Machado (Turismo do Centro)

Pois é neste local mítico, para quem gosta de desportos com ondas, que a Câmara da Figueira da Foz, em janeiro de 2017,  afirma que vai avançar com um projecto de requalificação da praia do Cabedelo, que inclui a iluminação permanente do mar, criando condições para a prática nocturna de surf.
A iluminação permanente do mar junto à praia do Cabedelo, na Figueira da Foz, é um projecto pioneiro a nível europeu, que a autarquia local quer concretizar no âmbito dos investimentos previstos para se iniciarem em 2017, naquela zona a sul do rio Mondego e que merece o apoio, quer da comunidade surfista (que o promoveu), quer do presidente da entidade regional de Turismo do Centro.
“É nosso objectivo que este local seja uma estância para a prática dos desportos de ondas”, refere o presidente da Câmara da Figueira da Foz, João Ataíde, avançando que a empreitada de requalificação vai decorrer ao abrigo do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Sustentável (PEDUS), contratualizado no âmbito do Pacto Regional.
A iluminação do mar, nesta praia da margem sul do concelho da Figueira da Foz, é uma aspiração antiga do movimento cívico SOS Cabedelo, que apresentou uma candidatura nesse sentido ao Orçamento Participativo (OP) de 2017.
O projecto acabou por não conseguir os votos suficientes para ser contemplado com uma fatia do OP, apesar de ter recebido o apoio incondicional da comunidade de surfistas do concelho, mas mereceu o reconhecimento do executivo municipal, que decidiu incluí-lo na empreitada mais alargada de requalificação do Cabedelo.
“Por solicitação do SOS Cabedelo serão enquadrados neste projecto os equipamentos de iluminação necessários à prática do surf nocturno”, esclarece João Ataíde.
A decisão da autarquia já foi saudada por João Aranha, presidente da Federação Portuguesa de Surf, que destaca “o carácter pioneiro da iluminação do Cabedelo no contexto nacional”.
Segundo fonte da autarquia figueirense, a empreitada arrancará “o mais cedo possível”, surgindo como um claro sinal de apoio à comunidade surfista e aos desportos de mar.
“Para o grupo de cidadãos e praticantes que abraçou esta ideia, foi uma enorme alegria e motivo de orgulho saber do compromisso da autarquia em avançar com a iluminação do Cabedelo para a prática do surf durante o período nocturno”, reconhece o escritor e surfista Gonçalo Cadilhe.
Primeiro subscritor da candidatura do SOS Cabedelo ao Orçamento Participativo de 2017, Gonçalo Cadilhe destaca que “são poucas as praias do planeta onde tal já é possível”, acrescentando que “a Figueira marcará pontos a nível de notoriedade com esta decisão”.

sábado, 5 de novembro de 2022

O Cabedelo do Bairro dos Pescadores e do Cochim

Que não haja lugar para duvidas: a Figueira tem pessoas muito inteligentes.
Portanto, quando elogiam a prestação de alguns autarcas nas reuniões de câmara, sem sequer terem assistido ao evento, não é por serem pessoas desatentas ou estúpidas...
Contudo, tenho cá uma leve impressão que é para tentar fazer de muitos de nós ignorantes e estúpidos...

Na Figueira - creio que também por todo o país -, nas últimas 4 décadas, desenvolveu-se, generalizou-se e consolidou-se, a partir do próprio aparelho político de governação, um complexo e poderoso modelo de gestão do território.
O interesse privado foi - e continua a ser -  o motor. Ao interesse público ficou destinado o papel de assistir conformado, servil, passivo e, no limite, defensivo, ao desmantelamento da paisagem natural.
O ordenamento do território figueirense - creio que também por todo o país -, ficou refém dos interesseiros e manhosos apetites do mercado fundiário e imobiliário, o qual assenta essencialmente no valor do solo e nos exagerados direitos da propriedade.
As consequências do modelo podem ser vistas pelo resultado físico e do aspecto estético dos espaços intervencionados pelo poder nos últimos 40 anos.
A marginal oceânica é disso um triste exemplo. 

A construção dos denominados  Bairros de Pescadores, de carácter económico, foi uma das  realizações que mais impacto teve no contexto da “obra social das pescas”, de Salazar e Tenreiro, sob o lema “para cada família um lar”.
Destinados a acolher os  pescadores e as suas famílias, mediante o pagamento de rendas baixas, muitos destes bairros, senão mesmo a totalidade, foram construídos longe dos centros das localidades e longe dos próprios portos de pesca, possivelmente pela dificuldade em conseguir um terreno próximo dos locais de pesca, mas principalmente pela tentativa de “guetização” dos pescadores e suas famílias, fechando-os nas suas comunidades, evitando ao máximo o contacto com os “de terra” e a sua possível  dispersão.
Foi o caso do já desaparecido Bairro dos Pescadores da Cova-Gala, cujas primeiras 16 casas foram inauguradas em 1 de Maio de 1941.
Na altura, os terrenos  situados a seguir ao actual campo de futebol de S. Pedro, seguindo pela estrada que ficou soterrada – que na altura do Bairro dos Pescadores ainda não existia – para quem se dirija em direcção à praia do Cabedelo, ficavam, como convinha ao estado novo (a imagem sacada daqui demonstra-o perfeitamente), fora de portas. 
Conheci o Cabedelo do Cochim e do Bairro dos Pescadores, antes do Porto de Pesca ter passado para esta margem. Conheci o Cabedelo do campismo selvagem antes de ser possível ir lá de carro. Conheci o Cabedelo do campismo organizado. Nesse Cabedelo passei óptimos momentos - lá no tal “paraíso selvagem”.

Fui acompanhando o que foram fazendo ao Cabedelo, sobretudo depois de lá terem feito chegar os carros e a poluição.
Assisti à machadada final, quando a partir de 2020 fizeram o que fizeram ao Cabedelo.
Quero crer que quem fez o que fez ao Cabedelo com os milhões da Europa, nem uma fotografia conhecia do Cabedelo antigo.

Que sortudo que eu fui por ainda ter tido a possibilidade de aproveitar os últimos anos de paisagem natural no Cabedelo.
Ainda cheguei a tempo.
Esse privilégio ninguém mo vai roubar, faça o que faça no futuro ao Cabedelo.

domingo, 9 de abril de 2017

Longe dos olhares, no silêncio dos gabinetes, o Cabedelo está a ser alvo de um atentado. Se nada mais conseguirmos, não podemos esquecer o julgamento e fazer cair definitivamente a máscara dos mandantes...

Como penso que toda a gente que vem até este meu canto sabe, tenho um fraquinho muito grande e especial pelo Cabedelo.
Desde que me recordo,  olho para o Cabedelo de uma forma cúmplice e agradeço a força e o sorriso que traz, todos os dias, à minha vida.
Como sabemos, a vida custa a todos... Mas, a alguns em especial!
Como acontece em tudo na vida, é preciso estar-se no sítio certo no momento certo. O trabalho e o esforço são determinantes, mas um pouco de sorte ajuda muito. 
E ter a sorte de poder, sempre que o queira, encontrar-me com um local como o Cabedelo, mais do que sorte, na minha vida é uma benção. 
No inverno, tem aquela luz ténue e límpida, própria desta estação do ano. Em dias frios, tenho a sensação que o frio purifica a luminosidade, o que é uma benção, em especial, para os fotógrafos. 
A luz de inverno, no Cabedelo, é calma e fugaz. Os dias são curtos e transmite a necessiade de não desperdiçar um momento que seja, pois os dias de inverno no Cabedelo são lindos, mas têm algo que faz lembrar o efémero. 
A partir da primavera tudo é diferente. A sensação de êxtase dura mais - quase parece permanente. 
Tirando o mês de Agosto, o Cabedelo rodeia-nos de uma atmosfera muito especial. Somos nós e o sol - isto, é a natureza.

Não sei se existe o paraíso. Mas, se existir, deve ser parecido com a sensação que tive ao ler o texto que publico mais abaixo sobre o Cabedelo! 
Poderão dizer-me: não tem nada de especial.
A esses direi apenas: atrai! E se assim foi comigo, então é porque tem tudo de especial. Tem a delicadeza de uma visão sensível e arguta.  Tem o verde da vida... E foi escrito por uma pessoa que tem um sorriso único! 
Como vêm tem tudo. Ressalta do texto e a gente nota.
Por outro lado, ando na vida para aprender. E nunca tive problemas em pedir ajuda aos outros para compreender o sentido das coisas. 
Sempre pensei que isso nos ajuda a crescer. A meu ver, longe de ser um sinal de fraqueza, demonstra inteligência. 
A autora, Isabel Maria Coimbra, disse no texto aquilo que, neste momento, gostaria de ter sido eu a sussurrar  ao Cabedelo.
Para quem ainda não saiba, o "meu" Cabdedelo, tal como o conheço há quase 60 anos, está numa encruzilhada por vontade dos "quens" de direito. 

Um dos caminhos leva à catástrofe e ao mais terrível desespero para quem ama e sente o Cabdedelo. Mais do que um muro, é uma divisória e é a constatação da separação do mar. Claro que é necessária ali - e em toda a orla costeira de S. Pedro, espero que não se tenham esquecido da zona a sul do quinto molhe... - uma protecção contra o avanço do mar.
Cito o arquitecto Miguel Figueira: "o problema não é se se protege, mas como se protege.  O projecto que não querem mostrar não é o mesmo da consulta pública do POC."
Isto é preocupante. Mas existem outras soluções. Resta-nos lutar - e quem for crente, rezar... -  para que não cometam um atentando paisagístico e transformem o Cabedelo em mais um mártir ambiental no nosso concelho.
Senhores "quens" de direito, será pedir muito, enquanto estão a tempo, que façam a escolha da solução certa para o Cabedelo? 
Será que vamos permitir, passivamente,  que nos acabem com a alegria que nos proporciona aquele bem estar saudável que nos permite sonhar e sorrir à vida! 
Para muita boa gente, eu incluído, é  disto que se trata, quando falamos do Cabedelo.
Vamos então a este "MOMENTO ATÉ O SOL SE PÔR".
Ver o pôr-do-sol, no "meu" Cabedelo,  é continuar com a capacidade de viver com paixão todos os dias. 
É impossível alguém alhear-se de tanta beleza. Apetece declarar-lhe o nosso amor e dizer-lhe como é raro, único, superior... E agradecer pelo tanto que nos dá a cada dia em que nos proporciona esta visão....
foto Isabel Maria Coimbra. Mais fotos aqui

"Está uma tarde serena. Sol cálido. Temperatura de Verão. Apetece estar ao pé do mar sossegado e azul. 
Depois de andar de manhã cedo até ao Cabo Mondego, passeio sempre igual e repetitivo, resolvo ir até ao Cabedelo. Não, não me lembro como me apaixonei… Melhor, nem sei bem quando senti vontade de fugir da marginal vaidosa e barulhenta. Logo eu, que há muito que acho uma maçada atravessar a ponte, mesmo para ir ao Hospital. Mas há acasos interessantes e sei que ali, na esplanada do Parque de Campismo virada para a praia, me sento em boa companhia e que sou sempre bem recebida pelo Tiago e pela Ana.
……
Esplanada cheia e colorida com gente bem-disposta. 
Entre copos e chávenas, alguns jovens em grupo conversam uns com os outros. 
Há pessoas a olhar a praia e o mar em silêncio. 
Vêem-se pardais a saltitar confiantes entre as mesas do terraço. 
Sentada a um canto abrigada do sol, uma rapariga lê sem levantar os olhos do livro. 
Crianças, descalças na areia, brincam alegremente com bolinhas de sabão e, aproveitam também o parque infantil. 
Há gente que entra e sai do simpático café num vaivém saudável. 
Entre conhecidos, trocam-se cumprimentos e desprendem-se sorrisos. 
Está a maré a vazar. Do local onde me encontro avisto pessoas a banharem-se na água fria do mar. Apetece!
A conversa flui, simples e franca, diante dum fino, água e tremoços. 
A tarde vai caindo e o sol enfraquecendo… Levantámos âncora e fomos caminhar até ao limite do molhe sul. 
Pelo meio da ‘viagem’ encontramos de vigia, tranquilas, umas pequenas esculturas de pedra que olham atentas para um bando de surfistas que, pacientemente, aguarda a melhor onda para navegar.
Estamos ali no meio do mar. A luz milagrosa e o ar fresco, doce e afectuoso, trazem-me Paz, aquela que há tempo me fugiu.
No regresso, paramos uns instantes. Observamos o desenho da cidade erguida do outro lado. Sim, do lado de cá aprecia-se bem toda a tolice humana que interveio na paisagem. Nota-se que o burgo não teve plano e salientam-se os edifícios que desarmonizam a beira-mar da Figueira da Foz.
Recordo a ponte velha que aproximava as duas margens. As fugas para a praia das dunas do Cabedelinho. Acabamos por concluir que bom que era pensarem num barco como antigamente havia, tornando mais fácil a ligação das duas orlas do rio. 
No percurso, vou registando os cheiros, as cores e os sons de fim de tarde. 
O pôr-do-sol? 
O pôr-do-sol é diferente, sem muro, e é de cortar a respiração…"

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

A situação é clara: os interesses querem abocanhar o Cabedelo

A ganância, a falta de visão e bom-senso, a que se junta a displicência de quem manda, acabam sempre mal. 
O pior é que, depois da “festa”, sobrarão os “restos”: vastas áreas degradadas, inestéticas, desocupadas
O litoral português, logo a sul do Mondego, na jóia chamada Cabedelo, apresenta ainda um extraordinário conjunto de valores naturais e em bruto, que tornam este naco de território figueirense apetitoso para os interesses imobiliários.

O argumento é o de sempre: ou o dinheiro é gasto agora e já, ou vai para outro lado.
Neste caso do Cabedelo, o argumento é falso. Basta olhar mais para sul e vê-se a olho nu que havia tanto sítio para gastar os 2 milhões e picos que vão ser gastos para a requalificação e protecção do estado avançado de erosão decorrente do embate das ondas do mar mais para sul: por exemplo, depois do quinto molhe.

Na edição de hoje do jornal AS Beiras, pode ler-se que a "Junta de São Pedro recebeu várias manifestações de interesse para a instalação de um hostel e bangalôs no espaço do campismo... "
Para quem afirma que o Cabedelo vai ser devolvido à Cova e Gala, para começo de conversa, não está nada mal.

Em toda a costa figueirense, apenas uma pequena parte se mantinha razoavelmente incólume à pressão e especulação urbanísticas induzidas pelo turismo. 
Refiro-me, à faixa litoral a sul do Mondego, entre o Cabedelo e o Campo de futebol.
É ainda possível por aí fazer férias em comunhão com a Natureza e frequentar boas praias, sem os inconvenientes das urbanizações selvagens. 
Por conhecermos o triste destino da restante costa figueirense, devemos manter-nos atentos e vigilantes. 
Recordo que o Cabedelo nunca teve Bandeira Azul.  E bem. É o único pedaço de Paraíso imaculado  da costa figueirense  que ainda nos resta.

O que está a acontecer, não é nada de novo:  a vontade de muitos autarcas continua a ir no sentido da expansão urbana, normalmente sob a forma de empreendimentos de qualidade duvidosa. 
Desta vez saiu na rifa o Cabedelo. Sob a capa de um plano de requalificação da zona, está já mais do que claro que o que está na calha, para seguir dentro de momentos, é uma cedência aos interesses imobiliários, com a conivência da Câmara Municipal da Figueira da Foz e da Junta de Freguesia de S. Pedro.

Entretanto, está  convocada uma manifestação, através do Facebook, contra o desmantelamento do parque de campismo e em defesa do Cabedelo.
O evento está marcado para o próximo dia 20, pelas 14H00, em frente à câmara. 
Neste momento estão a ser recolhidas assinaturas num um abaixo-assinado que defende a manutenção do campismo no Cabedelo. 
Sabe-se que se têm realizado  reuniões  entre a câmara, a administração do porto e a FPC, e que o equipamento deverá continuar a funcionar enquanto não interferir com as obras, que deverão começar no primeiro trimestre de 2018. 
Mas, até lá, muita água vai correr, Mondego abaixo, até ao Cabedelo.

Na assembleia municipal, a CDU opôs-se ao fim do campismo no Cabedelo. 
“Somos contra que desapareça dali aquela estrutura, pelos campistas e pelos postos de trabalho”, esclareceu ao jornal AS BEIRAS a deputada Silvina Queiroz. 
Por seu turno, Teotónio Cavaco, do PSD, criticou a “firmeza da posição contra o parque de campismo (dos presidentes da câmara e da Junta de São Pedro, João Ataíde e António Salgueiro, respetivamente)”
Cristopher Oliveira, do BE, disse que o assunto ainda não foi debatido no partido
A maioria socialista, defendeu Nuno Melo Biscaia, está “em consonância com o executivo camarário”, que defende o fim do campismo numa zona que considera nobre e deve ser utilizada para valorizar o surf e fruição pública.

Veio hoje também a lume, via jornal AS BEIRAS, que "a FPC está de olhos postos no parque de campismo da Praia de Quiaios, que pertence à Junta de Quiaios, para continuar a operar no concelho da Figueira da Foz."
O presidente da estrutura federativa admitiu ao mesmo jornal que há “intenção de explorar aquele equipamento”
Todavia, João Queiroz ressalvou que ainda não falou com a presidente da junta, Fernanda Lorigo. 
“Estou disponível para me reunir com a FPC, mas sem qualquer expetativa de decisão”, avançou Fernanda Lorigo. 
O vereador Carlos Monteiro, por seu lado, afirmou: “Esse é um assunto que diz inteiramente respeito à presidente da junta, ao executivo da junta e, eventualmente, à assembleia de freguesia”. 

domingo, 19 de julho de 2020

"Posse administrativa", disse o presidente Monteiro!...

Recorde-se uma postagem do SOS CABEDELO de 21 de Julho de 2017
"Projeto não cumpre o programa da ARU do Cabedelo.
A proposta apresentada parece ser pior do que a encomenda.

O programa da ARU do Cabedelo - ver imagem - previa a deslocação do Parque de Campismo (área T2 conforme planta) destinando "a actual área ocupada a espaço público (L), admitindo estruturas leves de apoio à praia e ao usufruto da frente de Rio, compatibilizada com alguma renaturalização do cordão dunar, especialmente no local de articulação com a duna existente".

O desenvolvimento em projeto não prevê qualquer alternativa de localização ao Parque de Campismo. Parece promover mais construção associada ao edifício existente (deslocação do programa previsto nas àreas T1 e T3 - Unidade Hoteleira) e menos recuperação paisagística na área a desafetar (L)."


E se a resolução do caso do Parque de Campismo tiver de passar pela receita que foi dada ao Sweel e à Surfingfigueira: indemnização e alternativa de local?
Recorde-se, via Diário as Beiras:

"O pagamento de 80 mil euros de indemnização, pela autarquia, ao concessionário de um restaurante do Cabedelo abre uma nova via para a progressão da primeira fase da requalificação da Praia do Cabedelo. A solução permite concluir a nova estrada, que esbarrou no muro do estabelecimento.
Por outro lado, as licenças de outros concessionários estão a acabar e a autarquia assegura condições a quem quiser dar continuidade à atividade noutro local do Cabedelo. Tudo para libertar espaço para a nova praça, que implicará, também, a demolição parcial do parque de campismo. Aquele equipamento turístico, contudo, não deverá sobreviver à segunda fase da requalificação daquela zona de praia.
A alteração ao traçado da via rodoviária, que implica demolir o restaurante, foi considerada “mais uma trapalhada do executivo, por parte de quem conduziu o processo na altura”, pelo vereador do PSD Ricardo Silva. “Quando o restaurante foi construído, ainda não havia projeto para o Cabedelo”, esclareceu a vice-presidente da autarquia, Ana Carvalho."


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Via Diário as Beiras:
"O executivo camarário chegou a acordo com mais um concessionário do Cabedelo. O município já pagou 132 mil euros de indemnizações, no âmbito da primeira fase da requalificação daquela zona da margem sul da cidade. A câmara aprovou o pagamento de sete mil euros pela demolição de um armazém de apoio a um café. A autarquia já havia chegado a acordo com um restaurante, para ser demolido, mediante o pagamento de 80 mil euros, e com uma escola de surf, pagando 45 mil euros, que será relocalizada noutra zona do CabedeloCarlos Tenreiro, vereador eleito pelo PSD, questionou a necessidade das indemnizações, uma vez que os concessionários estavam a trabalhar com licenças precárias da administração portuária. Contudo, o autarca da oposição mostrou compreensão, dado que, justificou, as actividades dos concessionários são afectadas pelas obras. 
O presidente da câmara, Carlos Monteiro, esclareceu que as indemnizações resultaram do acordo da autarquia com os concessionários, por indicação da administração do porto, à época, proprietária das zonas concessionadas. O vereador do PSD, Ricardo Silva, também questionou a maioria socialista sobre as obras. Acerca do parque de campismo, ainda sem acordo, o edil adiantou que pediu informação adicional ao porto. E admitiu que, se o município tiver prejuízos por falta de acordo em tempo útil, poderá vir a exigir ao concessionário ser ressarcido."

quarta-feira, 14 de julho de 2021

Surfar à noite no Cabedelo? Há tanto tempo que dizem que vai ser possível...

O projecto para a iluminação que tornaria possível a prática do surf nocturno no Cabedelo, foi entregue à Câmara em 2011, pelo arquitecto Miguel Figueira, na sequência do desafio lançado em 2010.
Entretanto, por exemplo Vagos, em setembro de 2014, Cortegaça Carcavelos, já testaram a ideia de promover a prática do surf à noite.
Mais uma vez, o surf na Figueira foi ultrapassado...
Mas não tem sido por falta de ideias. As ideias existem. Neste caso concreto, o projecto foi entregue pelo arquitecto Miguel Figueira, em 2011...
O Cabedelo é um local mítico, para quem gosta de desportos com ondas.
A Câmara da Figueira da Foz, em janeiro de 2017, afirmava que ia avançar com um projecto de requalificação da praia do Cabedelo, que incluía a iluminação permanente do mar, criando condições para a prática nocturna de surf.
“É nosso objectivo que este local seja uma estância para a prática dos desportos de ondas”, referiu na altura o presidente da Câmara da Figueira da Foz.
A iluminação do mar, nesta praia da margem sul do concelho da Figueira da Foz, é uma aspiração antiga do movimento cívico SOS Cabedelo, que apresentou uma candidatura nesse sentido ao Orçamento Participativo (OP) de 2017.
O projecto acabou por não conseguir os votos suficientes para ser contemplado com uma fatia do OP, apesar de ter recebido o apoio incondicional da comunidade de surfistas do concelho, mas mereceu o reconhecimento do executivo municipal, que decidiu incluí-lo na empreitada mais alargada de requalificação do Cabedelo.
A decisão da autarquia já foi saudada por João Aranha, presidente da Federação Portuguesa de Surf, que destaca “o carácter pioneiro da iluminação do Cabedelo no contexto nacional”.
Segundo fonte da autarquia figueirense, a empreitada arrancaria “o mais cedo possível”, surgindo como um claro sinal de apoio à comunidade surfista e aos desportos de mar.
“Para o grupo de cidadãos e praticantes que abraçou esta ideia, foi uma enorme alegria e motivo de orgulho saber do compromisso da autarquia em avançar com a iluminação do Cabedelo para a prática do surf durante o período nocturno”, reconheceu o escritor e surfista Gonçalo Cadilhe.
Primeiro subscritor da candidatura do SOS Cabedelo ao Orçamento Participativo de 2017, Gonçalo Cadilhe destaca que “são poucas as praias do planeta onde tal já é possível”, acrescentando que “a Figueira marcará pontos a nível de notoriedade com esta decisão”.
Estamos em 2021. E a situação, segundo o Diário as Beiras, é esta: "foram construídas as bases dos pontos de iluminação da Praia do Cabedelo para a prática noturna de surf, colocando a Figueira da Foz na vanguarda nacional neste tipo de oferta". Quando chegarmos à "conclusão das obras" e for ligado o interruptor, o que pode levar ainda algum tempo, deveremos passar a estar na vanguarda, neste tipo de oferta, a nível plan(f)etário...