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terça-feira, 30 de agosto de 2016

"A Verdadeira História de Portugal…" - Nota prefacial de Alfredo Pinheiro Marques, director do Centro de Estudos do Mar (CEMAR), no livro "A CONSTRUÇÃO NAVAL E A INDÚSTRIA BACALHOEIRA NA FOZ DO MONDEGO…"

De "altieiros" a "vareiros", mas sempre capazes de recomeçar navegações e pescas longínquas desde a Índia e o Brasil até ao Canadá e à Terra Nova, já desde os séculos XV-XVI (na chamada "Época dos Descobrimentos") existiram em Portugal navegadores e pilotos com o nome de família Luís (e, no século XVI, um deles, Lázaro Luís, em 1563, até foi também um cartógrafo… responsável pelo célebre atlas que hoje se conserva na biblioteca da Academia das Ciências de Lisboa), e depois disso, mais tarde, nos séculos XVIII-XIX (na época da asfixia e da decadência marítima e económica portuguesa), existiram nos litorais desertos portugueses da Ria de Aveiro e Ovar, "sozinhos com Deus e o Mar", de São Jacinto e Ílhavo até aos areais da foz do Mondego, companhas da "Arte" (a pesca de arrasto para terra, com barcos em "meia-lua") chamadas com o nome de "companha dos Luises"
Não é portanto de admirar que, depois, nos séculos XIX-XX — na época em que, com novas tecnologias norte-americanas, a partir dos Açores e da Figueira da Foz (1885-1886), os Portugueses conseguiram recomeçar a fazer pescarias longínquas do bacalhau na Terra Nova (1886), e logo depois, também, a partir de Ílhavo, na Gronelândia (1931) —, uma vez mais se tenham afirmado como expoentes máximos e como exemplos paradigmáticos dessa faina árdua e heróica, quer como "primeiras-linhas", quer como contramestres (e, logo depois, também, como responsáveis mecânicos e motoristas dos lugres e outros navios já motorizados), homens de gerações sucessivas dessa mesma família "dos Luises". Antepassados e familiares próximos do nosso caro Amigo Senhor Manuel Luís Pata — ele próprio também descendente, pelo lado materno, dos Pata, outra das famílias dos primeiros patriarcas que no século XVIII vieram dos litorais da Ria de Aveiro e Ílhavo para fundarem as companhas da "Arte" na Cova, junto à foz do Rio Mondego (num dos exemplos da "diáspora dos ílhavos", ou da "colonização das areias do litoral português"… a diáspora a que o autor destas linhas prefere chamar "o humilde descobrimento marítimo de Portugal, pelos pescadores portugueses"…).

Secular e heróica aventura… Trágica, e marítima… Uma aventura feita de coragem e de sal, de necessidade e de sorte, pobreza e solidão, acaso e vento, esforço e determinação.

Só a título de exemplo, diga-se que no fatídico ano de 1938 — no ano em que tantos homens e navios se perderam — quando, no dia 10 de Maio, a bordo do lugre-motor "Trombetas II" (da Lusitânia Companhia Portuguesa de Pesca, da Figueira da Foz), nove homens foram levados borda fora por uma súbita vaga assassina, e sete deles desapareceram para sempre, três dos mortos eram da família de Manuel Luís Pata (eram o seu tio paterno João Luís, o seu tio materno Manuel Maria Pata, e um seu primo, sobrinho de sua Mãe). E, desses nove homens arrastados pela vaga assassina, os dois náufragos que, nesse dia, apesar de tudo, desesperadamente, ainda puderam ser resgatados ao mar e à morte certa, foram salvos pelo próprio contramestre do navio, Joaquim Maria Luís (o Pai de Manuel Luís Pata), e pelos seus outros dois irmãos que também iam a bordo, e que sobreviveram, Francisco Luís, e Armando Luís (os outros dois tios paternos de Manuel Luís Pata).
Iam a bordo quatro irmãos… E um deles não pôde ser salvo.

Esse tio Francisco Luís, veterano de dezoito campanhas, viria a ser depois, ele próprio, a partir de 1939, o contramestre do lugre "Lusitânia", o outro grande navio da empresa figueirense do mesmo nome (e o primeiro a ser motorizado em Portugal, em 1932). E, depois disso, Francisco Luís viria a ser contramestre de outros mais navios dessa mesma empresa, a mais significativa e longamente instalada na Figueira da Foz. Mas em 1958 sofreu uma trombose, no mar, ao largo da Terra Nova, e não houve dinheiro para o repatriarem imediatamente para um hospital em Portugal.
E o outro seu tio, Armando Luís, veterano de vinte e duas campanhas, viria a ser em 1946 o contramestre do lugre-motor "Ana I", da Sociedade de Pesca Luso-Brasileira, da Figueira da Foz, navio em que já em 1943 e 1944 tinha navegado (quando o seu jovem sobrinho Manuel Luís Pata também embarcou, como motorista, fazendo o seu próprio baptismo de mar na Terra Nova).

Quanto ao Pai de Manuel Luís Pata, Joaquim Maria Luís, já antes em 1934 havia sido o contramestre desse mesmo navio "Lusitânia" (o melhor da companhia do mesmo nome, e recentemente motorizado); e em 1944 veio a sê-lo também do "Ana I", da Luso-Brasileira (levando a bordo o seu próprio irmão Armando, como pescador, e o seu próprio filho, como motorista); e em 1946 veio a sê-lo igualmente do "João Costa", também da Luso-Brasileira, etc, etc. Depois da tragédia em que perdeu o irmão mais novo, João Luís, em 1938, Joaquim Maria Luís nunca mais quis embarcar com o mesmo capitão do "Trombetas" em que havia sido contramestre. Foi um dos melhores homens do mar da Figueira do seu tempo, requisitado por vários navios, capitães e companhias.

E ainda havia mais um outro irmão — o qual em 1938 não ia a bordo do segundo "Trombetas" da Lusitânia (e por isso não participou da tragédia) —, Manuel Luís, o qual já em 1935 havia sido contramestre do majestoso lugre-motor de quatro mastros "José Alberto", o grande navio da Sociedade de Pesca Oceano que veio a ficar como o mais emblemático dos navios da Figueira da Foz, e que era comandado pelo capitão figueirense João de Deus junior (João Deivas), de ascendência originária dos Açores e de Buarcos. E o homem do leme que, no dia 10 de Maio de 1938, apesar de também ferido pela onda assassina, aguentou firme… e assim salvou o navio… era um primo do contramestre…

É isto a História — a verdadeira História… — de Portugal…

Filho e sobrinho dos contramestres dos mais célebres veleiros da Foz do Mondego nos anos 20-30-40 do século XX (e ele próprio, nas décadas de 40-50, responsável das máquinas de novos navios motorizados figueirenses entretanto surgidos), Manuel Luís Pata fez depois disso a sua vida de mar, durante os anos 60, em Moçambique (acreditando no sonho africano que então na sociedade portuguesa foi cultivado); e voltou a Portugal, nos anos 70, com esse sonho desfeito (como tantos outros); e a partir dos anos 80-90 abalançou-se a ter a coragem — uma outra forma de coragem… —de fazer aquilo a que na sua cidade da Figueira da Foz quase ninguém mais se atreveu (só ele e o seu conterrâneo João Pereira Mano): reunir os elementos para a História Marítima da região da Figueira.

O Senhor Manuel Luís Pata publicou em 1997, 2001 e 2003 os seus três volumes em que coligiu notícias, referências escritas e testemunhos orais, textos, comentários e recordações pessoais, sobre a Figueira da Foz e a Pesca do Bacalhau, e publicou um livro de memórias do Zambeze (2008); e eis que, por fim, agora (em 2016) — uma vez mais numa edição preparada pelo próprio Autor (e uma vez mais com a colaboração editorial que pela parte do CEMAR-Centro de Estudos do Mar tivemos e temos o prazer e a honra de lhe prestar) — publica ainda mais um livro seu… Um livro no qual agora retoma muitos dos elementos contidos nos seus três volumes anteriores sobre a Figueira da Foz e a pesca longínqua do bacalhau, mas, desta feita, apontando-se mais especificamente para a realidade dos estaleiros e das construções navais levadas a cabo na Foz do Mondego para servirem a esse tipo de pesca longínqua, outrora tão significativa nesta região, e depois tão decaída.

Com efeito, nas últimas décadas do século XIX (a partir do seu [re]início em 1885-1886), articulada com os círculos dos Açores e da Nova Inglaterra (costa leste dos E.U.A.), foi a Figueira da Foz (nela se incluindo Buarcos e a Cova-Gala) que se cotou como a praça pioneira, dominante, e mais significativa, da (nova) Pesca Longínqua do Bacalhau que veio a ser praticada pelos Portugueses. Só na década de 30 do século XX (e depois, mais ainda, nas décadas seguintes, devido ao cada vez maior estrangulamento do seu impossível porto fluvial) a Figueira perdeu essa sua primazia quantitativa e qualitativamente (uma primazia que Ílhavo e a Ria de Aveiro herdaram, e que honrosamente logo depois avolumaram, cada vez mais e mais, de maneira esmagadora, ao longo do século XX). A própria Atlântica acabou por se transferir para o Tejo (Seixal). Só a Lusitânia (e os seus Estaleiros Navais do Mondego, entretanto criados em 1941) se manteve na Figueira. Tudo mais faliu. Incluindo até, com o tempo, a Oceano (cujo último navio figueirense foi para a sucata… e não conseguimos salvá-lo, em 1999… e cujos antigos estaleiros Foznave, em 2015, acabaram abandonados, roubados, vandalizados).

Extraordinário erro histórico, o de em 1913, quando a frota bacalhoeira da Figueira da Foz liderava a nível de Portugal inteiro (!), não se ter avançado para a construção do porto oceânico de águas profundas em Buarcos (Cabo Mondego) que então foi proposto pelo figueirense Com. Antonio Arthur Baldaque da Silva (ele próprio, talvez não por acaso, o especialista de construção de portos com verdadeira viabilidade e também, ao mesmo tempo, o especialista, com verdadeira competência e verdadeira sistematicidade, da Etnografia e da Tecnologia das comunidades dos pobres Pescadores Portugueses)… Extraordinário erro histórico…! Erro de funestas e trágicas consequências para o futuro da cidade da Foz do Mondego, da região de Coimbra e da Beira Litoral, e de Portugal inteiro.

Já o escrevemos, e aqui o repetimos. Se a Figueira da Foz tem reunidos os elementos para a sua História Marítima nos séculos XIX-XX, deve-o à Cova-Gala (São Pedro): deve-o ao Capitão João Pereira Mano, e ao Senhor Manuel Luís Pata. E nós tivemos o extraordinário prazer, e orgulho, em ter sido o Centro de Estudos do Mar (CEMAR) que esteve na publicação dos seus livros, desde 1997.

Alfredo Pinheiro Marques
(Centro de Estudos do Mar - CEMAR)

terça-feira, 27 de junho de 2017

Na Figueira, um "Principe Municipal" fez anos num dia de desgraça nacional. Houve arraial e foguetes no ar... (IV)

Contributo desinteressado à Comissão de Inquérito do acontecido no parque campismo, no dia em que houve fogo de artifício, em celebração aos 50 anos da personalidade do ano 2015 da Figueira da Foz!

1. Como foram pagas (liquidadas) as entradas dos convidados na "magnífica infraestrutura municipal": em dinheiro, cheque ou cartão multibanco ou de crédito?
2. Segundo consta, houve a utilização de 3 (três) bungalow's. Os mesmos foram alugados, cedidos, ou emprestados?
3. No caso de aluguer, houve emissão do respectivo recibo, com ou sem NIF?
4. O pagamento devido foi realizado em dinheiro, cheque ou cartão multibanco ou de crédito?
5. Há controlo de registos para as entradas na "magnífica infraestrutura municipal", o esplendoroso Parque de Campismo Municipal (junto ao abandonado Estádio Municipal José Bento Pessoa e ao lado do centro de biodiversidade do Horto Municipal)?
6. Houve uma denúncia à PSP-FigFoz, por um morador da Borloteira, incomodado com espectáculo pirotécnico na "magnífica infraestrutura municipal", tendo a autoridade deslocado ao local uma brigada. Foi levantado o respectivo Auto de Ocorrência?
Foram identificados os promotores?
7. Foi emitida a licença de utilização, transporte e manuseamento para o material explosivo (foguetório)?
8. Os bombeiros municipais, ou voluntários, foram informados previamente para a utilização de foguetes, em plena época de fogos,  com a carnificina de Pedrogão Grande a zunir ainda em algumas cabeças?
9. Houve espectáculo (Fados e Guitarradas. André Sardet cancelou no último minuto da manhã!). O Município da Figueira da Foz emitiu a respectiva Licença de Ruído? (a Senhora Vereadora Ana Carvalho da química, do ambiente e da criação de 2.000 postos de trabalho em lojas-âncora no solo-virgem, espaço de biodiversidade do Horto Municipal, com o seu apurado ouvido, foi consultada? Foznave In Rock já era!...)
10. Foi paga a Licença de Espectáculo na "magnífica infraestrutura municipal", espaço público de acesso condicionado (sujeito a pagamento de entrada ou acesso induzido ao restaurante ou ao gym), junto da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA)?
11. O convidado, e professor, e vereador, e promotor da "Água Mais Cara do País", e Senhor Ângelo Ferreira, assistiu ao foguetório animado e espectáculo respectivo?
12. O convidado, e juíz, e presidente, e Senhor Albino Raínho das Neves, assistiu ao foguetório animado e espectáculo respectivo?
13. Mesmo em casos familiares agudos, as infraestruturas municipais, magníficas ou não, poderão ser utilizadas em proveito próprio, para acções promocionais do imenso ego pessoal do dito  «Príncipe Municipal» (mesmo que o funcionário em causa, tenha sido galardoado como Personalidade Figueirense do Ano 2015 pela Figueira TV)?

Nota de rodapé.
Todos sabemos, que a  coisa mais inútil e previsível deste país são as Comissão de Inquérito. 
Ninguém sabe como começam, mas todos sabemos como terminam...
Espero, desta vez, ser surpreendido!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

ESTALEIROS NAVAIS DO MONDEGO, SARL - O FIM


O Tribunal Judicial da Figueira da Foz decretou ontem o encerramento dos Estaleiros Navais do Mondego (ENM), depois da empresa proprietária “Consta” ter desistido do plano de viabilização apresentado em Julho.

A insolvência dos ENM foi pedida, em Abril, pela administração dos estaleiros, liderados pela firma espanhola Contsa, que os adquiriu em 2006 à Fundação Bissaya Barreto pelo preço simbólico de um euro, assumindo o passivo da companhia naval.

Na Figueira da Foz já existiram quatro Estaleiros Navais - Mondego, Foznave, Carreira Naval e Virgilio Afonso.

Não resta nenhum.


Via Marcha do Vapor

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

A “presente" situação de insolvência dos Estaleiros Navais da Figueira da Foz...

5 de Dezembro de 2011:

O Tribunal Judicial da Figueira da Foz decretou ontem o encerramento dos Estaleiros Navais do Mondego (ENM), depois da empresa proprietária “Consta” ter desistido do plano de viabilização apresentado em Julho.
A insolvência dos ENM foi pedida, em Abril, pela administração dos estaleiros, liderados pela firma espanhola Contsa, que os adquiriu em 2006 à Fundação Bissaya Barreto pelo preço simbólico de um euro, assumindo o passivo da companhia naval.
Na Figueira da Foz já existiram quatro Estaleiros Navais - Mondego, Foznave, Carreira Naval e Virgilio Afonso.
Não resta nenhum.

O Partido Comunista Português emitiu um comunicado onde critica a a administração portuária (os comunistas acusam de cobrar à empresa uma renda mensal na ordem dos 30.000 euros) e a Câmara Municipal da Figueira da Foz (segundo o PCP, “está mais interessada em projectos de desenvolvimento urbanístico na margem sul, não sentindo que os estaleiros navais foram e poderão continuar a ser uma marca capaz de projectar o concelho quer no país, quer no estrangeiro”). 

Março de 2020:

"Reactivação dos estaleiros navais poderá acontecer em breve".


3 de Janeiro de 2022

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Bem-vindos ao TROIADELO*

Esqueça o Cabedelo que conhecia: dos banhistas, dos surfistas,  dos campistas e caravenistas.
O cenário vai mudar radicalmente nos próximos tempos.
Esqueça aquele canto de terra que  o Município figueirense não tinha no top de preferências ou prioridades turísticas.

Dentro em breve, uma visita ao TROIADELO pode começar  junto à Torre do Relógio, na outra margem, onde se pode apanhar o teleférico, pintado de fresco.  
Vamos devagarinho para nos habituarmos, tal como fazemos para entrar nas  águas translúcidas do mar do TROIADELO.
O acesso  poderá também fazer-se por rio, ou por terra.
Os mais românticos preferirão a primeira opção. 
Se tiverem sorte, na travessia aéria do Mondego, poderão ver lá em baixo no estuário  golfinhos.

Ao TROIADELO, os visitantes  começam por visionar as construções, edifícios baixos de design moderno, construídos em materiais nobres e com alguma preocupação de não chocar com a natureza envolvente. 
Para quem prefere as paisagens verdes, o golfe será também uma opção no TROIADELO. 
O seu campo de 9  buracos, com magnífica vista para a barra e para a Serra da Boa Vigem, será reconhecido como um dos mais belos do país.
Como actividades ao ar livre,  haverá ainda a possibilidade de pedalar na ciclovia, fazer percursos pedestres e, claro, praticar desportos náuticos.

As elites terão ao seu inteiro dispor a praia!
Quilómetros de praias de areia branca, com um mar de águas frias, serão o melhor cartão-de-visita do TROIADELO. 
O acesso será facilitado pelos passadiços que pairarão sobre as dunas de modo a preservar a sua magnífica vegetação. A extensão das praias é suficiente para permitir  a privacidade e o conforto de quem as visita. Mas se aquilo que se quer é espaço, basta apenas caminhar mais para sul porque a costa não tem fim. 


Apartamentos de diferentes tipologias, ou quartos de hotel cheios de design, constituirão a paleta de oferta hoteleira no TROIDELA RESORT.
O hotel de 5 estrelas situado no local dos antigos estaleiros Foznave, tem um design único e estará virado a sul, para o rio. 
Fica em esboço, esta ideia para o futuro Parque de Campismo do Cabedelo, que a realidade acabará por impor,  que fui beber aqui, para os campistas não verem o mar, nem o mar ver os campistas.

FINALMENTE, encontrar um local para petiscar qualquer coisa será  tarefa fácil.
Junto às praias, será fácil descobrir uma solução, que não será propriamente barata. 
Como alternativa, terá o  supermercado onde sempre comprar poderá munir-se de um farnel para levar para a praia. 
Dentro das unidades hoteleiras, também encontrará restaurantes prontos a servi-lo.

* TROIADELO, é o futuro local de sonho do presidente Jão Ataíde.

domingo, 19 de junho de 2016

A luz coada do mar da Cova...

Depois de passar pelo Largo Aguiar de Carvalho,
estendo o olhar até à encosta sul da Serra da Boa Viagem...
Todas as manhãs, logo pela fresquinha, gosto de caminhar, para perder peso e ganhar energias para o dia. 
Em relação ao primeiro objectivo, está a ser difícil averbar vitória.
Quanto ao segundo, a vitória foi automática...

Normalmente, vou pela Rua das Indústrias, olho para as antigas instalações do Alberto Gaspar, passo o Mercado e subo até ao Largo Aguiar de Carvalho, onde estendo o olhar até à encosta sul da Serra da Boa Viagem e sigo pelo passadiço que liga a Praia da Cova à Praia do Hospital. 
Depois, tenho de descer ao lado do relvado sintético - os passadiço entre o Hospital e o Cabedelo estão impraticáveis...  -  e sigo até ao Cabedelo pela estrada que ficou entalada entre a duna, cada vez a minguar mais, e  as instalações do porto de pesca, passo ao lado da antiga Foznave e inicio o regresso. Antes, porém, percorro o paredão até à ponta do molhe sul
Quando inverto a marcha, reparo que
 a Gala está a receber os primeiros raios de sol..


Quando inverto a marcha, reparo que a Gala está a receber os primeiros raios de sol.
Dá para imaginar alguém que se terá esquecido de fechar as persianas a acordar irritada com a primeira luz a bater-lhe na cara. 
Resmunga com o marido e diz-lhe para ir fechar as persianas
E ele vai, porque gosta dela.
Pudera: ela é bonita e irresistível.

E assim começa o dia: com o mar e a luz coada do mar da minha Aldeia.
Os primeiros raios da luz do sol aquecem-me a face e fazem despontar mais um dia perante os meus olhos, agradados por mais esta dádiva. 
No ar, a presentear-me fica o odor da areia e da maresia, o vento suave na cara e o rumor da onda.
A natureza na minha Aldeia é uma coisa bela.
E nós tão pequeninos em relação a ela!..

Uma explicação necessária.
Todos somos vulneráveis e precisamos de nos resguardar. 
Entendam esta crónica, como um momento de felicidade de alguém que, após mais de ano sem poder fazer aquilo de que gosta de poder fazer muito - caminhadas matinais -, constatou que a arreliadora lesão no "calcante" esquerdo foi debelada.
...aí está o voo de uma gaivota culta,  que é aquela
que faz o que alguns figueirenses  gostariam de fazer,
mas não fazem:  por falta de coragem e  outras coisas...
Duas semanas depois de retomar o ritmo normal, sinto o  conforto de caminhar sem dor.

Eu sei que não há vida sem dor, como ensinam os livros!.. 
Para o saber, bastou  olhar para a minha vida, que não é muito diferente da dos demais mortais...
Terão, pois, razão os livros, mais uma vez... 
Mas que era chato caminhar com dor no "calcante" esquerdo, lá isso era!..
Sabe-me tão bem caminhar agora com todo este conforto, que resolvi partilhar convosco este momento de felicidade!..

Desculpem lá a franqueza, mas, neste momento, depois da caminhada que antecedeu a feitura do texto acima, sinto-me tão feliz como uma gaivota culta depois de cagar na cabeça de muita boa gente que, por vezes, se lembra de vir ao Cabedelo...