terça-feira, 18 de outubro de 2016

PORCA MISÉRIA

423 mil euros por ano. É este o salário do novo presidente da CGD.
Porca miséria: custava assim tanto arredondar para o meio milhão?

Na Figueira é sempre carnaval: estamos em outubro e "o PSD quer ver as contas do de 2016", que se realizou no início de fevereiro!..

imagem sacada do Diário de Coimbra
A política do pão e circo, que os políticos promovem desde Roma, esteve, no passado mês de fevereiro, mais uma vez,  em exibição na nossa cidade. 
Mais uma vez, o investimento público  substituiu o investimento privado na realização do carnaval.
Há muito que está provado, que se a realização do carnaval na Figueira dependesse do dinheiro da iniciativa privada, teria deixado de ser assunto há anos. 

Eleições a quanto obrigas... 
Pelos vistos, para o ano, é ano de eleições, logo vai haver mais dinheiro. 
Ontem, João Portugal, vereador de não sei de quê,  disse na reunião de câmara: "as contas estavam para ser apresentadas com o novo protocolo a assinar com a Associação, mas ainda não chegaram a acordo sobre o valor do próximo ano. Pretendem um financiamento e programa mais arrojado, para melhorar os carros alegóricos..."
Moral da história: na Figueira é sempre caranaval, mas ainda é mais carnaval em ano de eleições!..
E pronto...

2017 é ano de eleições. Logo há mais dinheiro. 
Na Figueira é sempre carnaval, mas é ainda mais carnaval em ano de eleições!..
Com papas e bolos se enganam os tolos.
Vai confirmar-se o pior cenário das próximas eleições autárquicas na Figueira: Ataíde fica...
Siga o carnaval... 
E vai de roda! 

Deriva Litoral, um filme que é também um alerta...

Está a aproximar-se a época do ano em que nossa orla costeira vai ser fustigada por fortes tempestades e agitação marítima prolongadas. 
A zona costeira a sul do nosso vai ser noticiada pelas piores razões.
Nos últimos anos, tem-se verificado um avanço progressivo do mar, pondo em causa a segurança de pessoas e bens — as nossas praias, com a excepção da da cidade,  estão a perder areias! 
Mas, quem de direito, apesar de avisado em devido tempo, continua impávido e sereno a fazer asneiras...
"Deriva Litoral - o impacto da erosão costeira em Portugal",  é um documentário co-produzido pela Fábrica Centro Ciência Viva e pela UA que vale a pena ver.
Foi apresentado no Festival Internacional de Cinema de Avanca 2016. O trailer do FILME pode ser visto clicando aqui.

A busca de explicação para tudo, poderia tornar-se doentia e absolutamente desnecessária... Mas pensar, neste caso, é fundamental: "o Município da Figueira da Foz é pessoa de bem e não pode, de forma alguma, estar associado a actividades que funcionem à margem da lei..."

À MARGEM DA LEI, uma crónica de Carlos Tenreiro, a ler na íntegra. Basta clicar aqui.

Notícia de primeira página do Diário de Coimbra: "na Figueira, novos quiosques são instalados para a semana"

A Figueira é uma comédia!
Nota de rodapé.
A não esquecer: o prazo de execução da empreitada é de 90 dias!..

Alcance ético e político

Cito Gilles Deleuze:
«No que me toca, repugna-me tanto a possibilidade de ter má consciência como a de ser a má consciência dos outros.»

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Será que o anterior governo, conjugava teoria e prática?.. (Nada funcionava e ninguém queria saber o porquê!..)

Ricardo Mourinho Félix e Sérgio Monteiro...
O governo da geringonça  "revoga "perdão" de €19 milhões a empresa do grupo Barraqueiro e à TST.
Em causa estão compensações pelo passe social que terão sido pagas a mais e que o anterior Executivo abdicou de cobrar.
Recomenda-se memória, memória, memória... Que é sabermos onde estamos...

Hoje, a Figueira, é um lugar de despedidas, um local onde as emoções andam à solta...

A saber:
presidente da Junta de Lavos não volta a participar na Assembleia Municipal da Figueira da Foz.

Miguel Almeida, escreveu hoje o último artigo, depois de mais de 4 anos de colaboração com o Diário As Beiras.

Temos que criar objectivos na vida, cuidando deles como de coisas delicadas e frágeis que, na realidade, são: a ASSOCIAÇÃO VELA PRAVIDA...

A Associação VELA PRAVIDA, reuniu com a Junta de Freguesia de Bom Sucesso, pelas 19.30 horas, do passado dia 12.
Ao que este espaço apurou, "a reunião teve  inicio com a apresentação das saudações associativas, na perspectiva principal de receber uma resposta positiva na cedência de um dos espaços disponíveis, para a instalar a sede da instituição. 
Depois de cerca de hora e meia de reunião, com conversa inconclusiva, a Junta de Freguesia argumentando condicionamentos no património solicitado, não satisfez o pedido formulado o que preocupou todos os 7 elementos presentes na sessão, que sairam do local com o sentimento de grande frustração e tristeza."
No dia seguinte, 13,  a Direcção, o Presidente do Conselho Fiscal e o Presidente da A.G. da Associação VELA PRAVIDA, reuniram com a Vereadora da CM da Figueira da Foz, Dr.ª Ana Carvalho, "tendo como questão prévia a apresentação de cumprimentos, que atendeu com muita afabilidade e simpatia, prometendo em breve proporcionar a solução referente à sede da instituição, que será oportunamente divulgada".
Na oportunidade, "ficaram programadas com o grupo várias tarefas a desenvolver junto da Lagoa da Vela, na articulação dos corpos sociais desta Associação com a CM."

Vida social de um aldeão

Uma senhora, ontem, abordou-me e disse-me: 
«Gosto muito de ler o que escreve no Outra Margem»
Disse-lhe apenas. 
«Muito agradecido minha senhora.  A Figueira é mesmo assim: temos de aproveitar as coisas do subúrbio!..»

Não consigo evitar um sorriso, pois o futebol, na Figueira, continua um jogo muito estranho...



"Ao longo dos anos muitas são as histórias e curiosidades que a Prova Rainha vai oferecendo aos amantes do jogo que apaixona milhões. Esta, que hoje fica guardada nos registos para memória futura, diz-nos que o embate da Naval - emblema com tradição nos principais palcos do futebol português, mas que nos últimos anos tem andado por divisões inferiores - se realizou no campo de treinos.
Sim, isso mesmo. O embate entre Naval e Marítimo, na Figueira da Foz, não se realizou no Estádio  Municipal José Bento Pessoa. De acordo com o que foi possível saber, alegados problemas relacionados com água e luz estão na base da decisão do jogo não ter lugar no palco previsto. Deste modo, até os jornalistas tiveram que improvisar locais de trabalho para acompanhar o embate.
A caminhada da Naval nesta edição da Taça de Portugal está recheada de episódios curiosos. Por exemplo, eliminada na primeira eliminatória por 8x0 contra o Benfica de Castelo Branco, a Naval foi repescada no sorteio e bateu o Fafe por 3x2 na segunda eliminatória. Nesta terceira, há outra curiosidade a ficar gravada."

Quem o entender que o compre: em 2011, Passos preferia impostos indirectos em alternativa ao directos; em 2016, numa cambalhota despudorada, os indirectos são agora injustos.

domingo, 16 de outubro de 2016

De ASurf a ATudo…

O ministro da economia vai amanhã, por ocasião da etapa do campeonato mundial de surf em Peniche,  anunciar a alteração do nome da A8 para ASurf. 
Para que as outras regiões do país não se sintam discriminadas, venho por à consideração do sr. ministro as seguintes mudanças:
A1 (troço Lisboa-Alverca) – ABejecas
A1 (troço Coimbra-Mealhada) -ALeitão
A13 – ACoiratos
A17 – AOvosMoles
A2 – AVinho
A22 – AConquilhas (hoje, amanhã não sabemos)
A23 – ACereja
A25 – AMorcelaDaGuarda
A28 – AFrancesinhas
A29 -ATripas
A2 (troço Lisboa-Setubal) -AMoscatel
A4 – AEnchidos
A5 – ATias

Via Aventar, Elisabete Figueiredo 

Marginal

A coerência, aprendi isso ao longo da vida, leva-nos à solidão. 
Que não é mesma coisa de estarmos sós.

Cito António Reis, o António Reis de 1967 no livro "Poemas Quotidianos", que é a recolha de dois livros anteriores com o mesmo título, publicados em 1957 e 1960. 
É uma poesia dissonante do que na época se apreciava: o seu intimismo, a inspiração individualista do poema, a escolha deliberada de uma linguagem elementar que os versos curtos, as estrofes rarefeitas de dois ou três versos.
Raramente mais do que isso: "Eu só quero ouvir os meus passos/nas salas vazias".
Esta atenção ao ser, bem como a um mundo substantivo, por isso mais objectivo e mais real, é um sinal distintivo da margem em que se inscrevem os "poemas quotidianos".
O passo que levou António Reis, da margem ao marginal aconteceu, porém, na sua passagem para o cinema, quando foi buscar, como tema do seu primeiro filme, o louco pintor Jaime

Íntima, subtil, discreta, é aí que reside a força da coerência. 
Continuo um observador atento sobre o que se passa na Aldeia.
Noto, que o esforço de certos personagens continua a ser frustrante.
Contudo, o automatismo é belo, pois tal o que nos ensinou Kleist no seu ensaio sobre as marionetas, são máquinas perfeitas porque a consciência não as condiciona.

Autenticidade

Desafio deste domingo: não ser cínico, apesar de já saber muitíssimo bem o preço de tudo e o valor de nada.

Expressar-se, presumo que seja uma necessidade interior e individual. 
Escrever um blogue é uma forma de expressão.
Para mim,  serve para comunicar, sobretudo comigo mesmo, reflectindo através da escrita.

Ando a escrever há muitos anos, pelo que já deixei de dar importância despropositada às coisas que escrevo. 
Todavia, há quem não pense assim.
Escrever um blogue, para mim, é sobretudo uma forma de individualidade. 
Se houver muita gente a gostar - óptimo.
Se tal não acontecer -  tudo bem na mesma. 

Ter noção da nossa pequenez, da importância que não temos, é uma forma de liberdade sem igual. 
Escrevo, não para agradar ou confrontar, mas apenas porque me apetece. 
Quem anda nesta vida tem de ter a capacidade de se expor e assumir fragilidades, manias, tristezas. 

Os "meus" leitores são muito mais espertos que eu e sabem bem da minha autenticidade.
Isto vem a propósito do novo blogue que iniciei no início deste mês.
Parece que há muita gente que está a gostar, o que me deixa feliz. 

A única promessa que faço é manter a autenticidade.
A preservação não é incompatível com o conforto dos dias de hoje. 
Viajar pela história de uma Aldeia cuja memória não foi preservada, não é um conforto para os olhos e, muito menos,  para a alma! 
No fundo, resolvi fazê-lo, por uma questão de autenticidade!

Alguns constrangimentos da democracia portuguesa...

Em 2010, no dia 10 de fevereiro, publiquei uma postagem citando Agostinho da Silva.
Uma tarde destas, com o mar em fundo, mantive uma interessante conversa, talvez de horas, com um Amigo, ainda jovem, culto e interessado pela política, sobre Liberdade.

Discutimos abertamente, mas não chegámos totalmente a acordo sobre o que é a Liberdade.
A discordância, no essencial, a meu ver, passou pelo seguinte:  que Liberdade? 

Em Portugal, em teoria, temos a liberdade de opinião... 
(Que não está totalmente garantida, pois as pessoas têm medo de se manifestar publicamente, pelas mais variadas razões, nomeadamente pelos constrangimentos pessoais e profissionais de que podem vir a ser vítimas.)
Em teoria, temos a liberdade política...
(Com imperfeições está mais ou menos acessível a todos, embora saibamos dos constrangimentos que existem para quem se candidata ou é apoiante de determinados partidos...)
Temos a liberdade de circulação...
E a liberdade económica?..
Essa, a meu ver, cada vez está com mais constrangimentos. 
Essa, quanto a mim, é a grande lacuna da democracia portuguesa.

A diferença de opinião entre pessoas nunca deveria ser motivo de crispação. 
A diversidade, a meu ver, é que é fecunda. 
Preocupante, é o que se verifica na Aldeia e na Figueira, que é, simplesmente, o menor respeito pela opinião discordante.
Vivemos novo tempo. Até na Aldeia e na Figueira, estamos no tempo da globalização do pensamento, o que, salvo melhor opinião, é negativo, já que ao conduzir ao pensamento único, estreita, diminui e empobrece as soluções possíveis para os problemas agudos que vivemos...
Diga-se, porém, de passagem: o que não deixa de interessar a alguns...
Preocupa-me a falta de opinião informada... 
Mas, também, me preocupa o facto de as pessoas desconhecerem e, mais que isso, não quererem saber de factos fundamentais para a sua vida. 

Este alheamento, penso eu, é preocupante...

sábado, 15 de outubro de 2016

A entrevista do Dr. Jorge Mendes...

A entrevista, que aconselho a ver e a ouvir na íntegra, está aqui.
Quem não tiver interesse ou paciência para visionar tudo, cito o que pode ser visto por volta do minuto 29.
A pergunta, digamos assim, manhosa:
- "em 2009, esta terra foi elevada a vila de S. Pedro. Não há nada a fazer..."
A resposta clara do Dr. Jorge Mendes:  
"a minha resposta está no livro. O livro é A Cova Gala como notável exemplo de Solidariedade. Não é a vila de S. Pedro, não é S. Pedro, é a Cova Gala. A Cova Gala é que tem história. Não é preciso mudar os nomes que estão certos. A Cova nós sabemos, o que é.... A Gala, nós sabemos o que é... Não há qualquer justificação para que isso tivesse sido alterado. A política tem destas coisas. Se eu fosse decisor nessa altura, seria vila ou freguesia da Cova Gala."

Nota de rodapé.
Recordo o que foi escrito aqui, aqui, aqui, aqui... 
Sobre este tema, muito mais poderia ser citado...
Porém...
Resumindo: a incultura, sempre que potenciada pela arrogância, leva a resultados desastrosos. Os danos já estão à vista.
A história mostra que políticos sem ideias constituem um verdadeiro perigo...

Quem não gostaria de ser ávore?..

A árvore acumula
Tempo
Mas sem nostalgia

Forte de Santa Catarina vai estar aberto aos fins-de-semana

O Forte de Santa Catarina vai passar a abrir portas para visitas, aos fins-de-semana e feriados, das 14H00 às 17H30, a partir de 15 de outubro, com entrada gratuita.
Hoje, pelas 15H15, será representada a “Comédia da Marmita”, pelo Grupo Fatias de Cá.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Morreu o Homem que, talvez sem o saber, me mostrou a importância de sorrir, sorrir muito!..

foto sacada ao facebook do Pedro Rodrigues
Todos temos um prazo de validade! 
Normalmente é um conceito que, porém, só pensamos que possa ser pensado para as coisas e para os outros! 
Nunca a nós. A morte só acontece com os outros. Raramente a imaginamos como possível em nós. Mas não nos devemos preocupar, pois isso, é um sinal de vitalidade.
Este pensamento, assaltou-me hoje de manhã, logo que tive conhecimento que morreu o meu "primaço"
Desde miúdo que me cumprimentava  da mesma maneira – “então primaço Tó…”  
E, ultimamente, até julho do ano passado, logo a seguir, vinha a pergunta: “como vai a tua Mãe?..”

O "Querido avô" do Pedro Rodrigues era uma figura:  “alto; cabelo branco, literalmente, como a neve; forte como um touro - um homem do mar à moda antiga. Daqueles que já não se fazem”!.. 
Aquilo que podia ser dito, escreveu-o melhor do que ninguém, o neto, o meu Amigo Pedro Rodrigues
É um momento de morte, mas como tudo o que é escrito pelo Pedro, é belo, embora a  perda de um "amor maior", nada tenha de belo!

"Tinhas oitenta e seis anos. A tua cabeça já não encontrava datas – talvez porque os dias já fossem todos iguais. As tuas pernas cediam aos caprichos da gravidade, embora tu nos tentasses enganar com ginásticas inventadas. Os teus cabelos eram brancos, embora tu me contasses que quando eras novo o teu cabelo era escuro como a noite – e eu acreditava. Esquecias-te das luzes acesas, da água a correr depois de fazeres a barba, das situações mais corriqueiras, aqui da terra, mas não te esquecias das histórias de outros tempos. Passavas horas a repetir-me que eras o mais trabalhador de todos. Que as tuas mãos e os teus braços tinham tanta força que conseguiam dobrar aço, talvez mover montanhas. Nos navios todos os capitães te gabavam “não há nenhum marinheiro como o Pimentel”, pau para toda a obra. Foste pai, avô e bisavô...

Hoje, antes de descer para o meu quarto, passei pelo teu. Estava vazio. As lágrimas teimaram em cair porque me apercebi que daqui para a frente assim será. Ficam as fotografias. As paredes frias que ainda escondem os restos condensados da tua respiração, do teu último suspiro. Penso ter apertado pela última vez as tuas mãos calejadas; ter beijado, pela última vez, a pele fina da tua testa. Partirás enorme, como sempre foste. E assim o serás, para todo o sempre. Gostava de continuar a escrever, mas as palavras começam a confundir-se com as lágrimas e tudo se torna turvo e difícil. Fico-me por aqui, e pela imagem da fotografia que dorme ao meu lado, na mesa de cabeceira, em que estou eu, tu e a mãe, muito felizes, de sorrisos rasgados nos rostos. É assim que te recordo: a sorrir, por eu ter chegado.

Adeus, meu amor maior." 

Sentidas condolências à família.