sábado, 9 de dezembro de 2017

Da tua rua à minha praia, a Figueira continua assim: uma cidade onde o ordenamento urbanístico não tem rumo e cresce desordenado...

"Na minha rua estão a construir um novo prédio. O espaço onde nasce o edifício era ocupado por uma casa antiga, construída nos anos 30 ou 40. A casa em si tinha traça e representava um determinado estilo de arquitetura, estava em relativo bom estado de conservação, apesar de devoluta. Mas, como acontece tantas vezes, os donos quiseram valorizar o terreno do ponto de vista imobiliário. Diga-se ainda que esta zona, a poente da Quinta do Viso, era uma bonita mancha de pinhal, um bosquete, até aos anos 80, altura em que os crimes urbanísticos foram regra. As urbanizações surgiram sem que houvesse uma tentativa de harmonia com o ambiente envolvente, cortou-se o coberto vegetal, de tal forma que hoje não temos um único pinheiro em espaço público. A casa foi demolida, em três dias, e logo apareceu um AVISO da Câmara Municipal a informar que ali iria nascer um prédio de quatro pisos. Ora, estranha-se que o novo prédio seja maior que o alinhamento dos prédios já existentes, que têm dois andares e dois volumes, virados cada um para uma rua diferente. Adicionalmente o prédio, aprovado em 2013, irá estar ao lado de uma moradia (desalinhada, apesar de recente, mais um caso de incompetência urbanística ou…. de outra coisa qualquer) com um único piso. O contraste é enorme, os “volumes” agridem a paisagem e ainda o prédio não está finalizado. A rua perde, a cidade também, com esta anarquia urbanística. Crescem prédios sem que haja um critério visível de harmonização de volumes e “sombras”, agora que a construção deveria centrar-se na reabilitação dos milhares de fogos que precisam de obras."
Via jornal AS BEIRAS.

Nota de rodapé.
Com as práticas permitidas por quem governa a Figueira, da tua rua à minha praia, o urbanismo continua a criar colmeias humanas.
A casa de sonho, a praia de sonho, dos sem sonho!
É isto que querem para as vossas ruas e para a minha praia?
À medida que os anos passam fica menos capacidade de sorrir. 
E porquê? 
Porque a vida se encarregou de nos retirar essa capacidade. 
As dificuldades e os preconceitos enfrentados foram tantos, que foi necessária uma imensa capacidade de superação das contrariedades. 
Todos estes anos decorridos, porém, ainda por cá andamos e prontos para a luta...

2 comentários:

Anónimo disse...

Mas temos a varina o é primo o picadeiro os flamingos as caldeiradas o quinas o abrigo a vala das abadias um estadio municipal que parece um matagal o edificio o trabalho as antigas freirinhas um lindo coreto no jardim porra pá tambem não se pode ter tudo.

Anónimo disse...

Ahahahahah muito bom!!! 😂😂😂