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segunda-feira, 9 de agosto de 2021

O problema da fixação dos jovens no concelho passa pelo problema da habitação e por outros tão ou mais graves: qualidade do emprego, salários e estabilidade laboral...

REUNIÃO ORDINÁRIA DA CÂMARA MUNICIPAL DA FIGUEIRA DA FOZ DE 09-08-2021: AGENDA aqui.

Via Diário as Beiras.
"Na sessão de hoje vão ser votados os projetos de regulamento do programa municipal de arrendamento bonificado, do programa municipal arrendamento seguro e do arrendamento I&D. E, ainda, o início do procedimento de elaboração da Carta Municipal de Habitação do Município da Figueira da Foz.
Estas propostas são apresentadas pela maioria socialista e visam a aplicação de políticas que integram a Estratégia Local de Habitação (ELH). As diversas soluções comtempladas abrangem, também, o mercado de arrendamento para jovens e para a classe média. Mas também o apoio a pequenas obras de reabilitação de habitação própria para proprietários com insuficiência económica. 
A ELH do Município da Figueira da Foz foi aprovada, por unanimidade, na reunião de câmara de 2 de novembro de 2020, após ter sido submetida a consulta pública, entre 17 de julho e 25 de agosto do mesmo ano. Esta resposta social é abrangente e diversa, mas converge na necessidade de colmatar as carências identificadas e definidas para 10 anos. 
A estratégia combina soluções municipais com respostas do Estado, recorrendo a fundos europeus, locais e nacionais. A ELH integra, entre outros, os programas nacionais Arrendamento 1.º Teto, Arrendamento Bonificado, Arrendamento Seguro e Arrendamento I&D. Por outro lado, estimula a reabilitação urbana para o mercado de arrendamento. 

Entretanto, o município assinou um acordo de colaboração com o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana para a reabilitação de 106 fogos da Figueira Domus (no valor de 3, 3 milhões de euros) e outros 124 da câmara, igualmente geridos pela empresa municipal (3,9 milhões de euros). 
Este investimento candidatou-se a fundos do Plano de Recuperação e Resiliência. Se as empreitadas para aquelas intervenções forem executadas dentro dos prazos definidos pelo aquele programa de financiamento europeu, terão acesso a 100 por cento de financiamento. Assim, isenta a Câmara da Figueira da Foz de garantir uma taxa de esforço de 50 por cento. 
A falta de habitação para arrendamento com rendas acessíveis é um problema que também está a afetar a classe média, no concelho e no país, o que obrigou o Estado português e as autarquias a uma nova abordagem ao setor da habitação, até agora praticamente vocacionado apenas para a habitação social. 
Uma das soluções passa por a autarquia arrendar imóveis no mercado livre e subarrendá-los a preços mais baixos."

Os jovens que pretendam fixar-se no concelho da Figueira, além das dificuldades que enfrentam no sector da habitação, têm outros problemas tão ou mais graves. A saber:a Figueira perdeu 5 mil habitantes nos últimos 10 anos. Isso não foi por acaso: a qualidade do emprego, os salários (há muitos trabalhadores com salários a roçar o ordenado mínimo) e a precariedade laboral.
Quem olhar para os dez últimos anos que emprego estável, de qualidade e bem remunerado foi criado no concelho?
Antes pelo contrário: a desvalorição do trabalho, a insegurança laboral e a perda de rendimentos foi a realidade que contribuiu decisivamente para o definhamento do concelho da Figueira da Foz.
Fica a sugestão. "mercearia" figueirense pode continuar a crescer... Na Figueira, se há sector económico onde se verifica uma concorrência feroz, é na mercearia: depois da ocupação terra, ainda temos o rio e o mar. "Já existem supermercados flutuantes"...

Há quem ande por aí a propagandear sobre as maravilhas do concelho.
Eles lá sabem porquê. Contudo, a verdade é que o modelo de crescimento dos últimos anos tem assentado na criação de empregos com muito baixos níveis salariais e, em muitos casos, sem qualquer progressão ao longo da carreira.
Para não focar a precariedade do emprego criado e o que foi extinto.
Como andamos a escrever há mais de meia dúzia de anos, algumas das maiores fortunas de Portugal, foram conseguidas através do negócio de mercearia, que gera alguns milhares de empregos, mas não cria riqueza.
Embora possam ter outros negócios, a maior parte da fortuna veio do negócio de mercearia, que esmaga margens dos industriais, dos agricultores, dos pescadores, etc., que para eles trabalham. 
Nos últimos anos, várias cadeias de distribuição, nacionais e internacionais, abriram superfícies comerciais na Figueira da Foz.
A criação dos postos de trabalho é uma questão sensível para a autarquia, mas há quem duvide que o saldo seja positivo, colocando na equação os empregos que se perdem no comércio tradicional.
“Não acredito que o saldo seja negativo. Estas superfícies estão a concorrer entre si e não com o comércio tradicional” -  vereadora Ana Carvalho

Jovens e figueirenses em geral: O pessimismo atávico, não nos leva a lado nenhum. Ter visão de futuro e sermos pragmáticos é bem diferente...
Portanto, se gostam só têm que continuar... Em equipa que ganha não se mexe.
Recordo, via Diário as Beiras,  Rui Curado da Silva em 9 de Fevereiro de 2017.
"Não aprendemos com os erros cometidos no final dos anos 90, quando se começou a arrasar o comércio tradicional na Figueira. Será que é preciso repetir o que foi dito e redito, que este tipo de soluções comerciais não gera mais emprego do que aquele que destrói? Não percebemos que o lucro que ali se obtém voa para outras paragens e não é reinvestido na Figueira? Ignoramos que os impostos pagos por parte daquelas empresas vão parar à Holanda, através de esquemas fi ctícios de compra e venda? Ninguém está contra a existência de grandes superfícies, desde que haja um equilíbrio entre o benefício do serviço que prestam e o comércio local. Todavia, esse equilíbrio há muito que foi quebrado na Figueira, com claro prejuízo para o comércio local. Ainda mais inaceitável é continuada fuga aos impostos de algumas destas empresas, funcionando como autênticos sorvedouros da riqueza local para a Holanda, um país bem mais rico que Portugal. Este problema poderia ser atacado pela Associação Nacional de Municípios, se fosse um órgão descomprometido. Não seria muito difícil pressionar ou impor um mecanismo a estas empresas para estancar a fuga de riqueza local para a Holanda."

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

A "mercearia" figueirense continua a crescer!..

Foto sacada daqui
No ano em curso, a Figueira da Foz assistiu à abertura de duas novas superfícies comerciais de média dimensão – um supermercado (Lidl) e uma loja de bricolagem (Aki), jardinagem e artigos para o lar, ambas próximas da várzea de Tavarede.
Em 2009, recorde-se, esta zona passou a parque verde "virtual" em 3 D!..
No outono do ano da graça de 2016, começou a desenhar-se o futuro retail park figueirense
Aos poucos,  as superfícies comerciais estão a ocupar o espaço.
Sublinhe-se: o último espaço que resta à Figueira para um verdadeiro parque verde.

Entretanto, avançam as obras de um novo supermercado, junto à piscina do Ginásio (Minipreço). Em Buarcos, em frente ao centro de saúde, decorrem trabalhos de terraplanagem para um espaço comercial com supermercado (do Grupo Sonae). Na Baixa da cidade, na rua da República, também progridem as obras para mais um supermercado (do Grupo Sonae). Em todos os casos, como se comprova, são espaços comerciais de conhecidos grupos nacionais e internacionais, tal como as restantes oito médias e grandes superfícies existentes na cidade. 

O comércio tradicional sente-se ameaçado.
Só o Pingo Doce tem três lojas na cidade. Por sua vez, o Lidl tem duas, o Jumbo uma, o Intermarché uma e o E.Leclerc uma. 
Perante a vaga de novas superfícies, têm-se levantado vozes contra, fazendo coro com os comerciantes locais. Os contestatários questionam a equação sobre os postos de trabalho gerados pelos recém-chegados e os que se perdem com o encerramento de espaços comerciais pré-existentes. 
Na opinião pública e publicada figueirense debate-se, também, o impacte urbanístico e ambiental que as novas superfícies produzem nas zonas onde se instalam. 
Por sua vez, a autarquia tem respondido que, ao licenciá-las, limita-se a cumprir a lei.

O investimento privado na nossa cidade é bem-vindo e necessário. Cria postos de trabalho, aumenta a oferta de produtos e a concorrência estimula a melhoria da prestação dos serviços”, defende hoje em dclarações publicadas pelo jornal AS Beiras,  Nuno Lopes, vice-presidente da Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz (ACIFF) para o sector do comércio. “Enquanto defensora do comércio de proximidade, a ACIFF defende que estes investimentos deviam ser realizados na Baixa da cidade, contribuindo para o desenvolvimento do seu tecido empresarial e repovoamento das zonas históricas”.
No seu ponto de vista,  “a instalação de grandes superfícies na periferia origina a dispersão dos consumidores, não contribuindo para o aumento da habitabilidade dos centros urbanos, que, na nossa opinião, passa por uma aposta clara na revitalização do comércio e recuperação imobiliária”. 

Entretanto, ao que foi possível apurar pelo jornal AS BEIRAS, a Zara já não deverá instalar-se na Baixa, ao contrário do que foi avançado. 
Até agora, não houve contactos formais e, ao que tudo indica, aquela loja-âncora não vai mesmo ostentar o seu símbolo na cidade, pelo menos nos próximos tempos... 
Neste momento,  na Figueira, se há sector económico onde se verifica uma concorrência feroz, é na mercearia...
Não esquecer: dois dos portugueses mais ricos, são merceeiros...

terça-feira, 8 de junho de 2021

É este o modelo de desenvolvimento que querem para o concelho da Figueira da Foz?

Fica a sugestão.
"mercearia" figueirense pode continuar a crescer...
Na Figueira, se há sector económico onde se verifica uma concorrência feroz, é na mercearia... 
Todavia, depois da ocupação terra, ainda temos o rio e o mar: "já há supermercados flutuantes"...

Há quem ande por aí a propagandear sobre as maravilhas do concelho.
Eles lá sabem porquê. Contudo, a verdade é que o modelo de crescimento dos últimos anos tem assentado na criação de empregos com muito baixos níveis salariais e, em muitos casos, sem qualquer progressão ao longo da carreira.
Para não focar a precariedade do emprego criado e o que foi extinto.
Como andamos a escrever há mais de meia dúzia de anos, algumas das maiores fortunas de Portugal, foram conseguidas através do negócio de mercearia, que gera alguns milhares de empregos, mas não cria riqueza.
Embora possam ter outros negócios, a maior parte da fortuna veio do negócio de mercearia, que esmaga margens dos industriais, dos agricultores, dos pescadores, etc., que para eles trabalham. 
Nos últimos anos, várias cadeias de distribuição, nacionais e internacionais, abriram superfícies comerciais na Figueira da Foz.A criação dos postos de trabalho é uma questão sensível para a autarquia, mas há quem duvide que o saldo seja positivo, colocando na equação os empregos que se perdem no comércio tradicional.
“Não acredito que o saldo seja negativo. Estas superfícies estão a concorrer entre si e não com o comércio tradicional” -  vereadora Ana Carvalho
Jovens e figueirenses em geral: O pessimismo atávico, não nos leva a lado nenhum. Ter visão de futuro e sermos pragmáticos é bem diferente...
Portanto, se gostam só têm que continuar... Em equipa que ganha não se mexe.
Recordo, via Diário as Beiras,  Rui Curado da Silva em 9 de Fevereiro de 2017.
"Não aprendemos com os erros cometidos no final dos anos 90, quando se começou a arrasar o comércio tradicional na Figueira. Será que é preciso repetir o que foi dito e redito, que este tipo de soluções comerciais não gera mais emprego do que aquele que destrói? Não percebemos que o lucro que ali se obtém voa para outras paragens e não é reinvestido na Figueira? Ignoramos que os impostos pagos por parte daquelas empresas vão parar à Holanda, através de esquemas fi ctícios de compra e venda? Ninguém está contra a existência de grandes superfícies, desde que haja um equilíbrio entre o benefício do serviço que prestam e o comércio local. Todavia, esse equilíbrio há muito que foi quebrado na Figueira, com claro prejuízo para o comércio local. Ainda mais inaceitável é continuada fuga aos impostos de algumas destas empresas, funcionando como autênticos sorvedouros da riqueza local para a Holanda, um país bem mais rico que Portugal. Este problema poderia ser atacado pela Associação Nacional de Municípios, se fosse um órgão descomprometido. Não seria muito difícil pressionar ou impor um mecanismo a estas empresas para estancar a fuga de riqueza local para a Holanda."

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

É esta a riqueza da Figueira: estamos absorvidos e deslumbrados por alguma coisa (neste caso a "mercearia") e só termos olhos para ela. O demais não interessa...

A cadeia de supermercados alemã Aldi vai construir uma média superfície nas Abadias, em terrenos que pertenciam ao antigo presidente da Câmara da Figueira da Foz Duarte Silva, já falecido, próximos da esquadra da PSP e da escola do 1.º ciclo.
O Pedido de Informação Prévia já deu entrada na câmara e a loja poderá abrir em 2019, criando 25 postos de trabalho directos.
Entretanto, a espanhola Mercadona continua em negociações com proprietários de potenciais espaços para a instalação de um supermercado na cidade, segundo  a vereadora Ana Carvalho.
Nos últimos anos, várias cadeias de distribuição, nacionais e internacionais, abriram superfícies comerciais na Figueira da Foz. Só em 2017 foram inauguradas três, duas delas em dezembro.
A criação dos postos de trabalho é uma questão sensível para a autarquia, mas há quem duvide que o saldo seja positivo, colocando na equação os empregos que se perdem no comércio tradicional.
“Não acredito que o saldo seja negativo. Estas superfícies estão a concorrer entre si e não com o comércio tradicional”, diz na edição de hoje do DIÁRIO AS BEIRA, Ana Carvalho. 


Absolutamente notável, a meu ver, esta visão da vereadora.  O pessimismo atávico, não nos leva a lado nenhum. Sermos pragmáticos é bem diferente...

Entretanto, a "mercearia" figueirense continua a crescer!.. 
Algumas das maiores fortunas de Portugal, foram conseguidas através do negócio de mercearia, que gera alguns milhares de empregos, mas não cria riqueza.
Embora possam ter outros negócios, a maior parte da fortuna veio do negócio de mercearia, que esmaga margens dos industriais, dos agricultores, dos pescadores, etc., que para eles trabalham.
Acham que é assim, que vamos a algum lado na Figueira?..

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Da série, É esta a riqueza da Figueira: estamos absorvidos e deslumbrados por alguma coisa (neste caso a "mercearia") e só termos olhos para ela. O demais não interessa...

A criação dos postos de trabalho é uma questão sensível para a autarquia, mas há quem duvide que o saldo seja positivo, colocando na equação os empregos que se perdem no comércio tradicional e a qualidade do emprego criado pela "mercearia".
Ana Carvalho, a 23 de Novembro de 2018, no Diário as Beiras, disse: “Não acredito que o saldo seja negativo. Estas superfícies estão a concorrer entre si e não com o comércio tradicional”...

Entretanto, a "mercearia" figueirense continuou a crescer!..
Imagem via Diário as Beiras
 

Neste momento, existem rumores, que carecem de confirmação, que apontam para duas "mercearias" na calha para vir...

Algumas das maiores fortunas de Portugal, foram conseguidas através do negócio de mercearia, que gera alguns milhares de empregos, mas não cria riqueza.
Embora possam ter outros negócios, a maior parte da fortuna veio do negócio de mercearia, que esmaga margens dos industriais, dos agricultores, dos pescadores, etc., que para eles trabalham.
Acham que é assim, que vamos a algum lado na Figueira?..

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

A mercearia figueirense...

Foi hoje inaugurado, pelas 8:00, na Rua de Billerud, o segundo Lidl Portugal no concelho da Figueira da Foz. As fotos são de Pedro Agostinho Cruz.
"Avenida dos supermercados", uma crónica de Rui Curado da Silva, hoje no jornal AS BEIRAS.

"Na Várzea está a ser construída mais uma grande superfície. Dali seguimos até à rebatizada Avenida dos Supermercados (Av. Mário Soares e Av. Sá Carneiro), junto à qual surgirá outro supermercado.  Não aprendemos com os erros cometidos no final dos anos 90, quando se começou a arrasar o comércio tradicional na Figueira. Será que é preciso repetir o que foi dito e redito, que este tipo de soluções comerciais não gera mais emprego do que aquele que destrói? Não percebemos que o lucro que ali se obtém voa para outras paragens e não é reinvestido na Figueira? Ignoramos que os impostos pagos por parte daquelas empresas vão parar à Holanda, através de esquemas fi ctícios de compra e venda? Ninguém está contra a existência de grandes superfícies, desde que haja um equilíbrio entre o benefício do serviço que prestam e o comércio local. Todavia, esse equilíbrio há muito que foi quebrado na Figueira, com claro prejuízo para o comércio local. Ainda mais inaceitável é continuada fuga aos impostos de algumas destas empresas, funcionando como autênticos sorvedouros da riqueza local para a Holanda, um país bem mais rico que Portugal. Este problema poderia ser atacado pela Associação Nacional de Municípios, se fosse um órgão descomprometido. Não seria muito difícil pressionar ou impor um mecanismo a estas empresas para estancar a fuga de riqueza local para a Holanda."

Nota de rodapé.
Está a acontecer há alguns anos, em silêncio, um brutal aumento do preço dos bens alimentares no nosso país.
Sem primeiras páginas e sem especialistas das televisões, este será brevemente o maior desafio de Portugal: a fome.
Neste momento, curiosamente, na Figueira, se há sector económico onde se verifica uma concorrência feroz, é na mercearia...
Não notam qualquer coisa de estranho na mercearia figueirense?..
Não esquecer: dois dos portugueses mais ricos, são merceeiros...

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

O Picadeiro: saudade é isto mesmo - “é tudo o que fica, depois de tudo morrer”

Com a devida vénia, fica arquivado neste blog/baú este excelente texto"onde Pedro Biscaia expressa gratidão ao Fernando e Isabel, pela criação de um lugar de memória e memórias".

"A sugestão do Zé Tomé e do João Damasceno, para que fosse eu a vir aqui testemunhar o apreço que todos temos pelo Fernando Grilo e pela Isabel João, pela sua aventura de quase 30 anos ao leme do Picadeiro, parece-me, no mínimo, inesperada e até, talvez, fora de contexto. Eu?... Eu que não sou de beber nem de comer, a quem o vinho provoca azia e as digestões são um processo difícil, o que é posso vir aqui dizer? Obviamente que não estou habilitado a comentar gastronomia ou enologia, os segredos da alquimia da confeção ou a seleção de castas adequadas a certas vitualhas.
Em boa verdade, dessas matérias não sei absolutamente NADA ! 
Todavia, o que facilita a missão de que fui incumbido, é a circunstância de ter conhecido e partilhado um lugar, que sempre foi muito para além do que um mero restaurante. Ali, à volta da mesa, todos aprendemos uns com os outros, num espaço de cultura que, tal como disse não sei quem, -“é o que fica, depois de tudo se esquecer”. O Picadeiro foi, provavelmente, o último herdeiro de uma rede de locais que ajudaram a construir a identidade da Figueira do sec. XX, nas tascas de raiz popular guardadas na memória coletiva da cidade, tais como o Púcaro e a Gaivota na Rua 10 de agosto, o Manel da Parreira e o Gato Preto, ali perto do Cais, o Barril na rua da República, o Barracão no Casal do Rato, o Socorro de Inverno na rua da Restauração, os Papagaios no mercado, o icónico 37 na rua dos Pescadores, a Adega Praia em Buarcos… estações de um roteiro iniciático de sociabilidade de várias gerações. E, além delas, as tabernas como o Feteira ou o Niza, a primeira preferida pelos marítimos e a segunda pelos estivadores ou ainda os cafés frequentados por tribos próprias, com clientes de condição social diversa e onde eram patentes as tendências políticas (mesmo às escondidas) clubísticas e sociais. A Nau era dos funcionários públicos, dos adeptos da Naval e, depois do 25 de abril, de ativistas de posicionamentos mais à esquerda. A Brasileira tinha a preferência dos apaniguados do Ginásio e do Sporting Figueirense e de uma elite pequeno-burguesa de bancários e comerciantes, da parte antiga da Figueira. O Café Brasil (conhecido por Zé do Lixo) era o apoio privilegiado dos passageiros das camionetas da rodoviária, que ali paravam. No Bairro novo, o Nicola, a Cristal, a Império, o Oceano ou o Europa tinham frequentadores diferentes entre si e todos eles eram diferenciados da clientela conservadora da Caravela. O Arnaldo era um poiso muito peculiar, onde se bebia e petiscava ao balcão e o anexo da Mercearia Encarnação era um recanto mais sossegado e discreto, no fim da tarde. Havia ainda, nas imediações da estação, a “Capela do Sol”, do Manuel Lopes, que tinha estatuto de santuário de tertúlia bairrista (mas com acesso restrito) e, na rua da República, o Café Paris, este, indicado para cavalheiros mais carentes de mimos e licores…
Neste roteiro de lugares, estava subentendido um código definidor de identidades específicas, um respeito por territórios conotados e, também, a procura dos que nos estavam mais próximos. Em todos eles, na sua diversidade, havia tertúlias quase sempre masculinas e, aos domingos, eram transformados em seletos salões familiares de galão morno e torradas com manteiga. Tudo isto eu o digo, apenas a escorropichar a memória do meu tempo *, sabendo que há quem o tenha estudado com profundidade e rigor. Por exemplo Guida Cândido (hoje reputada investigadora nesta área do saber) tem um estudo publicado, em 2014, pelo município da Figueira, sobre a célebre Tertúlia “Coração, Cabeça e Estômago” fundada por António Augusto Esteves, nos anos 30, e compartilhada por vultos figueirenses como Joaquim de Carvalho, Cardoso Marta, António Piedade, Mário Augusto e outros, cuja constituição e atividade cultural e gastrónoma, expressa em atas descritivas, vale muito a pena conhecer. Posteriormente, já nos anos 80, também existiu o Círculo de Gastronomia e Cultura da Região da Figueira, sob a égide de João de Lemos, Marcos Viana e Albarino Maia, em cujo estatuto se pode ler “Círculo porque todos são iguais, usufruem os mesmos direitos e deveres, todos ao redor da mesa partilham do mesmo pão (…) e Cultura porque gastronomia também é cultura”.  
Ora, o Picadeiro foi o seguidor desse espírito gregário e de convivência, para além do cuidado posto nas ementas de referência tradicional, graças a perseverança do Fernando e da Isabel, em parceria com as imprescindíveis cozinheiras, com destaque para a Cristina, e os sucessivos empregados como o Gervásio, o Renato, o Rafael ou o Marcos, que levavam até à mesa, travessas de apuradas tentações. Por isso, estes dois nossos amigos, para além de proprietários e gestores de um restaurante foram, implicitamente, agentes culturais e catalisadores da sociabilidade democrática figueirense, onde todos encontraram um acolhimento feito de qualidade, simpatia e descontração, numa pluralidade de género, idade ou condição. Nessa medida, foi um lugar de culto, um pára raios de amizades, um aconchego para algumas solidões, uma praça de intercâmbios, onde pontificaram figuras tutelares da mesa e da conversa, como o Mário Moniz Santos ou o Joaquim Gil que, lamentavelmente, já não estão aqui.
A própria escolha do nome do estabelecimento - Picadeiro - remete para o mais conhecido espaço público de sociabilidade da Figueira, o mais antigo segmento pedonal da rua Cândido dos Reis, outrora poeticamente denominada rua da Boa Recordação, a âncora do Bairro Novo de Stª Catarina, qual passerelle de acesso ao Casino Peninsular, quando este era um edifício digno e frequentado pelo glamour de veraneio e quando o espaço comum de circulação era respeitado, ao contrário da ocupação desenfreada que hoje lá vemos. E, curiosamente, o “Picas” fica na esquina da rua que evoca o Académico Zagalo, o jovem estudante que comandou a libertação do Forte de Stª Catarina do jugo napoleónico, em 1808, e a rua Dr. Francisco Dinis, homem de visão larga, que foi um dos fundadores da Companhia Edificadora Figueirense, no final do sec. XIX. Ou seja, está na confluência toponímica da ousadia, da liberdade, do empreendedorismo e do amor ao desenvolvimento da nossa terra. Ele há cada coincidência…!
O “Picadeiro” do Fernando e da Isabel, o nosso “Picas”, era, também, uma espécie de casa familiar comum, onde quase todos se conheciam, pelo menos de vista e onde perpassava uma solidariedade entre pares. No meu caso pessoal, posso confessar que todas as minhas namoradas tiveram que lá ir à amostra e com o intuito de que melhor entendessem o que as palavras e até os gestos, nem sempre conseguem explicar. Ora, esse estatuto de casa de família, íntima, acolhedora, despojada de formalismo, com as paredes cobertas de lembranças como um álbum de fotografias, era o que sabíamos que podíamos esperar do Picadeiro e por isso, o fazíamos, um bocadinho, coisa nossa. Eramos todos dali, como nunca o fomos de outros lugares onde nos sentámos à mesa para comer. Era o lugar a que sempre regressávamos, à espera de um sorriso conhecido (como no verso do Manuel António Pina “regresso devagar ao teu sorriso como quem volta a casa”…), da graçola repetida, da novidade segredada, do picante da crítica figueirense, da lamúria do estado das coisas, da partilha do sentimento. Ali celebrámos vitórias e enterrámos derrotas, discutimos vinhos - eu não, claro… - vaticinámos resultados desportivos e eleitorais e sempre nos despedimos uns dos outros, até à próxima vez. Recomendávamo-lo a outros amigos e conhecidos, com palavras de confiança e até o atrevimento de sugerir que, quando lá chegassem, dissessem que iam da nossa parte.
Isto não tem preço ! Isto não consubstancia uma mera transação comercial !
O segredo do Fernando e da Isabel, na criação e sustento deste ambiente diferenciado e tão humano, esteve na paixão com que se entregaram ao seu projeto e o bom resultado foi o que se viu, com claro e indelével contágio em todos nós. Faz-me lembrar aquela história que conta que o jovem Kaiser Guilherme II da Prússia terá perguntado ao seu mestre de equitação, o que era mais importante: se a técnica, os arreios ou a montada. E este ter-lhe-á respondido: - a paixão do cavaleiro, Sire…a paixão; o resto vem tudo atrás!
Sim, foi um privilégio de vida passarmos pelo nosso “Picas”, porque ali cada um foi o que já era e o que recebeu dos outros e, assim tendo sido, aqui estamos a agradecer, com um sentido abraço, a quem foi nosso cúmplice na construção de amizades para a vida e nos proporcionou momentos de genuína felicidade.
Esse é o verdadeiro sedimento das coisas essenciais !
Ficamos agora, momentaneamente, despernados, com a bússola sem norte, talvez até com sentimento difuso de orfandade, mas… como cantava o Fausto “atrás dos tempos vêm tempos e outros tempos hão-de vir!”
Eis, como um gajo que de comida e bebida nada sabe, teve o desplante de vos servir esta caldeirada de afetos, com tempero de alegria, uma pitada de memória e um toque discreto de nostalgia.
*
E para acabar, parafraseando o Márinho, que de pequeno só tinha o diminutivo, digo agora:
“Ah meninos…!” vai um brinde à Isabel e ao Fernando!"

terça-feira, 23 de maio de 2023

Da série, É esta a riqueza da Figueira: estamos absorvidos e deslumbrados por alguma coisa (neste caso a "mercearia") e só termos olhos para ela. O demais não interessa... (continuação)

"Mercadona abre na Figueira da Foz no dia 20 de junho".

Os jovens que pretendam fixar-se no concelho da Figueira, além das dificuldades que enfrentam no sector da habitação, têm outros problemas tão ou mais graves. A saber: a Figueira perdeu 5 mil habitantes nos últimos 10 anos. Isso não foi por acaso: a qualidade do emprego, os salários (há muitos trabalhadores com salários a roçar o ordenado mínimo) e a precariedade laboral.
Quem olhar para os dez últimos anos que emprego estável, de qualidade e bem remunerado foi criado no concelho?
Antes pelo contrário: a desvalorição do trabalho, a insegurança laboral e a perda de rendimentos foi a realidade que contribuiu decisivamente para o definhamento do concelho da Figueira da Foz.

Fica a sugestão. A "mercearia" figueirense pode continuar a crescer... Na Figueira, se há sector económico onde se verifica uma concorrência feroz, é na mercearia: depois da ocupação terra, ainda temos o rio e o mar. "Já existem supermercados flutuantes"...

domingo, 26 de fevereiro de 2017

A Figueira hoje, mas não apenas hoje, é um dos principais destinos da região para quem gosta de assistir a folias

A Democracia, para quem tem de se sujeitar a ir a votos,  pode ser uma coisa muito aborrecida... 
Tão, tão aborrecida, vejam lá,  que os votos  - imagine-se! - são todos iguais.
Pelo andar do carnaval, bem pode o presidente Ataíde fazer as catarses públicas que quiser dos seus vícios (até ao momento, só ainda confessou um gosto enorme pelas construções de mau gosto na areia e pela dificuldade em conseguir localizar a praia da sardinha ...) que os figueirenses dificilmente lhe não darão novo voto.
As sondagens já dão mais de 6% ao PCP e 3% ao BE. À sua direita, espera-se que tarde ou cedo, o PSD reorganizar-se-á, pelo que irá subir nas sondagens. Durão continua a  ser a incógnita.
Ataíde, para já, continua a ser a certeza.

Podem sossegar as almas menos confiantes: na Figueira, o regime dos liberais na economia está de pedra e cal...
Os adeptos dos monopólios e das concertações de preços, até ao tutano, têm é de se organizar rapidamente.
A mercearia figueirense está a crescer desmesuradamente. 
Pela parte de quem de direito, existe a esperança, para regularizar a oferta, que os merceeiros se comam uns aos outros!..
Nem tudo está perdido. Eis a esperança da salvação da Figueira, por quem tem o dever e a obrigação de tomar medidas, pois a responsabilidade da governação da cidade é sua: "os merceieros figueirenses" serem autofágicos!

Trampas e Liberdade ao chegaram, no passado dia 19...

Não percamos a esperança. Vivemos numa cidade e num concelho,  onde todos somos iguais! 
Só que ALGUNS SÃO MAIS IGUAIS QUE OS OUTROS.  
Esta é uma cidade e um concelho, onde os HONESTOS SÃO ESTÚPIDOS E POBRES.
Vivemos tempos de máscaras e aparências, em que se esquece o valor do serviço e o respeito pela realidade.
Vivemos tempos sem glória.
Vivemos tempos de resignação e de fatalismo.
Vivemos tempos de carnaval.

Entre a ilusão, que nos engana, e a realidade, que nos interpela e desafia, será que alguma vez iremos saber escolher a verdade efectiva das coisas?
Siga. 
Na Figueira continua ser sempre carnaval. 
Hoje há desfile na avenida.  
A Figueira da Foz assume-se, não só hoje, mas também hoje, como um dos principais destinos da região aos visitantes que queiram assistir  à folia.
Figueirenses: quem nos protege do "estado a que isto chegou"?..

Via Agência de Notícias "Caralhete" 

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

A propósito da "mercearia"...

A central política figueirense de interesses sempre funcionou: Bom Dia Buarcos, foi aprovado por unanimidade!
A "mercearia" figueirense continua a crescer!..
Não respeita nada, nem sequer a lei.
Pelos vistos, compensa pagar a multa. Nestes dias que antecedem o Natal, os dias que estiverem abertos ilegalmente o lucro é maior que a multa.
Já agora, para quando o aumento das coimas, senhor presidente e senhores vereador?
Por vezes, somos um pouco descoordenados e complicados! E, por vezes, algo "burritos"!.. 
A câmara até precisa de reforço de receita...


Como qualquer partido que se preze, na Figueira também o PSD tem os seus agentes politicos, que o mesmo  é dizer, as  pessoas responsaveis pela politica do PSD/Figueira.
A saber: Comissão Politica, Vereadores Camarários, Deputados Municipais, Membros de Assembleias e Juntas de freguesias.

Toda  esta gente é responsavel politicamente.
No dia 17.01.2017 houve a reunião de Câmara em que foi analisado e aprovado por unanimidade o pedido da Sonae Retail Park- pedido de informação prévia - aprovação condicionada de uma superficie comercial.
PS e PSD aprovaram por unanimidade.

Na altura, o que disseram os membros da  Assembleia de Freguesia de Buarcos e S. Julião sobre o assunto a esta deliberação por unanimidade da Câmara Municipal? 
Nada... 
Da parte do PS até entendo.
Mas, que se passou consigo dr. Carlos Tenreiro, membro da anterior Assembleia de Freguesia de Buarcos e S. Julião? 
Isso é que estava atento à agenda politica, não do seu concelho, mas da sua freguesia!..


Como é que agora, alguém eleito pelo PSD pode criticar uma deliberação que  os anteriores agentes políticos eleitos pelo PSD votaram a favor, juntando-se à maioria socialista,  não  dizendo nada...
Na Figueira, a central de interesses sempre funcionou.
Carlos Tenreiro, na altura membro da Assembleia de Freguesia de Buarcos S. Julião, que ambicionava ser Presidente de Câmara, por onde andava?...

terça-feira, 25 de outubro de 2022

Da série, a "mercearia" figueirense continua a crescer!..

O comércio tradicional foi cilindrado na Figueira e no concelho. Só o Pingo Doce tem três lojas na cidade. O Lidl tem duas, o Jumbo uma, o Continente duas, o Intermarché uma e o E.Leclerc uma. Já tivemos o Minipreço... Para o ano teremos a Mercadona.

Perante a vaga de novas superfícies, têm-se levantado vozes contra, fazendo coro com os poucos comerciantes locais que ainda vão resistindo. Os contestatários questionam a equação sobre os postos de trabalho gerados pelos recém-chegados e os que se perdem com o encerramento de espaços comerciais pré-existentes. 
Na opinião pública e publicada figueirense debate-se, também, o impacte urbanístico e ambiental que as novas superfícies produzem nas zonas onde se instalam. 
Por sua vez, a autarquia tem respondido que, ao licenciá-las, limita-se a cumprir a lei.
Em tempos a ACIFF tinha esta posição. Declarações publicadas pelo jornal AS Beiras, feitas por Nuno Lopes, vice-presidente da Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz (ACIFF) para o sector do comércio, em 3 de Agosto de 2017.
O investimento privado na nossa cidade é bem-vindo e necessário. Cria postos de trabalho, aumenta a oferta de produtos e a concorrência estimula a melhoria da prestação dos serviços. “Enquanto defensora do comércio de proximidade, a ACIFF defende que estes investimentos deviam ser realizados na Baixa da cidade, contribuindo para o desenvolvimento do seu tecido empresarial e repovoamento das zonas históricas”.
No seu ponto de vista,  “a instalação de grandes superfícies na periferia origina a dispersão dos consumidores, não contribuindo para o aumento da habitabilidade dos centros urbanos, que, na nossa opinião, passa por uma aposta clara na revitalização do comércio e recuperação imobiliária”. 

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Um ideia para rentabilizar o "ferry" para o "novo Cabedelo"...

Ontem, a primeira página do Diário as Beiras, divulgava, em primeira mão o "ferry", que há-de ligar as duas margens do estuário do Mondego.

Ora, está aqui uma janela de oportunidade para a "mercearia" figueirense poder continuar a crescer...
Na Figueira, se há sector económico onde se verifica uma concorrência feroz, é na mercearia... 
Todavia, depois da ocupação terra, ainda temos o rio e o mar: "já há supermercados flutuantes"...

E, assim, expandia-se a "mercearia" e rentabilizava-se o transporte fluvial.
Fica a ideia. Mais uma vez
Agora, à atenção do novo presidente, Dr. Carlos Monteiro.
Bem-vindos ao TROIADELO.

domingo, 13 de agosto de 2017

Superfícies comerciais...

Não sei se isto aconteceu tão intensamente no resto do País, como está a acontecer na Figueira, onde estes dois mandatos de Joaão Ataíde, em termos de desenvolvimento industrial, foram 8 anos perdidos para a cidade e o seu concelho...
A actual zona industrial, sita na Gala, está saturada...
A futura zona industrial do Pincho, continua sem projecto (e assim será para a próxima década!..)
Todavia, no que à "mercearia figueirense" diz respeito houve outro tratamento!..
Neste momento, curiosamente, na Figueira, se há sector económico onde se verifica uma concorrência feroz, é na mercearia...

A necessidade motiva qualquer mortal a frequentar as chamadas superfícies comerciais. 
Até eu, embora muito raramente, lá vou.
Aconteceu-se ontem.
Em tese, tais superfícies deveriam ser evitadas por qualquer criatura com um minímo de juízo. 
Tais espaços deveriam ser deixados à fauna típica: as rapariguinhas do shopping, as senhoras da limpeza, as rapazes da empresa de segurança com walkie talkies, os prezados clientes e as adolescentes vestidas e calçadas de modo provocatório, a mascar pastilha elástica e de mão dada com adolescentes vestidos e calçados de modo que, por decoro dos parentes sobreviventes, ninguém é sepultado. 
Um centro comercial, confirmei ontem mais uma vez, é aquio que está  mais próximo que de uma galeria de horrores. 
É o lugar onde o capitalismo celebra a miséria, tranfigurando-a não em consumo ou em consumíveis, mas em consumidores.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Não notam qualquer coisa de estranho na mercearia figueirense?.. (IV)

Portugueses gastam 47 milhões por dia nos hipermercados

Nota de rodapé.
Os nossos comentadores merecem ser citados...
"A Várzea de Tavarede, tida como a zona da Figueira com melhores terrenos agrícolas, está completamente betonizada com grandes superfícies comerciais – Pingo Doce, AKI e agora o LIDL. 
A Várzea de Tavarede e São Julião começou a ser destruída no consulado de Aguiar de Carvalho aquando da construção das Avenidas em cima de quintas agrícolas ao invés de construir em terrenos sem uso agrícola mas já cozinhados entre a CMFF e a empreiteira Lurdes Baptista para futuros loteamentos … o vil metal…
Nesta zona Várzea de Tavarede e São Julião e agora também Buarcos, foi igualmente proposto o Parque Verde da Cidade na campanha politiqueira de 2009 deste executivo camarário (tal como, propôs igualmente Santana Lopes) cujo a sua implementação foi nula ao contrário da vontade efectiva e rapidez em legalizar a construção do Pingo Doce, do AKI e LIDL no mesmo espaço projectado para o referido Parque Verde…
Também Duarte Silva em parceria Aprigiana também tentou betonizar esta zona com um Centro Comercial operacionalizado por um ex. futuro assessor …
Na Assembleia de 12 de Outubro de 2012 que sepultou a freguesia de São Julião (cuja a acta nunca foi publicada no site da CMFF), a Freguesia de Tavarede escapou à extinção ou agregação com uma prenuncia justificativa muito “delirante” de que é uma Freguesia somente RURAL… tão rural que detém a maiores urbanizações do concelho da Figueira da Foz e maior concentração de superfícies comerciais:
Intermarché; L.leclerc; FozPlaza – Jumbo; Na Várzea “tida como a zona da Figueira com melhores terrenos agrícolas” tem o Pingo Doce, AKI e agora o LIDL…
Mercearias e Lojas Figueirinhas sempre ao dispor de… alguns e destes muitos são somente banhistas de alforge…
Defender a Figueira só se for nos reles centímetros dos seus bolsos…"

domingo, 30 de abril de 2017

Vamos então continuar a discutir o PDM... (41)

Estes dois mandatos de Joaão Ataíde, em termos de desenvolvimento industrial, foram 8 anos perdidos para a Figueira da Foz e o seu concelho...
A actual zona industrial, sita na Gala, está saturada...
A futura zona industrial do Pincho, continua sem projecto (e assim será para a próxima década!..)
Todavia, no que à "mercearia figueirense" diz respeito houve outro tratamento!..
Neste momento, curiosamente, na Figueira, se há sector económico onde se verifica uma concorrência feroz, é na mercearia...
Não notam qualquer coisa de estranho na mercearia figueirense?..
Não esquecer: dois dos portugueses mais ricos, são merceeiros...

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Dar sangue, é salvar uma vida!.. Os figueirenses são mesmo humanistas: andam há quase 8 anos a ser picados por uma melga e deixam (que continue?..)

"Desde há algumas semanas, a primeira coisa que faço logo pela manhãzinha é ler o que durante a noite foi prometido para a Figueira. 
E sinto-me tão confiante! Vamos ser a capital (mundial?) do destino turístico dos desportos de areia; vão proporcionar-nos (aos residentes) condições para a prática de diversas modalidades no extenso areal urbano; vamos ter um centro de alto rendimento, sendo o parque municipal de campismo a sua base (com bangalôs, piscina e ginásio); vamos ter muitas mais unidades hoteleiras, para receber estágios de seleções e de clubes, nacionais e estrangeiros; vamos ter um Anel das Artes, também na praia; a Piscina-Praia vai ser remodelada, coberta… 
E quando, por brevíssimos momentos de lucidez, penso que, nos últimos sete anos, tivemos, no concelho da Figueira da Foz, um deserto de ideias e de ação relativamente a quase tudo o que é fundamental preparar tendo em conta os próximos 20/30 anos, imediatamente elevo os meus pensamentos mesquinhos e maldizentes, e confirmo que tudo isto não é um sonho – não! para cada uma destas ideias há cartazes grandes, desenhos coloridos, bonitos, impantes - ah, como estou confiante!... 
Há quem na Figueira se sinta impante (em sentido literal “cheio de comida ou de bebida, inchado”, em sentido figurado “cheio de soberba, ufano”), esquecendo que o seu primeiro significado é “o que soluça convulsivamente”… Mal posso esperar pela promessa de amanhã!..."
Impante, uma crónica de Teotónio Cavaco Deputado municipal do PSD, publicada hoje no jornal AS BEIRAS.

Nota de rodapé.
Depois de ler o texto acima, senti-me mais confortável, mas, ao mesmo tempo, mais preocupado.
Já andavam para aí a propagar, em sectores políticos diferentes - tanto no PS, como em certos nichos do PSD - que eu só dizia mal do presidente Ataíde...
Assim, dado que esta crónica, a meu ver, oportuna, assertiva, concisa e clara, não foi publicada pela Agência de Notícias "Calharete", mas por um meio insuspeito, credível, altamente prestigiado na melhor sociedade figueirense, creio que não há fumo sem fogo.
Será que as campaínhas políticas figueirenses que andam a tocar sinais de alarme, não deveriam merecer alguma atenção?
Possivelmente tal não acontecerá.
A mercearia política no poder figueirense tem uma máquina de agitação e propaganda bem oleada.
Faz-me lembrar o Lidl,  um supermercado muito à frente: não tarda nada, já estamos a receber tudo sobre promoções de chocolates e adereços para o Natal! 
Eles não brincam em serviço: sabem que há clientes que gostam de fazer as suas compras com calma, o que nunca foi o meu caso...
Por isso, sempre detestei essa coisa dos supermercados começarem a falar do natal e da passagem de ano meses antes, fazendo parecer que já estão aí à porta, quase querendo atropelar o tempo.
Tão ridícula, só mesmo a crença que acredita que, só por mudar de mandato, um político como Ataíde vai fazer diferente e não mais do mesmo.
Dois mandatos, com Ataíde como presidente da câmara da Figueira da Foz, foram um aglomerado de dias e horas, que nada mudarama de substancial, para melhor, na cidade e no concelho. 
Mudar o mandato ou não, com este presidente, não vai mudar nada. 
Pelo saber de experiência feita, sabemos que as famosas promessas antes das eleições, não costumam chegar sequer ao dia de reis...
Desta vez, depois de saber isto tudo, só me apetece gritar que passe depressa 2017... E que, 2018, seja um ano de jeito para a Figueira!

domingo, 1 de dezembro de 2019

Da série a democracia permite que cada um tenha o que merece... Até a Figueira!

 Imagem via jornal O Figueirense
A Figueira já foi uma cidade e um concelho onde dava gosto viver.
Ainda hoje tem recantos encantadores, para quem aprecia a natureza, a harmonia, o sossego, o sol e o mar.
E se é agradável usufruir da qualidade de vida desses locais, melhor seria se o concelho tivesse tido sorte com os políticos que o povo elegeu, ou com as elites económicas, sociais e políticas.
A Figueira, a sorte que teve com a localização e o eco sistema, não foi correspondida com os que a dirigiram e determinaram o seu destino nos últimos cerca de 40 anos.
Dos primeiros anos da década de 80 do século passado para cá tem tido um azar do caraças. Quem esteve minimamente atento, deu conta da decadência, que não foi travada pelo crescimento do turismo, a nível nacional, ou por alguns negócios de ocasião, como estamos a ver agora com o incremento brutal, selvático e desregulado da "mercearia".

Ao longo dos últimos anos, o Casino da Figueira perdeu importância. O turismo definhou. As pescas estão a atravessar uma crise prolongada. A construção naval desapareceu. A indústria não consegue ser a locomotiva que o concelho precisa. As empresas que temos com algum significado a nível nacional são altamente poluidoras, o que é um contra senso num concelho que deveria ter turismo de qualidade.
Se as elites politicais, sociais, intelectuais,empresariais, industriais e comerciais não estiveram à altura das possibilidades oferecidas por um concelho como a Figueira da Foz, também não deixa de ser lamentável que os figueirenses não tenham sido exigentes para com os políticos, conclaves e interesses de grupo locais.
Os figueirenses, nas suas sucessivas escolhas de lideranças autárquicas, optaram por políticos sem grande visão e sem mundo.
"O poder local, não só se demitiu da sua função de pressionar o Governo, como tentou descredibilizar a cidadania activa."
Continua com a cabeça enterrada no "maior areal urbano da Europa, na verdade, um autêntico desastre ambiental, sem ver o que é óbvio".
Os resultados estão à vista: o concelho está quase todo destruído.
O que resta aos figueirenses?
Talvez, apenas, tentar evitar que seja destruído o pouco o que resta...
Vamos ver se este executivo "consegue desenterrar a cabeça da areia"...

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Figueira da Foz, depois de mais uma década de mentiras e ilusões...

Imagem sacada daqui
A autarquia figueirense tem feito passar a ideia de que tem promovido o dinamismo económico.
E ela, a ideia, tem passado. O que dá jeito: o executivo utiliza o argumento como resposta às questões que lhe são dirigidas pela oposição. 
Parece que atrair empresas é um valor absoluto, o mesmo sucedendo em relação a alguns empresários com o argumento da “criação de emprego”.
A verdade, porém, é que depois de quase uma década, para não referir os mandatos antes de João Ataíde/Carlos Monteiro,  que nesta perspectiva foram muito semelhantes, o concelho da Figueira da Foz quase que  não atraiu empresas dignas desse nome. 
Uma boa parte do emprego e do actual, digamos assim, "dinamismo empresarial", deve-se à proliferação da "mercearia".
Os exemplos, estão aí. Os últimos,  paradigmáticos deste modelo são o ALDI e o Continente.
Uma câmara gerida por políticos sem ideias, conteúdo e competência política, o que tem para viabilizar, criando diversos problemas ao ambiente, é a "mercearia".
Para assegurar empregos com salários baixos, vão ser extintos outros empregos, e sem criação de riqueza significativa para o concelho. 
Chamar a isto dinamismo económico e acusar quem se opõe  de querer travar o progressos, roça entrar quase no domínio da loucura administrativa, social e política.
A prova de que este modelo dos grandes empreendimentos na "mercearia" não passa de eleitoralismo para tolos é esta: ao fim de quase uma década do consulado de João Ataíde/Carlos Monteiro, enquanto a Figueira da Foz viveu de demagogia e mentiras, perdeu competitividade em relação aos concelhos vizinhos. Enquanto os outros atraem empresas e projectos viáveis, a Figueira da Foz anunciou mentiras e vendeu ilusões.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

A "mercearia" figueirense vai continua a crescer?!..

Segundo a edição de hoje do jornal AS BEIRAS, "confirma-se que o Continente pretende construir um centro comercial na várzea de Tavarede, com cerca de cinco mil metros quadrados.

No ano passado, a Figueira da Foz assistiu à abertura de duas novas superfícies comerciais de média dimensão – um supermercado (Lidl) e uma loja de bricolagem (Aki), jardinagem e artigos para o lar, ambas próximas da várzea de Tavarede.
Em 2009, recorde-se, esta zona passou a parque verde "virtual" em 3 D!..
No outono do ano da graça de 2016, começou a desenhar-se o futuro retail park figueirense
Aos poucos,  as superfícies comerciais estão a ocupar o espaço.
Sublinhe-se: o último espaço que resta à Figueira para um verdadeiro parque verde.