Mais de seis anos decorridos, está provado que não se recolocam coretos só com promessas eleitorais...
Uma coisa, é o que os políticos dizem que querem fazer nas campanhas eleitorais.
Outra coisa, é o que os políticos realmente querem fazer depois de ganharem as eleições.
Se duvidas ainda existissem, João Ataíde, desde 2099, aí está para o provar.
Mas, esta "estória" do coreto, politicamente, tem contornos mais profundos...
Muitos de nós recordam-se certamente da música a emanar do coreto do jardim municipal rodeado de gente ávida de a ouvir.
Era assim, de forma simples e acessível, que a música e a cultura chegava aos figueirenses.
E hoje, como é?
Hoje, há concertos no CAE para elites que os podem pagar. Há iniciativas elitistas na Biblioteca Municipal, para os políticos se mostrarem em "traje de luces" para o social...
Pobre gente e pobre social!
Entretanto, a falta do coreto faz imenso jeito aos que se vão demitindo de mais uma das suas funções: tornar acessível de forma simples a cultura ao Povo...
Ter um povo descontraído e alarve dá muito jeito.
Longe vai o tempo em que a devolução do coreto constava das promessas eleitorais do actual presidente, João Ataíde. Longe vai o tempo, da promessa de concretização, assegurada pelo então vereador do pelouro do Ambiente, António Tavares, da requalificação, na altura ainda “em esboço”, que iria desembocar num projecto que “incluiria o coreto e um coberto vegetal que garantiria alguma intimidade, mas sem perturbar a segurança de quem procura o jardim”.
No tempo que passa, os figueirenses, especialmente os jovens, vivem com medo do futuro.
Quando é que os figueirenses, especialmente os jovens, acordam e fazem sentir aos políticos locais o que é viver com medo do passado?
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
1 comentário:
Completamente de acordo.
Boas memórias de tardes com os miúdos junto do coreto.
Brincadeiras de miudagem e conversas de adultos.
Salutar convívio.Ponto de encontro de uma cidade e de classes (assusta esta palavra), digamos grupos sociais.
Mais recentemente, dei-me conta de outra situação que considero errada.
Será mais um ataque ao Jardim?
De que falo?
Alguém me explica o motivo pelo qual, a excelente iniciativa e organização, da Feira das Antiguidades foi expulsa para o passeio marítimo?
Não me venham com a treta das viaturas, por favor. Quem assim falar nunca passa no Picadeiro (transformado em A 178 - via Casino).
Uma Feira com aquelas características deve ser no Jardim.
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